Capítulo 60

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Lu buscou meus olhos, e tocou minhas mãos com as suas. Os olhos do garoto correram rapidamente para seu toque contra mim, e ele estreitou suas sobrancelhas em dúvida. Ele havia
achado estranho tal toque - e eu soube que
aquele era o momento de dizermos a verdade, Acabar logo com aquilo, e saber qual seria nosso destino.
- Manuel... Lu e eu...estamos juntos. - Eu senti as mãos de Lu tremerem novamente à espera da reação do garoto. O menino desviou o olhar de nós, dando um pequeno riso. Eu não saberia definir qual era sua reação ele parecia completamente desgostoso, com uma expressão
chocada e ilegível em seu rosto.
- Lu...como você pode fazer isso? Ele é muito mais velho que você! Isso é... nojento. Lu afastou suas mãos da minha, correndo seus dedos para os ombros de Manuel. Eu senti o ciúme me invadir enquanto ela tentava buscar a atenção
do menino. Eu estava prestes a puxá-la para irmos embora, quando Lu começou a dissertar com o garoto. Manuel... Por favor...não escolhi vir aqui falar isso
para você nos julgar. Só nos ajude...só isso que eu te peço. Eu sei que você é um homem bom, e se você não puder me ajudar, eu vou ter que ir embora de Guadalajara. Para sempre. Os olhos do garoto se encheram de compaixão com palavras de Lu. Os sentimentos dele por ela, transpareciam através dos seus olhos escuros ele era completamente encantado pela minha menina. Eu bufei, quando Lu abraçou-o pelo pescoço, fazendo-o enterrar sua cabeça contra o ombro dela. Eles separaram o abraço, e eu o encarei sentindo a raiva pairar contra nós.
- Primeiro, eu não quero o dinheiro. Não
vou fazer isso para obter nada disso. - Lu
assentiu, enquanto olhava hipnotizada para o menino. Aquilo estava aumentando minha ira - eu não conseguia aceitar Lu ao redor de nenhum outro homem. E ela parecia admira-lo a cada seguno que passava ao seu lado. Amaldiçoei completamente o fato dele não ter aceitado a recompensa. Aquilo me colocava situação desconfortável.
- Segundo...eu vou fazer isso por você, Lu. Por mais nada. Quero seu bem estar antes de tudo...quero ter você perto - Os olhos de Lu encheram-se de lágrimas, e o miserável aproveitou momento para abraça-la. Eu me sentia completamente excluído de toda a situação - era como se eu não estivesse ali. Eu bati os pulsos contra a mesa, fazendo os dois afastarem-se. - Bem tem uma coisa, Manuel. Amanhã vai ter uma festa em minha casa. Espero que você possa ir...como namorado de Lu. Eu creio que ela vai dar as instruções necessárias do que você deve saber. Eu...tenho que ir agora. - Eu levantei-me da mesa, deixando Lu para trás. O ódio estava batendo contra meu peito, e o ciúme abria grandes buracos em meu interior. Eu precisava ir embora. A voz de Lu ainda soava contra meus ouvidos, quando dei partida no carro. Eu não queria enfrenta-la naquele momento. Quando me afastei do seu campo de visão, enviei um SMS para seu celular. Eu não a deixaria ficar aflita com minha saída repentina.
“ Lu... me desculpe sair daquela forma. Preciso me preparar para algumas coisas. Amo Você sempre, não esqueça disso. F.”
Eu mal fechei o aparelho, quando senti o celular vibrar, recebendo resposta quase que instantaneamente.
"Eu amo você...Nunca irei esquecer disso. Amo você hoje mais do que ontem e amanhã mais do que hoje. Você é meu mundo. Sua princesa, L."
Coloquei o aparelho no bolso, deixando o vento da janela bater contra meu rosto. O cheiro das árvores, transpassava todos os poros do meu ser.
Eu inalei aquele cheiro, deixando
velocidade acalmar as batidas do meu coração; Eu estava sangrando por dentro – como se facas estivessem sendo lançadas contra meu peito e estômago. Ele havia aceito mas aquela relação entre o miserável garoto e Lu era extremamente dolorosa à mim. Eu tentei espantar minhas próprias dores, enquanto buscava um lugar para afogar meu ciúme; Minhas mãos abriram o porta- luvas encontrando uma pequena garrafa de whisky. Eu dei longos goles, enquanto tentava aliviar a dor em meu peito; Apesar de amar Lu incondicionalmente ainda existia uma parte minha que precisava ser curada. E era o ciúme.
Talvez fizesse parte do pacote da minha loucura por ela; O ciúme era ardente, queimava como fogo em minha garganta; Eu escorreguei o álcool para dentro, esperando ele fazer seu trabalho, enquanto
pensamentos embaralhavam, resumindo-se a dor latente e pura. Eu precisava me aliviar – ou não iria suportar vê-lo com Lu
mais nenhum dia sequer. Eu era tão loucamente apaixonado por Lu que acreditei que não iria agüentar. E eu tinha que lutar...minha obsessão naquele momento era tê-la. Eu precisava suportar
meu fardo.

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