Cap. 106

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Rodrigo Fontenelle

Marcela e eu estavam deitados no sofá, ela dormia emcima de mim enquanto eu assistia TV.

- Amor.

- O que?

- Eu preciso levantar, minhas costas estão doendo.

- Aí amor, fica aqui mais um pouquinho, está tão bom e quentinho.

- Eu sei vida, mas eu preciso ir no banheiro e pegar outra cerveja.

- Seu chato.

- É rapidinho.

Ela se levantou resmungando e eu me levantei indo correndo para o banheiro. Segundos depois que entrei, Marcela me chamou.

- O que?

- Pedro e o Daniel estão aqui.

- Eu já estou indo.

Terminei de fazer xixi, lavei minhas mãos e voltei para a sala.

- Oi meus amores - Falei abraçando eles - Como vcs estão?

- Bem, estamos bem.

- Por que o Renan e a Emilly não vieram?

- Foram no shopping, ele queria comprar algumas coisas pra ela.

- Não quis ir junto Dani?

- Não gosto de shopping vovô.

- Daniel, vem cá com a vovó, vamos comer alguma coisa.

- Ele já comeu mãe.

- E daí? Ele vai comer de novo.

Daniel olhou para ele como se pedisse aprovação.

- Vai cara, vai.

- O que vc está fazendo Pedro? - Perguntei depois que eles saíram

- Como assim?

- Vc está controlando o Daniel?

- Claro que não pai, por que eu faria isso?

- Vc já teve problemas com isso, lembra?

- Não estou fazendo nada, Daniel come quando ele quer, o que quer e quantas vezes quiser.

- Eu realmente espero que vc esteja falando a verdade.

- E estou, eu nunca ousaria brincar com a saúde do meu filho, é sério pai.

- Tá bom então, quer beber alguma coisa?

- Não, obrigado.

- Vou pegar uma cerveja, já volto.

- Tá.

Fui para a cozinha, Daniel estava comendo um pedaço de bolo e a Marcela tomava um chá com bolacha.

- Está bom esse bolo Dani?

- Está uma delícia Vovô.

- Que bom.

Peguei duas cervejas e voltei para a sala.

- Pai, o senhor falou com o Davi?

- Eu não falo com quem não fala comigo amor, minha dívida é com o Apolo, não com ele.

- Dívida? O senhor não tem nenhuma dívida com o Apolo.

- Tenho uma dívida eterna com ele, o que o Apolo fez pelo seu irmão, ninguém mais faria e vc sabe disso.

- Yan está bem, tem uma família e o Apolo já disse que o senhor não deve nada pra ele.

- Tá legal amor, tá legal.

A campainha tocou, me levantei do sofá e fui atender a porta.

- Oi Rodrigo.

- O que vc está fazendo aqui Davi?

- Quero conversar.

- Conversar ou insultar meu pai como vc fez nos últimos anos? - Pergunta Pedro

- Isso não é problema seu Pedro.

- É bem mais do que vc imagina.

- Vc não me provoca garoto.

- Ei, os dois por favor, parem! Entra Davi, podemos conversar lá embaixo.

Ele entrou, fechei a porta e descemos para o meu espaço de treinamento.

- Então, sobre o que vc quer conversar?

- Apolo me incomodou bastante pra eu falar com vc, então eu vim.

- Olha Davi - Falei pegando as peças desmontadas de uma arma - Eu sinto muito por ter escondido esse fato de vcs, mas vc tem filho e sei que vc faria de tudo pra proteger ele, só escondi isso pra proteger os meus.

- Quando vc iria contar?

- Eu senti vontade de contar quando conheci o Apolo, vi algumas semelhanças do Thomas nele e eu quis contar, mas não consegui, não consegui contar, não tive coragem - Respondi carregando a arma

- Me desculpa por tudo que falei e por tudo que vc teve que ouvir de mim, mas foi um baque ouvir que meu pai tinha um filho fora do casamento, minha mãe sofreu demais com ele e coloquei na minha cabeça que eu não podia aceitar isso, mas o Apolo abriu os meus olhos e decidi aceitar que vc também não tem culpa de nada.

- Obrigado por tentar me entender pelo menos um pouquinho e acredite Davi, não quero tirar nada de vc, só quero que meus filhos sejam bem tratados.

- Acredite Rodrigo, eles são amados e muito bem tratados por todos nós da família.

- Fico feliz em saber disso.

Apaixonada por um homem mais velho. Onde histórias criam vida. Descubra agora