Cap.34

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Renan Martins

1 SEMANA DEPOIS

Fiquei uma semana sem ir à escola como meu pai disse que eu poderia ficar. Hoje resolvi voltar e levei comigo aquele bilhete que tem se tornado um mantra, uma forma de me manter mais calmo e motivado.

Paramos em frente a escola e senti um friozinho na barriga, meu pai segurou minhas mãos que estavam tremendo.

- Tem certeza? Não tem nenhum problema em não estar preparado.

- Eu quero tentar.

- Certo, vc pode me ligar quando quiser ir pra casa e eu venho te buscar.

- Ta bom.

Ele me entregou o bilhete que eu  tinha guardado no bolso e nem percebi que havia caído.

- Encontrei isso na porta, acredito que seja seu.

- Sim, obrigado.

- Não importa quem tenha escrito, mas saiba que essa pessoa tem razão, vc é um menino incrível e eu te amo por isso e tenho muito orgulho de vc.

- Eu também te amo pai.

Guardei meu bilhete na mochila para não ter o perigo de eu perder novamente.

- Boa aula meu amor.

- Bom trabalho pai.

Saí do carro, respirei fundo e entrei na escola. Manuela veio correndo me abraçar, durante essa semana que faltei a gente só se falou por mensagem, ela não pode ir lá em casa e nem eu ir na dela.

- Ah maninho, que saudade de vc.

- Também senti sua falta.

- Vc está bem?

- Estou sim.

- Fico feliz. Uma pessoa perguntou de vc.

- Sério? Quem?

- Bom, a pessoa está vindo na nossa direção.

Olhei para trás bem na hora em que ele parou na minha frente e me abraçou. Fiquei sem saber como reagir e não me movi do lugar. Ele se afastou e sorriu me deixando envergonhado.

- Bem vindo de volta.

- Obrigado.

- Achei que eu teria que fazer dupla com a Manu por mais um mês. Ela já estava me enlouquecendo.

- Seu mentiroso, vc que não me deixava em paz.

- Sim, bem eu mesmo.

- Agora que o Renan está de volta, não preciso mais te aturar.

- Somos um trio Leonardo, vc vai ter que me aturar.

- Que droga.

Eu só fiquei ouvindo os dois discutindo e rindo deles. O sinal bateu e entramos em nossa sala.

Sentei no meu lugar, tirei meus materiais da mochila e enquanto esperávamos a professora, ficamos conversando.

- Vc copiou tudo o que eu te mandei?

- Claro né, copiei tudinho, enquanto eu ajudava meu irmão, eu fazia minhas coisas.

- Como está aquela coisa fofa? Vejo as fotos que vc posta com ele e dele.

- Ele está bem, só ontem que meu pai teve que levá-lo ao hospital, ele comeu um pouquinho de massa e acabou fazendo mal, agora ele não pode comer nenhum tipo de massa.

- Sério? Eu morreria se não comesse massa, adoro massa.

- Mas ele não pode comer nem aquela massa integral? - Pergunta Manuela

- Meu pai disse que ia fazer um teste com essa massa, porque o Marlon come de tudo e ele também adora comer massa, não é justo deixar ele sem a bendita massa.

- Isso é verdade.

Manuela fez sinal de que tinha algo ou alguém atrás de mim. Me virei para frente e era aquele menino do vestiário, o único que não riu de mim. Ele largou um bombom emcima da minha mesa e sorriu.

- Que bom que vc voltou, tomara que esteja tudo bem agora.

- É, acho que sim. Obrigado.

Ele foi para o lugar dele e Leonardo me cutucou.

- Quando ia contar pra mim?

- Contar o que? - Perguntei confuso

- Sobre o bilhete, a Manu me contou que vc recebeu um bilhete.

- Não sei quem mandou - Menti - Encontrei dentro da minha mochila semana passada

- Suspeito, muito suspeito.

A primeira aula foi de educação física. Olhei bravo para a Manu, ela não me disse que tinha mudado o horário das aulas.

O medo de acontecer de novo fez minhas mãos começarem a tremer. Respirei fundo e acompanhei a turma até o ginásio.

Eu e o Leonardo fomos juntos para o vestiário. Fiquei pensando no que eu faria depois da escola enquanto o Leo ia trocar de roupa.

- Olha só quem resolveu aparecer novamente - Disse Yan, o que se acha o popular - O garoto prodígio, o monstrinho do lago ness.

- Com licença - Falei tentando passar

Yan me empurrou com força até a parede e senti uma dor aguda em minha barriga.

Senti gosto de sangue em minha boca, abaixei minha cabeça e vi que a ponta de um ferro tinha me atravessado.

A última coisa que eu ouvi antes de cair e desmaiar foi a voz do Pedro e do Leonardo gritando por ajuda.

Apaixonada por um homem mais velho. Onde histórias criam vida. Descubra agora