Capítulo 11

391 29 1
                                    


Notas iniciais do capítulo
(...) Eu estava apaixonado.
Perdidamente, terrivelmente,
irremediavelmente apaixonado por
Lucero Hogaza. Pela primeira vez em toda
a minha vida, eu estava apaixonado.
Aquela menina que eu havia roubado
um beijo - também havia roubado meu
coração. (...)
(...) Aquilo foi suficiente para eu
pressionar meus lábios contra os seus.
Minhas mãos passearam pelas suas
costas, e Lucero afastou-se para trás,
deixando meu corpo cair contra o dela
na cama. Seu beijo estava timído e
inseguro, e ela serpenteou sua língua,
explorando minha boca
minuciosamente. Eu permiti sua língua
passear sobre a minha, enquanto meu
corpo, pressionava o seu contra a
cama. (...)

Eu tinha que admitir que eu era apenas um
homem - um homem com desejos que nem
sempre podem ser controlados. E por mais que na maioria das vezes eu os contornasse, tinham momentos que eu achava que ia cair em tentação.
Tendo esse conhecimento em mãos, eu haviacriado um esquema perfeito para mim e Lu.
Suas aulas tinham começado e havíamos
entrado em uma relação amigável e distante. O nosso beijo era um assunto proibido, e os dias longe dela não passavam, se arrastavam. Quando eu chegava em casa, Lu já havia jantado e estava em seu quarto. Algumas noites eu ia vê-la, mas era surpreendido por um sono profundo e silencioso. Às vezes eu me dava ao luxo de imaginar sua boca contra a minha novamente...e sofria com a falta de ouvir sua voz, de tê-la perto de mim. Os nossos encontros eram quase que casuais - uma ida à cozinha, uma passagem pela sala, e raras vezes, no café da manhã. Eu fazia questão de sair mais cedo para evitar os encontros, e consequentemente, o assunto do beijo.O hospital estava pouco movimento naquela sexta-feira, e eu fora liberado antecipadamente pelo outro chefe de plantão, com recomendações de um bom descanso. Eu teria o final de semana de folga, e realmente estava completamente esgotado. Mais de 22 horas sem dormir. Agradeci pelo ato nobre do meu colega. Eu realmente precisava descansar e relaxar. O sol estava se pondo, quando eu adentrei à casa, ouvindo o silêncio banhar o meu redor. Talvez Lu ainda não estivesse em casa. Sentei na cadeira em
frente ao bar, surrupiando a garrafa de vodka para mim. Tomei algumas doses, sentindo o efeito do álcool me invadir levemente. Eu não estavanbêbado, mas estava alto o suficiente para uma boa noite de sono. Antes que eu pudesse levantar rumo ao meu quarto, a porta bateu atrás de mim.
Escutei algumas vozes, e alguns risos. A voz familiar de Lu tornou-se audível, e eu pude ver que ela conversava com alguém. Eu caminhei com passos silenciosos até a sala - não queria que ela me ouvisse.
Então... Fernando...obrigada pela carona. - Eu pude ver por detrás da coluna o rosto moreno e bem torneado do menino-homem que acompanhava Lu. Seu olhar era igual ao de um peixe-morto, e eu poderia ver seu interesse por ela há 10 quilomêtros de distância. Os olhos dele a secavam completamente, e eu vi que Lu usava uma blusa branca com um leve decote, e uma calça colada e bem ajustada em seu corpo. Bem ajustada demais para o meu gosto. Eu iria precisar de muita vodka agora. Desgraçado. A minha vontade era de encher a cara daquele palhaço de tapas, mas eu me contive. Queria escutar a atitude de Lu, diante aquele moleque.
- De nada, Lu...e...então...vamos fazer alguma coisa no sábado?amanhã? - Desgraçado. Babaca. Canalha. Quem você pensa que é para entrar na minha casa e chamar a minha...? A minha nada.
Finalmente me dei conta que o que Lu estava fazendo finalmente era o certo. Ela estava se relacionando com meninos da sua idade. Eu estava completamente fora de mim, me portando daquela forma. Mas aquele sentimento era mais forte que eu.
O ciúme me consumia, potencializado pelo álcool, e eu sentia o ódio invadir minh veias. Se eu não acabasse preso por aliciar uma menor, eu terminaria meus dias em um hospício, ou em uma cadeia por matar aquele moleque..
- Manuel...não... sinto muito, você é um ótimo amigo, mas não. - Eu quase festejei audívelmente quando vi aquele verme ser dispensado pela minha Lu.
Ela não estava sendo cruel - apenas sincera. Eu podia sentir em seu tom de voz o pesar por fazer aquilo, mas ela não o queria. O garoto se arrastou para fora de minha casa, e eu ouvi o barulho de sua moto dando partida. Eu dei um pequeno soco ao imaginar Lu em cima de sua moto, com seus braços ao redor daquele pervertido infantil. Eu estava tão distraído, que não havia percebido sua presença ao meu lado.
- Fernando? O que você está fazendo aqui? - Eu respirei profundamente, lutando contra o desejo de despejar meu ciúme contra ela. Eu era um médico conceituado, certo? Eu era um homem controlado. Eu nunca fui assim com nenhuma mulher. Controle, Fernando. Foco.
- Eu saí mais cedo do trabalho. - Eu usei meu tom mais frio e controlado para responder à ela. Fiz questão de não olhar em seus olhos para não perder o foco. Eu tentei trata-la com frieza e descaso, assim, eu também me protegeria. Agarrei o copo de vodka, tomando um gole generoso.
- E como você está? Eu estiquei meus pés,
colocando-os sobre o costo à minha frente.
Enchi meu copo novamente, enquanto Lu E como você está? - Eu estiquei meus pés, colocando-os sobre o encosto à minha frente.
Enchi meu copo novamente, enquanto Lu parava seu corpo à minha frente. Eu podia sentir o clima tenso, a irritação dela se formando. Talvez ela merecesse sentir um pouco e irritação.
- Ótimo. - Meu tom era seco e grosseiro. Eu fui surpreendido pelas mãos de Lu agarrando meu copo, colocando-o sobre a mesa. Eu não tive como impedir meus olhos de encontraremos seus - e senti que estava completamente rendido à ela, os olhos chocolates cheios de fúria. O ciúme ainda me consumia, mas o meu sentimento por ela, o subjulgava.
- Você é algum tipo de álcoolatra perturbado?
Fernando, eu estou tentando decifrar o que você quer! E você é uma das pessoas mais complexas que já conheci. Consegue ser mais complexo do que eu. - Ela colocou as mãos ao redor da cintura, caminhando de um lado para o outro. Naquele momento eu me senti um adolescente em apuros - como se tivesse feito algo errado e estivesse levando uma bronca. Passei as mãos pelos meus cabelos enquanto a via caminhar irritadiça. Ela estava linda, e eu a queria tanto.
- Por que você sempre faz isso? Por que você precisa fugir?
Porque se eu ficar estou perdido. Eu não consigo ter controle para isso, Lu. Não tenho, sinto muito. - Ela aproximou-se de mim, tocando meu rosto com seu polegar.
- Você não precisa. Me fale O que
aconteceu... Você ficou chateado porque eu vim de carona? foi isso? - Eu ri levemente, tirando suas mãos do meu rosto. Apesar de desejar muito seu toque, de desejar seu corpo intensamente o ciúme batia intensamente contra mim. Eu não ia aguentar mais. Eu ia explodir. Eu respirei fundo, vendo o seu olhar suplicante contra mim.
Por que você quer isso? Sério, Lu. Você não tem o seu namoradinho motoqueiro pra você dar uns amassos? Aposto que ele deve querer...EU não te quero tanto assim, Lu. Você está confundindo as coisas demais. Eu sou um homem muito bem resolvido. Posso ter qualquer mulher na minha cama, e não uma adolescente... como você. Eu posso ter uma mulher de verdade. - Eu vi o seu rosto se avermelhar de raiva. Seus passos foram rápidos em minha direção, e eu vi seu dedo apontado contra meu nariz.

O TUTOR Onde histórias criam vida. Descubra agora