cap.84

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Mauro Dantas

Sai do hospital e fui direto para a casa do meu pai. Hoje o dia foi cansativo, mas ao mesmo tempo foi bom e engraçado, a família Martins quando está reunida é incrível demais estar na presença deles, a naturalidade como a conversa flui não tem preço e me sinto feliz por saber que eles querem conhecer o meu bebê.

Estacionei, peguei minha mochila e entrei no quintal. Hoje a noite estava agradável, estava perfeita.

Antes que eu pudesse abrir a porta, alguém se antecipou.

- Mauro!

- Leonardo, cara, voltou quando de viagem?

- Hoje de tarde.

- Por que não me ligou?

- Eu até pensei em te ligar, mas seu pai disse que vc estava trabalhando, aí não quis atrapalhar.

- Nossa, que bom que vc voltou, meu pai já estava quase entrando em depressão longe de vc.

- Que exagero Mauro, meu Deus - Disse meu pai aparecendo atrás do Léo - Vai entrar ou vai ficar aí?

- Já estou indo.

Seguimos para a cozinha e coloquei minha mochila na cadeira.

- Lucas está dormindo?

- Dormiu agora a pouco, ele não estava muito bem.

- Por que não me ligou pai? Eu falei com o senhor sobre isso.

- Eu tentei, mas só dava na caixa postal, mandei mensagem para o Apolo, mas ele também não me respondeu.

- O que ele tem?

- Acordou com febre, dei aquele remédio que vc sempre deixa na mochilinha dele e diminuiu, depois mais tarde aumentou de novo, ele não quis o remédio, dei banho e ele acabou dormindo.

- Ele reclamou de dor?

- Na garganta, ele comeu bem pouquinho no almoço e depois não quis comer mais.

- Ele vai ficar gripado de novo.

- Eu falei que toda vez que vc quisesse sair era pra deixar ele aqui, mas vc é teimoso.

- Todas as vezes que eu saí, ele tinha que estar junto pai. Onde ele está?

- Lá no meu quarto, ele deitou e não quis mais sair de lá.

- Vou trazer ele aqui pra sala.

- Vai ficar pra jantar né? - Pergunta Leonardo

- Mais é claro, eu tô morrendo de fome.

- Então vou começar a fazer a janta agora - Disse meu pai

- Eu já volto aqui.

Subi até o quarto do meu pai, Lucas estava sentado na cama coçando os olhinhos.

- Ei meu garotão - Falei pegando ele no colo - Como vc está?

- Cansado.

- É, papai vai te levar amanhã no hospital pra fazer alguns exames, vc está ficando cansadinho muito seguido.

- Ainda estou com sono papai.

- Não quer comer nada? Vovô está cozinhando.

- Não.

- Então vamos descer? Sabe que está lá embaixo?

- Não.

- Léo.

- Léo?

- É, vc ainda não viu ele?

- Não.

- Então vamos descer, vou levar uma cobertinha pra vc dormir no meu colo e pra depois a gente ir pra nossa casinha descansar.

Peguei a mantinha do Léo e voltamos pra cozinha.

- Peguei sua mantinha Léo, depois eu devolvo.

- Nem te preocupa com isso.

- Leleo!

- Oi meu amor, que saudade de vc.

- Eu também estava com saudade Leleo.

A campainha tocou, deixei o Lucas com o Léo e fui atender a porta. Quando abri a porta, para minha surpresa, dei de cara com o Vitor.

- Vitor? O que vc está fazendo aqui?

- Será que podemos conversar?

- Claro, entra.

Fechei a porta e voltamos pra cozinha.

- Pai, será que posso usar seu escritório?

- Pode sim filho. Ah, oi Vitor.

- Oi senhor Danilo, oi Léo.

- Oi Vitor.

- Vamos lá, nós já voltamos.

- Sem pressa meu bem.

Seguimos para o escritório do meu pai em total silêncio, assim que ele entrou, tranquei a porta e fui até a mesinha de bebidas.

- Quer beber alguma coisa?

- Não, eu estou dirigindo.

Enchi meu copo, tampei a garrafa e me virei para encara-lo.

- Sobre o que vc quer conversar?

- Sobre o que aconteceu ontem.

- Vc ainda está com dúvidas?

- Não brinca comigo Mauro.

- Não sou criança Vitor, não sou um menino, sou maduro o suficiente pra saber o que eu quero - Falei largando meu copo e indo até ele - E eu quero vc.

Apaixonada por um homem mais velho. Onde histórias criam vida. Descubra agora