Cap.71

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Apolo Martins

Fui visitar meu irmão que ainda estava internado. Ele teve algumas complicações pós-cirurgia e essa semana Melissa me contou que ele estava abaixo de morfina para controlar a dor.

Fico preocupado com ele, Davi é uma das pessoas mais importantes da minha vida, um dos meus melhores amigos e não gostaria de perder ele.

- Oi - Falei abraçando a Mel

- Oi Apolo.

- Como ele está hoje?

- Um pouco melhor, hoje não precisou de morfina.

- Graças a Deus. Vai pra casa descansar, meu motorista está te esperando e vai te levar pra casa.

- Obrigado.

Segui para o quarto onde estava o meu irmão, quando entrei, ele estava saindo do banheiro com a ajuda de um enfermeiro.

- Apolo!

- Eaí cara - Falei dando um beijo na testa dele - Como vc está? Sentindo muita dor ainda?

- Só quando me mexo um pouco demais, mas estou melhor do que nos outros dias.

- Que bom. Murilo veio te ver?

- Veio sim, ontem e hoje de manhã antes de vc chegar. Como a Mel está? Ela quase nem me olha direito.

- Foi um trauma mano, vai demorar um pouquinho pra ela se recuperar totalmente.

- Eu vi tudo Apolo, ouvi ela gritando, vi ela se debatendo, ouvi ela chorando e não pude fazer nada pra impedir aquele desgraçado de encostar nela.

- Vc também estava impossibilitado Davi, corria o risco de perder sua vida, a culpa não foi sua.

- Eu deveria ter feito alguma coisa, ela não merecia ter passado por tudo aquilo.

- Mano, agora tudo que vc precisa fazer é mostrar que ela pode confiar em vc como sempre fez, vc sabe que o que aconteceu é complicado demais de ser falado.

- Aquela cena não sai da minha cabeça, ela gritando e chamando por mim parece um eco nos meus ouvidos e isso está me matando - Disse Davi chorando - Eu preciso que ela olhe nos meus olhos e diga alguma coisa, que brigue comigo, que me diga que está tudo bem mesmo eu sabendo que é mentira, eu não consigo continuar desse jeito.

- Eu sei - Falei abraçando ele com cuidado - Vai ficar tudo bem, tenta descansar um pouco, vou ficar aqui com vc.

- Obrigado irmão.

[...]

Acordei de madrugada com Davi tendo outro pesadelo, foi o que eu achei até que os batimentos dele começaram a diminuir. Chamei rapidamente pelos médicos e enfermeiros que não demoraram muito para atendê-lo.

- Apolo, espera aqui fora, já te trago notícias - Disse Mauro.

- Tá bom.

Fiquei na sala de espera caminhando de um lado para o outro. Não mandei mensagem para ninguém, eu não queria que eles se preocupassem mais do que já estamos.

Minutos depois, Mauro aparece.

- Eaí, ele está bem?

- Está sim, foi início de uma parada cardiorrespiratória, mas já foi controlada e ele agora precisa descansar.

Respirei aliviado.

- Obrigado cara.

- Qualquer coisa pode me chamar.

- Obrigado mais uma vez.

Voltei para o quarto e fiquei observando meu irmão até que eu acabei pegando no sono.

Apaixonada por um homem mais velho. Onde histórias criam vida. Descubra agora