Capítulo 45

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- Lu? Fala comigo! Lu? – Eu toquei seu rosto pálido e desfalecido contra a maca. Lágrimas correram para meus olhos, e eu tive que controlar meus impulsos para não deixar as emoções me controlarem; Ela precisava de mim naquele momento. Os seus lábios estavam pálidos, e o seu rosto estava completamente sem vida; Eu não conseguia espantar o pânico, o desespero e a dor que tomavam conta de cada parte de mim. Instintivamente, meus pés correram em direção à maca em movimento, sendo trazida pelos paramédicos. Engoli em seco, buscando foco em minha mente. Ela precisava de mim. Minha menina precisava de mim. Minha Lu.
- Meu bem, por favor, seja forte. – Eu toquei suas mãos, e os outros médicos invadiram a sala. Eu busquei concentração para agir como profissional – buscando ouvir seus batimentos e coloca-la em um monitor cardíaco.
- Fernando, deixe que vamos cuidar disso. Ela é sua filha, certo? - O meu companheiro de trabalho, arqueou as sobrancelhas esperando por minha resposta.
Naquele momento, eu não tive forças para
responder nada, e assenti enquanto ele buscava acorda-la. Ele agarrou um pedaço de algodão, banhado em álcool, e levou até as narinas de Lu. Ela respirou profundamente, enquanto abria os olhos lentamente. Eu dei um pequeno sorriso, lutando contra as lágrimas que insistiam em descer pelo eu rosto.
- O que aconteceu? – Ela perguntou, buscando os meus olhos por detrás do médico. Ela deu um meio sorriso, ainda com a cor de cera estampada em suas bochechas. Eu pisei em sua direção, ficando lado a lado com meu colega de trabalho. Eu toquei suas mãos, fazendo um pequeno carinho.
- Você desmaiou, princesa.
O meu colega de trabalho, puxou seu prontuário,analisando cada sintoma. Ele estava buscando respostas, e eu afastei meu toque de Lu para deixa-lo trabalhar. Eu não tinha condições de pensar direito naquele momento - e preferi deixa- lo examinar minha menina.
- Srta. Hogaza, como você está se sentindo?
Lu engoliu a seco, apertando os próprios dedos. Ela estava nervosa e eu podia perceber a ansiedade que ela carregava.
- Estou bem, Dr. Acho que não me alimentei
apropriadamente hoje. Ele assentiu, enquanto fazia alguma anotação.
- Você faz algum tipo de dieta? Está tentando perder peso?
Ela negou, enquanto me dava um olhar assustado. Eu queria beija-la, mas tive que controlar meu desejo de ir até ela naquele momento. Não estávamos sozinhos e Lu estava escondendo algo. Eu queria cuidar dela - mas permiti que outra pessoa fizesse isso. Não poderia deixar meu emocional influenciar no tratamento.
- E aqui consta que você tem se sentindo ma ultimamente. Você poderia dizer o que sente?
- Eu sinto náuseas... e...não tenho conseguido me alimentar direito. Não sei se é por conta da minha anemia...eu tive quando era pequena, e imaginei que era por isso. o meu colega fez uma anotação, e
agradeceu à Lu enquanto m chamava para conversar. Aquelas conversas nunca eram bom sinal mas os sintomas de Lu eram muito pequenos para um diagnóstico tão rápido e preocupante. Eu o acompanhei para fora da sala onde Lu estava, e esperei suas palavras.
- Fernando, acho que devemos fazer alguns exames em Lucero... Vou pedir um Hemograma para sabermos da anemia e sua contagem de plaquetas... e vou solicitar um exame de Beta HCG.
- Eu o encarei em choque, enquanto meus olhos procuravam os de Lu pela janela de vidro entre nós. Ela me encarou aflita, mordendo os lábios levemente. Tudo fazia sentido naquele momento.
Ela deveria estar grávida os sintomas se
encaixavam, e eu sabia o quão ativa era sua vida sexual. Ela estava tomando anticoncepcionais há pouco tempo, o que deixava uma grande margem de risco para nós. O pânico voltou a me assolar,
enquanto o médico tentava puxar minha atenção.
-Vou pedir que a assistente social venha falar com ela...sei que ela é sua filha...mas temos que chamar alguém para falar com ela. Se ela estiver grávida- Eu o interrompi. A ira estava me invadindo. Diabos, Lu não era minha filha. Era minha amante! Eu queria gritar aquilo alto, para descarregar a tensão que estava em mim. Eu engoli à seco, buscando controle.
- Não é não. É apenas minha tutelada. Não tenho idade para ser pai dela, Connor.
O médico deu uma pequena risadela, dando um tapa em minhas costas.
- Desculpe se ofendi você. Mas te vitão
preocupado com ela, que achei que ela fosse sua filha. Não quis dizer que você tem uma aparência ruim. Eu diria que você parece até mais novo do que de fato é. Mas enfim, eu vou chamar a assistente. Temos que saber como é a vida dela sexual, afinal, ela é mã de idade. Política do hospital.

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