Cap. 98 (Parte 1)

230 7 0
                                    

Heloísa Martins

Depois de almoçar, coloquei meu prato na pia, peguei uma latinha de coca e fui para a área da piscina. Fábio e Patrick estavam conversando, a filha dele é a minha melhor amiga, estudamos na mesma faculdade e ela está sempre aqui em casa estudando comigo.

- Fábio, tenho uma reclamação pra vc, ou melhor, uma pergunta.

- O que foi dessa vez Heloísa?

- Por que?

- Por que o que?

- Por que a Nicole não veio? Ela sabia que hoje era o meu aniversário.

- Ah, ela não acordou muito bem hoje, Nicole até queria vir, mas eu e a Sônia achamos melhor ela ficar em casa.

- O que ela tem?

- Gripe, acordou com febre alta.

- Ah, eu vou ir ver ela hoje à noite e aproveito pra levar um pedação de bolo pra gente comer, então avisa ela.

- Pode deixar.

- Heloísa - Disse meu pai - Vem cá.

- Já estou indo pai. Não esquece em Fábio.

- Vou mandar mensagem pra ela agora.

- Obrigado.

Dei a volta na piscina e fui até ele.

- O que vc estava fazendo lá princesa?

- Perguntando para o Fábio porque a Nicole não veio, senti falta dela e hoje vou ir lá ver ela.

- Aproveita pra levar um pedaço de bolo pra ela e pra Sônia também.

- Sim, eu vou levar.

Entramos em casa e a mamãe me chamou.

- O que foi mãe?

- Vem cá, tenho uma coisinha pra vc.

Fui até a sala com o papai e a mamãe estava segurando um cachorrinho peludinho e pequenininho.

- EU NÃO ACREDITO - Gritei animada - EU NÃO ACREDITO!

- Heloísa! Se vc não ainda não viu, tem um bebezinho na sala - Disse Renan

- Relaxa, ele já está acostumado com os gritos do Dylan - Disse Arthur entregando o Emanuel para a Júlia

- Desculpa, mais eu sempre quis ter um cachorrinho peludinho e pequenininho como esse.

Meu pai começou a espirrar e lembrei que ele tinha alergia à pêlo de cachorro.

- Não podemos ficar com ele, papai tem alergia.

- Não precisa se preocupar comigo, é só eu tomar meu remédio que vou ficar bem.

- Tão lindinho, onde vcs encontram ele?

- Um conhecido meu estava doando uns filhotes dos cachorros dele, lembrei que vc queria um, eu e o Patrick fomos buscar ele.

- Vou levar pra casa da Nicole, ela precisa ver meu cachorrinho.

- Mais não vai mesmo, deixa ele em casa filha.

- Por que não posso levar? Ela adora cachorrinhos.

- Eu não me importaria em deixar vc levar ele - Disse Fábio entrando na sala - Mas a Sônia não gosta de cachorro.

- Por que não?

- Heloísa, vc já está querendo saber demais, vc não vai levar ele e pronto.

- Eu quero saber pai, por que não Fábio?

- Ela teve uma experiência traumática quando era criança, então evito que ela tenha qualquer contato com cachorros.

- Ah bom, agora sim eu vou deixar ele em casa.

- Senhor Apolo, posso falar com o senhor rapidinho?

- Claro, vamos lá.

Soltei meu cachorrinho no chão e ele foi direto para o colo do Anthony.

- Faz carinho nele Anthony, ele quer brincar com vc - Disse Marlon

- Tenho medo pai, não quero.

- Ele não vai te morder, é só brincar com ele.

- Não pai, não, tira ele, tira ele - Disse Anthony chorando

- Vc é muito medroso cara - Disse Marlon pegando ele no colo

- Não fala assim com ele Marlon - Disse mamãe - É normal ter medo

- Quem dera o Dylan tivesse medo de algumas coisas mas ele é uma mistura do Arthur, André e do Davi, então tenho que me contentar com isso - Disse tia Poliana

- Depois de tudo que eu fiz pra vc e é assim que vc me agradece? - Pergunta o tio Davi fazendo drama

- Não começa Davi, não começa com seu drama.

- Não é drama, é a verdade. Vcs ficam fazendo pouco caso de mim, ai quando eu sumir, não quero ninguém chorando por minha causa.

- Menos Davi, bem menos - Disse tia Melissa

Olhei para o Murilo, ele estava de olhos fechados com a cabeça deitada no ombro da Lua. Desde o descobrimento do câncer a oito anos atrás, diversas quimioterapias e uma cirurgia para a retirada de um tumor na cabeça, ele nunca mais foi o mesmo.

Tio Davi percebeu que eu estava olhando para o Murilo e chamou por ele.

- Murilo.

Ele não respondeu e nem abriu os olhos. Tio Davi foi até ele e quando tio Davi encostou nele, Murilo caiu nos braços dele.

- Droga! Murilo!

- Coloca ele deitado no sofá - Disse Tio André

- O que aconteceu? - Pergunta papai voltando pra sala

- Murilo desmaiou, preciso daquela tua bebida, não vou esperar ele acordar sozinho.

- Não Davi, é muito forte pra ele, vai fazer mal.

- Apolo, se vc não pegar, eu pego.

Meu pai tem uma garrafa com uma bebida que é terrivelmente forte, não quero exagerar mas é bem capaz de acordar até defunto.

Apaixonada por um homem mais velho. Onde histórias criam vida. Descubra agora