Apaixonada por um homem mais velho.

Cap.43

Renan Martins

Acordei super bem hoje e bem humorado. Tomei banho, me arrumei, guardei meu caderno e estojo na mochilinha e desci pra cozinha.

- Onde vc vai todo arrumado? - Pergunta Mariana

- Sair com meu pai.

- Quero ir junto - Disse Marlon

- Não, daqui a pouco vc tem médico e come de uma vez Marlon - Disse Mariana

- Ta bom mãe.

Comi bem pouco, eu não estava com muita fome. Subi para o quarto escovar os dentes e voltei pra sala.

- Está pronto filho? - Pergunta papai

- Sim.

- Então vamos.

Passamos em uma loja de materiais escolares e compramos várias coisas para o Yan, para mim e para o Marlon também. Depois seguimos para a clínica em que Yan estava internado.

O pai dele estava na recepção nos esperando, na verdade, descobri que era o pai do Yan só quando o meu pai me falou.

- Como ele está hoje?

- Bem calmo, eu trouxe o Pedro para ele ver e ajudou bastante.

- Que bom.

Ele olhou para mim e sorriu.

- O famoso Renan, Pedro fala bastante de vc.

Sorri envergonhado e segurei a mão do meu pai.

- Bom, vamos lá.

Seguimos até o quarto do Yan, quando o pai dele abriu a porta, ele estava sentado em um canto do quarto e seus desenhos estavam rasgados e amassados.

- Yan, o que vc fez?

- Não fui eu papai, foi ele, foi ele que estragou meus desenhos, ele disse que eu nunca vou sair daqui e meus lápis papai, meus lápis - Responde chorando e começando a juntar os lápis quebrados

- Ei Yan - Chama meu pai pegando as sacolas que estavam os materiais que compramos para ele - Deixa esses lápis quebrados de lado, olha aqui o que compramos pra vc.

Assim que ele pegou as sacolas, Yan percebeu a minha presença.

- Oi Renanzinho, vc veio me ver - Disse sorrindo - Vc está bem? Quer desenhar comigo?

Olhei para o meu pai e ele balançou a cabeça como se quisesse dizer que estava tudo bem. Tirei minha mochila das costas e sentei no chão de frente para ele.

- Renan - Chama o pai do Yan - Vamos estar ali fora, qualquer coisa vc chama.

- Ta bom.

- Se sentirem fome vcs nos avisem - Disse meu pai

- Ta bom.

Eles saíram do quarto, tirei da mochila meu caderno, meu estojo e continuei a desenhar. Então de relance vi um desenho do Pedro que estava inteiro embaixo da cadeira. Quando eu ia pegar, Yan se antecipou e agarrou a folha.

- Não! Meu irmão não!

- Eu só ia pegar pra te devolver.

- Não, é melhor deixar que eu pego, não quero te machucar de novo.

Automaticamente coloquei a mão na minha barriga, as vezes tenho algumas pontadas que me incomodam muito e pesadelos que ainda me atormentam, mas nada se compara com o que o Yan está passando.

- Podemos refazer seus desenhos se vc quiser e também posso te ajudar a montar de novo seu mural.

- Vc tem um mural?

- Tenho e o meu irmão também tem.

- Vc tem um irmão?

- Tenho, ele tem 10 anos.

- Desenha ele pra mim?

- Vc quer um desenho do meu irmão?

- Quero.

- Ta bom, eu faço um pra vc.

- Obrigado.

Depois do que aconteceu, é estranho estar no mesmo ambiente que ele, mas é legal saber que ele está tentando melhorar.