Capítulo 48

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Eu pisei desnorteado em direção à porta do
quarto onde Lu se encontrava. A assistente social ainda conversava com ela e eu sabia que aquele ainda não era o momento de entrar. Eu tentei traçar planos para que as coisas dessem certo dali pra frente fugir, era uma saída perigosa, porém talvez fosse necessária. Meus pais jamais aceitariam o fato de que eu Lu éramos apaixonados e que pior, ela esperava um
filho meu. Parecia surreal o fato de que dali pra frente eu seria um pai; Eu nunca havia pensado nessa possibilidade. Mas Lu havia mudado tantas perspectivas em minha vida – que eu não saberia dizer se seria capaz de aceitar que ela fosse interromper aquela gravidez. De certa
forma, aquela vida era algo com significado imenso para mim - ele era o fruto do nosso amor. Eu sabia que aborta-lo, talvez fosse a saída mais fácil. Sem feto, explicações, sem preocupações... e eu ainda teria Lu. Ela poderia argumentar que tinha ficado com algum menino da escola, e nós sairíamos limpos dessa. Mas eu estaria em paz imaginando que eu fora o responsável pela morte do nosso filho? Eu nunca fui contra nenhum tipo de ação abortiva imaginava que cada mulher merecia a decisão de escolher ser ou não ser mãe; Mas quando aquela situação se aplicou à mim, não consegui imaginar maior injustiça do que tirar a vida de alguém tão inocente quanto aquele pequeno suspiro de vida; Talvez eu estivesse enlouquecendo, e estava criando laços com algo que sequer vi. Mas eu sentia que aquela vida era minha responsabilidade - e que seria injusto e covarde acaba-la por minhas inconseqüências. Finalmente avistei o corpo da assistente social pisotear fora da sala, e ela buscou me encontrar ao arredores da sala.
Quando seus olhos encontraram os meus, eu não pude disfarçar o nervosismo que sentia. Eu não sabia o que Lu havia dito, e se ela tivesse contado a verdade, com certeza eu iria perdê-la para sempre. A lei em nosso país proíbe expressamente envolvimento sexual e emocional entre um menor de idade e um maior de idade. Especialmente no meu caso. Lu era considerável vulnerável perante a lei – eu, como seu tutor, estava com responsabilidade total sobre ela. E um envolvimento sexual neste caso, era considerado corrupção de menores. Eu não poderia imaginar o escândalo. Eu iria preso sem sombra de dúvida. O nervosismo, agia como um
paralisador em meu cã) eu estava atônito.
Sem expressar qualquer reação.
Sem expressar qualquer reação. Não sabia o que fazer, o que falar. Dei um sorriso torto para assistente social, passando as mãos pelos meus cabelos. Ela parecia serena e tranqüila. Isso deveria ser um bom sinal. Tentei acalmar meu próprio coração, que parecia pular contra meu peito. O nervosismo e a ansiedade não iriam ajudar em nada naquele momento.
- Dr. Colunga. Eu sou Emily, a assistente social.
Ela estirou a sua palma para mim, e eu agarrei rapidamente. - Sim, eu sei. Você está cuidando de Lu, certo?
Ela assentiu, antes de apontar para as cadeiras em frente à sala. Eu sentei de frente para ela, enquanto ela puxava a ficha de Lu. - Dr. Colunga, Lu me contou que você é seu tutor.
Não sei se você já sabe, mas Lucero está grávida. Eu engoli em seco, tentando controlar a tensão.
Dei um sorriso amarelo para disfarçar meu aparente nervosismo. Acalme-se, Fernando. Você tem que agir com naturalidade.
- Sim...eu verifiquei a ficha dela. Então...
Ela rodou os olhos, pegando uma respiração ainda mais profunda.
Bem, ela me informou que estava envolvida com um garoto da escola. Essas situações são muito comuns, Dr. Colunga. Lucero quer optar pela interrupção da gravidez. Mas seria necessário, que você como tutor fosse notificado que ela tem esse desejo. Eu vou dar entrada na solicitação, e você pode acompanhar se desejar.

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