Cap.70

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Yan Fontenelle

Pedro me levou até a casa do nosso pai. Ele iria sair com o Renan e não quis me deixar sozinho.

- Eu venho te buscar quando deixar o Renan em casa.

- Não, não precisa.

- Por que? Vc vai dormir aqui no papai?

- Não, eu vou pra outro lugar.

- Tá, mas não vai sozinho e se precisar, me liga.

- Tá bom, tchau mano.

- Tchau Yan.

Sai do carro e meu pai já estava me esperando na varanda, ele desceu e veio abrir o portão.

- Oi meu amor.

- Oi pai.

- Como vc está?

- Bem.

- Que bom, vamos entrar.

- Mamãe está em casa?

- Está, mas está dormindo, ela não acordou muito bem.

Entramos em casa e segui ele até a cozinha.

- Quer beber alguma coisa?

- Não, eu estou com fome.

- Vc não comeu nada antes de vir pra cá?

- Sim, mas estou com fome de novo.

- Tá, vou fazer alguma coisa pra gente. O que te trouxe até aqui hoje?

- Eu queria conversar.

- Sobre o que meu bem?

- Manuela.

- O que tem a Manuela?

- Eu amo ela.

- E vc já contou isso pra ela?

- Sim.

- Tem mais alguma coisa que vc não está me contando, o que é?

- Ela está grávida.

Ele parou de cortar os tomates e me olhou sério.

- Vcs transaram sem camisinha?

- Uma vez, achei que não ia dar nada pai.

- Filho, eu e sua mãe transamos uma vez sem camisinha e tivemos gêmeos. Mas vc está feliz com isso?

- Não sei.

- O que vc está sentindo meu amor?

- Medo.

- Do quê?

- De não conseguir ser um bom pai como o senhor.

- Nem sempre fui um bom pai filho, mas vc não tem que ser como eu, tem que ser melhor que eu e vc não precisa ter medo, não estará sozinho e sempre que precisar, o vovô Rodrigo vai estar aqui pra te ajudar.

- E minhas crises? E se eu machucar um deles?

- Uma coisa de cada vez filho, não precisa ficar afobado.

- Seu pai tem razão - Disse mamãe - Vamos estar aqui pra te ajudar em tudo que vc e a Manu precisarem.

- Obrigado.

- Está melhor amor?

- Ainda estou com um pouco de dor no estômago.

- O que aconteceu mãe?

- Minha gastrite atacou, mas vou ficar bem.

Terminamos de comer, ficamos conversando por mais um bom tempo e decidi ir para a casa do André.

-  Pai, o senhor me dá uma carona até a casa do André?

- Claro, eu já aproveito pra ir na farmácia. Marcela.

- O que?

- Vou na farmácia e depois no mercado, quer alguma coisa?

- Chocolate.

- Tá, eu já volto.

- Tá bom.

Saímos de casa, entramos na carro e seguimos para a casa do André.

- Vai com calma, tá?

- Tá.

- Respira fundo várias vezes antes de dizer alguma coisa quantas vezes for necessário, entendido?

- Sim.

- Ótimo meu amor, qualquer coisa vc me liga.

- Tá bom, tchau pai.

- Tchau meu bem.

Sai do carro e apertei a campainha, esperei alguns minutos até que o portão foi aberto e eu entrei.

- Yan - Disse Manuela vindo me abraçar

- Como vc está?

- Bem, vamos entrar, meu pai está esperando.

Quando beijei ela e me afastei, vi Maurício me encarando, não gosto nenhum pouco desse cara.

- Ei, não se estressa com isso, está tudo bem.

Sorri e peguei sua mão.

- Vc já contou para o seu pai? - Pergunta Manu

- Sim, eu fui lá antes de vir pra cá.

- E qual foi a reação dele?

- Ele ficou meio bravo e depois feliz, minha mãe também.

- Que bom, meu pai também ficou feliz.

- Ainda bem, achei que estaria encrencado com ele.

- Não mesmo.

Entramos e seguimos direto para a sala. Arthur e Júlia estavam montando um quebra cabeça, André e Poliana estavam assistindo tv.

- Pai. - Disse Manuela chamando a atenção dele

- Yan, que bom te ver, como vc está?

- Bem.

- Quer beber alguma coisa?

- Não, obrigado.

- Oi Yan - Disse Poliana

- Oi Poli.

- Eaí cunhadinho - Disse Arthur

- Eai Arthur, oi Júlia.

- Oi.

- Não sei porque vc quer conversar comigo, mas vamos lá.

Segui ele até o seu escritório, sentei na cadeira enquanto ele enchia um copo com whisky.

- Então Yan, o que vc quer falar comigo?

- Quero pedir a mão da Manu em casamento.

- Vc é bem direto.

- Não gosto muito de enrolar.

- Vc sabe que casamento e filhos são duas grandes responsabilidades.

- Eu sei.

- Que não vai ser um mar de rosas, sempre vai haver momentos bons e ruins.

- Também sei disso.

- Manu é minha única filha menina e ver ela feliz me deixa feliz também.

- Manuela me acalmou quando eu tive uma crise ontem e acredito que ela e o nosso bebê vão me ajudar muito.

- Também acredito, vcs tem minha bênção Yan.

- Muito obrigado, fico feliz com isso.

Apaixonada por um homem mais velho. Onde histórias criam vida. Descubra agora