Heloísa Martins
Depois de almoçar, coloquei meu prato na pia, peguei uma latinha de coca e fui para a área da piscina. Fábio e Patrick estavam conversando, a filha dele é a minha melhor amiga, estudamos na mesma faculdade e ela está sempre aqui em casa estudando comigo.
- Fábio, tenho uma reclamação pra vc, ou melhor, uma pergunta.
- O que foi dessa vez Heloísa?
- Por que?
- Por que o que?
- Por que a Nicole não veio? Ela sabia que hoje era o meu aniversário.
- Ah, ela não acordou muito bem hoje, Nicole até queria vir, mas eu e a Sônia achamos melhor ela ficar em casa.
- O que ela tem?
- Gripe, acordou com febre alta.
- Ah, eu vou ir ver ela hoje à noite e aproveito pra levar um pedação de bolo pra gente comer, então avisa ela.
- Pode deixar.
- Heloísa - Disse meu pai - Vem cá.
- Já estou indo pai. Não esquece em Fábio.
- Vou mandar mensagem pra ela agora.
- Obrigado.
Dei a volta na piscina e fui até ele.
- O que vc estava fazendo lá princesa?
- Perguntando para o Fábio porque a Nicole não veio, senti falta dela e hoje vou ir lá ver ela.
- Aproveita pra levar um pedaço de bolo pra ela e pra Sônia também.
- Sim, eu vou levar.
Entramos em casa e a mamãe me chamou.
- O que foi mãe?
- Vem cá, tenho uma coisinha pra vc.
Fui até a sala com o papai e a mamãe estava segurando um cachorrinho peludinho e pequenininho.
- EU NÃO ACREDITO - Gritei animada - EU NÃO ACREDITO!
- Heloísa! Se vc não ainda não viu, tem um bebezinho na sala - Disse Renan
- Relaxa, ele já está acostumado com os gritos do Dylan - Disse Arthur entregando o Emanuel para a Júlia
- Desculpa, mais eu sempre quis ter um cachorrinho peludinho e pequenininho como esse.
Meu pai começou a espirrar e lembrei que ele tinha alergia à pêlo de cachorro.
- Não podemos ficar com ele, papai tem alergia.
- Não precisa se preocupar comigo, é só eu tomar meu remédio que vou ficar bem.
- Tão lindinho, onde vcs encontram ele?
- Um conhecido meu estava doando uns filhotes dos cachorros dele, lembrei que vc queria um, eu e o Patrick fomos buscar ele.
- Vou levar pra casa da Nicole, ela precisa ver meu cachorrinho.
- Mais não vai mesmo, deixa ele em casa filha.
- Por que não posso levar? Ela adora cachorrinhos.
- Eu não me importaria em deixar vc levar ele - Disse Fábio entrando na sala - Mas a Sônia não gosta de cachorro.
- Por que não?
- Heloísa, vc já está querendo saber demais, vc não vai levar ele e pronto.
- Eu quero saber pai, por que não Fábio?
- Ela teve uma experiência traumática quando era criança, então evito que ela tenha qualquer contato com cachorros.
- Ah bom, agora sim eu vou deixar ele em casa.
- Senhor Apolo, posso falar com o senhor rapidinho?
- Claro, vamos lá.
Soltei meu cachorrinho no chão e ele foi direto para o colo do Anthony.
- Faz carinho nele Anthony, ele quer brincar com vc - Disse Marlon
- Tenho medo pai, não quero.
- Ele não vai te morder, é só brincar com ele.
- Não pai, não, tira ele, tira ele - Disse Anthony chorando
- Vc é muito medroso cara - Disse Marlon pegando ele no colo
- Não fala assim com ele Marlon - Disse mamãe - É normal ter medo
- Quem dera o Dylan tivesse medo de algumas coisas mas ele é uma mistura do Arthur, André e do Davi, então tenho que me contentar com isso - Disse tia Poliana
- Depois de tudo que eu fiz pra vc e é assim que vc me agradece? - Pergunta o tio Davi fazendo drama
- Não começa Davi, não começa com seu drama.
- Não é drama, é a verdade. Vcs ficam fazendo pouco caso de mim, ai quando eu sumir, não quero ninguém chorando por minha causa.
- Menos Davi, bem menos - Disse tia Melissa
Olhei para o Murilo, ele estava de olhos fechados com a cabeça deitada no ombro da Lua. Desde o descobrimento do câncer a oito anos atrás, diversas quimioterapias e uma cirurgia para a retirada de um tumor na cabeça, ele nunca mais foi o mesmo.
Tio Davi percebeu que eu estava olhando para o Murilo e chamou por ele.
- Murilo.
Ele não respondeu e nem abriu os olhos. Tio Davi foi até ele e quando tio Davi encostou nele, Murilo caiu nos braços dele.
- Droga! Murilo!
- Coloca ele deitado no sofá - Disse Tio André
- O que aconteceu? - Pergunta papai voltando pra sala
- Murilo desmaiou, preciso daquela tua bebida, não vou esperar ele acordar sozinho.
- Não Davi, é muito forte pra ele, vai fazer mal.
- Apolo, se vc não pegar, eu pego.
Meu pai tem uma garrafa com uma bebida que é terrivelmente forte, não quero exagerar mas é bem capaz de acordar até defunto.
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Apaixonada por um homem mais velho.
RomanceEla chegou e se tornou a principal estrela do meu universo 🍃