Cap. 148

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Mauro

Joguei o celular do meu pai emcima da mesa, Leonardo entrou correndo na cozinha quando ouviu o barulho.

- O que aconteceu? Mauro! O celular do seu pai!

- Se quebrou, eu arco com o prejuízo.

- Por que você está tão estressado?

- Aquele filho da puta do Tiago, só aparece pra encher o saco.

- Olha essa boca Mauro.

- Que merda Leonardo!

- Estava falando com quem?

- Com o André, ele vem falar com meu pai.

- Sobre o que?

- Matheus.

- Matheus? Por que?

- Meu pai conhece o Matheus melhor do que ninguém, André quer descobrir sobre o passado dele.

- Seu pai ainda está muito debilitado Mauro, ele mal consegue terminar uma frase.

- E você acha que eu não sei? Ele é teimoso, não me escuta.

- Igual a você.

- Dá pra você parar? Obrigado.

- Vou pegar um copo de água com açúcar pra você, está muito estressadinho.

- Se você não fosse o protegido do meu pai, eu te derrubaria no soco.

- Protegido do seu pai? Está vendo essa aliança Mauro? Sou marido do seu pai, essa é a palavra certa.

- Me dá um tempo Leonardo.

Sai da cozinha e subi até o quarto do meu pai, ele estava sentado na cama vestido com outra roupa e o cabelo molhado.

- O senhor deveria estar deitado.

- Eu estou bem Mauro - Disse me olhando sério

- Está me olhando assim por que?

- É inacreditável a sua falta de respeito com o Leonardo. Estou decepcionado.

- Me conta uma novidade agora.

- Filho, ele estava com a gente quando mais precisamos, me ajudou a te criar, cuidou de você, esteve mais presente na sua vida do que eu. Sabe o que eu acho, é que você está descontando nele, a raiva que você sente de mim.

- Isso não é verdade!

- Você sabe muito bem que é sim, eu me afundei no trabalho quando sua mãe foi embora, estive ausente quando você mais precisou de mim, deixei você de lado.

- Nunca deixei de amar o senhor por causa disso, nunca deixei o senhor de lado, estive sempre aqui quando o senhor precisou.

- Mas eu não, porque quando ela foi embora, eu achei que a culpa era sua!

Ouvir aquilo foi como se eu tivesse levado uma facada no coração, senti meus braços amolecerem e não consegui mais dizer uma palavra.

- Chega Danilo! Você já está falando demais - Disse Leonardo entrando no quarto

Saí daquele lugar atordoado, desci as escadas e aquela frase ecoava na minha cabeça. Abri a porta quando André estava prestes a apertar a campainha.

- Mauro, o que aconteceu? Você está pálido.

Olhei para ele por alguns segundos, deixei a porta aberta e saí sem dizer nada.

- Mauro!

Entrei no meu carro e andei até a perimetral. Minhas vistas estavam começando a ficar embaçadas por causa das lágrimas e nenhuma delas caiu. Atravessei o cruzamento e a última coisa que senti foi o impacto do outro carro se chocando contra o meu.

Apaixonada por um homem mais velho. Onde histórias criam vida. Descubra agora