Capítulo 46

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Eu cerrei os dentes, vendo o meu colega se
afastar. Eu encontrei as mãos contra meu rosto, esfregando minha bochechas, antes de entrar na sala onde Lu estava.
Eu me aproximei da cama, lendo um
pequeno sorriso nos lábios dela.
- Oi, minha menina. - Eu fiz um pequeno carinho em seus cabelos. Lu abriu um sorriso amarelo, e encostou sua cabeça contra minha mão. Eu tentei esconder meu desespero dela - ela deveria estar tão assustada quanto eu; E se ela estivesse
realmente grávida, o único culpado era eu. Eu era o experiente aqui... além do fato vergonhoso de ser médico. Isso era de inteira responsabilidade minha e se acontecesse provavelmente eu iria
perde-la. Não queria desesperá-la, e, portanto não fiz menção à esse pequeno detalhe.
- Oi meu bem...me desculpe por isso. Acho que não tenho me alimentado bem.
Eu respirei profundamente, assentindo.
- Lu...você tem sentindo isso há quanto tempo?
Ela mordeu os lábios, buscando encarar seus próprios dedos.
- Há alguns tempo, Fernando.
Ela deveria desconfiar do que se tratava. Ou não ficaria tão nervosa. Eu tentaria ser delicado descobrir se aquela possibilidade era válida. Eu tateei sua bochecha, fazendo um pequeno carinho com meu polegar.
- Você está menstruando, Lu?
Ela negou com sua cabeça, baixando o olhar novamente. Eu levantei seu rosto, encarando os grandes olhos castanhoc
- Você está grávida?
Ela afastou meu toque do seu queixo, afastando - Você está grávida?
Ela afastou meu toque do seu queixo, afastando- se de mim.
- Eu não sei, Fernando! Você disse que eu podia ficar sem menstruar, não foi? Mas eu tenho sentido essas coisas...e fiz tudo que você mandou. Não deixei nenhum dia de tomar o remédio.
Eu passei as mãos pelos meus cabelos, enquanto ela virava o rosto para encarar meus olhos.
- Estamos ferrados! Que Merda! - Eu cuspi as palavras, me afastando da cama onde ela estava.
Lu começou a soluçar, deixando pequenas
lágrimas invadirem seu rosto. Oh Deus, eu estava deixando-a nervosa. Eu não era capaz de causar dor à ela, e tive que me aproximar para tocar seus ombros. Ela se afastou do meu toque, enquanto levava os dedos para enxugar as lágrimas.
- Não chore
- Não importa, Fernando. Se eu estiver grávida, vou tirar esse filho. Não o quero.
Eu engoli profundamente, quando Lu lançou as palavras de forma fria e controlada. Ela parecia magoada - e pensava em tirar o feto que carregava. Talvez fosse a solução para todos os nossos problemas se ela estivesse grávida, viriam perguntas. E que tipo de responsável eu seria se minha tutelada estivesse grávida? E o pior, de mim? Em todas as hipóteses, nós ficaríamos separados. Eu tive que controlar
minhas próprias lágrimas, antes de virar de frente para ela. Não sabia o que dizer naquele momento;
Mas sabia que não queria ser o responsável pela morte de nenhuma vida.
- Não podemos fazer isso, Lu.
Ela olhou para mim, tomada pela raiva em seu semblante. Eu nunca vira Lu tão irritada em todos os dias em que eu estivera com ela.
- E qual é sua solução, Fernando? Eu ter esse filho? E quem eu diria que é o pai?
Ela deu uma risada irônica, enquanto abraçava seu peito.
- Vamos dar um jeito nisso, Lu.
Eu aproximei meu corpo dela, e a abracei. Ela empurrou-me para longe, fazendo menção para que eu fechasse a maca com a cortina. Eu assenti, e nos fechei em um pequeno quadrado, voltando-
se para ela. Ela agarrou meu pescoço, me dando um beijo doce, antes de passear seus dedos pelo meu cabelo. Suas láno-imas encontraram seu rosto, e eu beijei seus olhos, enquanto elas caíam livremente pela sua bochecha.

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