Capítulo 7

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- Fernando, o que você quer saber exatamente?
Eu pensei por alguns momentos. Eu poderia saciar um pouco minha curiosidade. Queria saber onde estava pisando. Lu parecia mulher de muitas maneiras-e eu queria saber exatamente em quais.
Você já namorou?-Ela corou levemente,
tomando outro gole do copo de leite com vodka.
-Se eu responder isso, você vai ter que tomar um gole de Vodka. Topa?
Ela me olhou desafiadoramente.
-Claro.
-Sim ... já namorei.-Meus olhos circundaram cada traço do seu rosto, vendo-a mexer o líquido do seu copo com um dedo.-Minha vez.
-Muito justo.
Ela sorriu, e cruzou as pernas, revelando sua calcinha outra vez. Eu gemi baixinho. Cacete, senti meu membro explodir contra a calça de moletom. Sorte minha era a almofada colocada estrategicamente sobre mim.
-Bem ... por que você terminou com a sua
noiva?
Eu arranhei minha barba antes de responder. Isso seria difícil.
-Porque ela não era exatamente o que
podemos considerar como alguém compatível comigo.
-Em qual sentido?-Ela sorriu maliciosamente.
-Personalidades opostas. Nós não éramos
compatíveis em nada ... exceto ...-Eu ponderei minhas palavras, e ela olhou-me com um meio sorriso.
-Exceto ...?
– Na cama.-Falei, sentindo o calor invadir
minhas bochechas. As dela estavam coradas, quase da mesma coloração de seus lábios cheios e deliciosos. Como eu desejava provar o doce de sua boca ... tocar seu corpo, e fazê-la minha. Mas o desejo era tão forte, quanto proibido. Aquilo era algo completamente fora de cogitação.
– Entendo ... deve ter sido bom pra você
enquanto durou.-Ela levantou-se, colocando a garrafa de volta ao lugar de origem. Suas mãos passearam pela sua cintura, levantando a blusa em um movimento involuntário. Eu notei que seus seios agora estavam rijos e endurecidos, quando a blusa foi marcada perfeitamente em seu torso. Eu tentei me concentrar em sua última resposta para disfarçar meu olhar de luxúria em seu corpo.
-Sexo não é tudo. Não foi para nós. Mas ficamos juntos durante quatro anos.-Ela sorriu, bocejando levemente.
-Boa noite, Fernando. Estou com sono. Vou me deitar.-Ela caminhou até mim, despejando um beijo sob minha bochecha. Eu fechei meus olhos sentindo seus lábios delicados contra a minha barba.-Ah, esqueci de perguntar uma coisa.
-Diga, Lu.
-Qual o nosso grau de parentesco mesmo?-
Ela fez uma pequena ruga entre os olhos,
colocando a mão na cintura enquanto esperava a resposta.
-Somos primos. De terceiro grau.-Ela abriu
um grande sorriso, enquanto mexia nos cabelos despreocupadamente.
– Então tá ... Boa noite. Durma com os anjos.
Eu a vi sumir pela escada, com passos largos e rápidos. Sonhar com os anjos? Depois de hoje, um anjo seria a última coisa que eu sonharia. Eu estava completamente desgraçado naquele instante. Meu membro pulsava insistentemente, e eu caminhei até meu quarto, indo de encontro à uma ducha gelada. Eu não poderia me entregar aquilo-a partir do momento que eu me rendesse ao desejo, acabaria fazendo alguma merda astronômica. Eu conhecia meus limites. Lu me mostrou seu lado mulher hoje- e eu por pouco não cedi ao desejo de toca-la e beija-la como um homem deve fazer. Mas eu tinha que lembrar, todos os dias, que ela era minha tutelada. Ela era confiada a mim por seus pais em vida. E isso deveria me manter são. Eu tinha valores morais, certo? Eu teria que ter controle. Mas eu me sentia tão rendido ... como se toda a minha sanidade tivesse sido abandonada no momento em que Lu entrara em minha vida.

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