Apaixonada por um homem mais velho.

Cap.14

Matheus Fernandes (Ex-namorado de Vitória)

Quando Vitória disse que estava vindo pra cá, imediatamente meu coração acelerou.

Sempre fui apaixonado por ela, tanto que eu nunca me casei, mas tive apenas um filho com uma mulher qualquer e voltei com meu menino para minha cidade natal depois que ele nasceu.

Agora vou reencontrar o amor da minha vida e ama-la do jeitinho que ela merece.

- Pai, o senhor ouviu o que eu disse? - Pergunta Vitor com um potinho de doce de leite nas mãos

- Desculpa filho, pode repetir?

- Posso comer isso?

- Come Vitor, mas não de colher.

- Ah pai.

- Isso se come com pão e não puro.

- Mas eu não quero comer com pão.

- Então vc não vai comer, é muito doce pra vc comer puro.

- Então posso comer com bolacha?

- Come Vitor, come.

- Eba!

Vitor é o primeiro amor da minha vida e Vitória é o segundo. Depois que ela foi embora, ele chegou e deu mais sentido a minha vida, tornou o meu mundo colorido e cheio de alegria.

- Pai, pega as bolachas pra mim? Eu não alcanço.

- Ninguém mandou ser baixinho - Falei indo até a cozinha

Peguei o pote de bolacha, uma colher e levei para ele até a sala.

- Quem é Vitória?

- Quem mandou vc mexer nas minhas coisas?

- Quem é Vitória pai? O senhor vai me abandonar?

- Deixa de drama Vitor, eu jamais vou te abandonar.

- Mas quem é Vitória?

- Ela é uma antiga namorada do papai.

- Namorada?

- Sim.

- O senhor ainda ama ela?

- Muito, eu nunca esqueci ela.

- Ela está vindo pra cá?

- Está sim, Vitória está passando por uns problemas muito sérios na família dela e eu falei que era para ela me procurar quando fosse necessário.

- Ela vai gostar de mim?

- Não sei meu amor, mas fica tranquilo que ela é uma boa pessoa e vai sim gostar de vc.

Depois que terminei de falar, a campainha tocou.

- Deve ser ela, fica aí que eu já volto.

- Ta bom pai.

Fui atender a porta, Vitória estava com o semblante cansado, os olhos inchados de tanto chorar e mesmo assim estava com um sorriso no rosto.

- Matheus - Disse me abraçando

- Meu amor - Falei beijando a cabeça dela

- Senti tanto a sua falta.

- Eu também Vi, vem, vamos entrar.

Peguei a bolsa dela e fomos para a sala.

- Pai, eu derramei esse negócio na minha blusa novinha.

- Eu falei que não é pra usar roupa nova em casa Vitor.

- Seu filho?

- É, meu filho.

- Por que vc não me contou? Eu teria trazido alguma coisa ou vindo mais apresentável.

- Não se preocupe, ele não gosta muito de presentes e vc está muito bonita.

- Obrigado.

- Vitor, essa é a Vitória.

- Sua namorada.

- Quase isso.

- Vitória, esse é o meu pimpolho bagunceiro.

- Oi pimpolho bagunceiro, é um prazer te conhecer.

- A senhora também.

- Vc é muito parecido com ele, impossível não dizer que é filho e é muito bonito.

- Obrigado. A senhora tem filhos?

- Vitor! Uma coisa de cada vez.

- Pode deixar Matheus e sim, tenho três filhos e um neto.

- Nossa, que legal. Quando vou conhecer eles?

- Vitor, calma cara, uma coisa de cada vez.

- Mas pai...

- Vai lá trocar essa blusa e depois vai comer outra coisa, chega de doces por hoje.

Guardei os dois potes e voltei pra sala.

- Me desculpe por isso, ele é bem curioso.

- Não se preocupe, meu neto também é assim.

- Como vc está?

- Cansada e agora é definitivo, vou me separar dele.

Abracei ela e segurei sua mão tirando devagar a aliança.

- Eu vou estar sempre ao seu lado, não importa o que aconteça.

Ela chorou e se agarrou a mim.

- Ele me machucou, me traiu, me ameaçou, eu estava cansada de tudo aquilo. Conversei com meus filhos e eles me apoiaram, disseram que se vai me fazer bem e feliz, é para eu seguir em frente.

- Concordo com eles e espero que vc se acostume a ter de novo uma criança em casa porque daqui vc não vai sair tão cedo.

- E nem quero.

- Eu te amo tanto Vitória.

- Também te amo Matheus.