Cap.64

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Arthur Albuquerque

Assim que cheguei no escritório não vi Júlia em nenhum lugar. Pedro estava organizando alguns papéis e fui até ele.

- Vc viu a Júlia?

- Não vem hoje.

- Por que?

- Disse que não estava bem.

- Consegue a ficha dela pra mim?

- Hum, vc está interessado nela, já faz semanas que estou observando vcs.

- Consegue ou não?

- Espera aí, já trago pra vc.

- Obrigado.

Esperei por alguns minutos e ele logo apareceu com a ficha da Júlia.

- Anota o endereço e me devolve.

Peguei meu celular e coloquei o endereço no GPS.

- Valeu Pedrinho, te devo uma.

- Vou cobrar em.

- Pode cobrar.

Voltei para a garagem e entrei no meu carro. Eu precisava ver com meus próprios olhos como ela estava.

Cheguei em frente a sua casa, era simples e muito bonita. Estacionei, acionei o alarme e passei pelo portão subindo os três degraus e apertando a campainha.

Alguns minutos depois, ela abre a porta.

- Arthur? O que vc está fazendo aqui? - Pergunta me olhando assustada

- Vim te ver, saber como vc está.

- Arthur, estou bem, é só uma gripe e é melhor vc ir embora.

Quando ela ia fechar a porta, eu a segurei.

- Júlia, por favor, só quero conversar com vc.

Seus olhos estavam cheios de água e quando falei que queria conversar, ela começou a chorar.

- Júlia. - Falei pegando a mão dela

- Me desculpa.

- Está tudo bem.

- Entra - Disse me dando espaço.

- Obrigado.

A casa dela era muito bonita por dentro e por fora. Acompanhei ela até a sala e sentei ao lado dela.

- Por que vc está aqui?

- Eu queria te ver, fiquei preocupado quando Pedro disse que vc não estava bem. O que está acontecendo Júlia?

- Toda vez que tenho crises de ansiedade, eu acordo muito mal e não consigo fazer nada, não consigo me concentrar em nada.

- Deveria ter imaginado, toda vez que vc corre para o banheiro e volta com os olhos vermelhos.

- Não é pra me aparecer ou algo do tipo, eu realmente gosto de trabalhar lá no escritório, mas tem dias que fica difícil de me controlar.

- Eu entendo Júlia, entendo de verdade. Mas eu não gosto quando vc se afasta de todo mundo e principalmente de mim.

- Tenho traumas Arthur.

- Posso e quero te ajudar a supera-los.

- Vc vai sentir nojo de mim.

- Por que eu sentiria? Júlia, independente do que aconteceu, eu ainda te quero.

Ela sorriu e seus olhos brilharam.

- Eu fui machucada Arthur, durante dois anos pela pessoa que dizia me amar, por isso sou assim, por isso tenho medo de que as pessoas, principalmente homens cheguem perto de mim.

- Posso ser o que vc quiser, mas eu jamais te machucaria, jamais te faria sofrer.

- Eu tenho medo Arthur.

- Eu sei meu bem, mas estou disposto a te ajudar a perder esse medo e mostrar pra vc que sexo pode ser bom e prazeroso.

Segurei seu rosto e encostei sua testa na minha.

- Eu te amo Júlia e quero passar o resto da minha vida com vc.

Senti suas lágrimas quentes molharem minhas mãos e a abracei forte para que se sentisse segura.

Apaixonada por um homem mais velho. Onde histórias criam vida. Descubra agora