Cap.27

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Apolo Martins

Acordei com minha cabeça latejando de dor, aos poucos eu conseguia lembrar de tudo que tinha acontecido. Me levantei devagar e lembrei do meu filho que estava comigo no carro.

- RENAN! RENAN! - Gritei balançando as grades ou pelo menos tentando

Eu estava preso em uma espécie de cela, era sujo, úmido e tinha cheiro de mofo, ver tudo aquilo me deu náuseas.

- PAPAI!

Distante da onde eu estava, consegui ouvir a voz do meu bebê, isso me trouxe um pouco de alívio.

- RENAN!

- ESTOU COM MEDO PAPAI.

- NÃO SE PREOCUPE MEU AMOR, VOU TIRAR VC DAÍ.

- PA...

Ele parou de falar e comecei a me desesperar.

- RENAN? RENAN!

Balancei mais uma vez as grades com bastante força e nada acontecia.

- RENAN - Gritei chorando - FALA COM O PAPAI, por favor, RENAAAAAAN.

Dei meu último grito com todo fôlego que eu tinha antes de desmaiar com uma enorme onda de eletricidade que invadiu meu corpo.

[...]

Levei um chute nas minhas costelas que me fez gritar, mas eu estava amordaçado, amarrado e vendado.

Senti me levantarem e me colocarem sentado em uma cadeira, logo tiraram a venda e aos poucos minha visão foi se ajustando com a luz.

A primeira coisa que vi foi meu menino pendurado como um boneco pelos bracinhos pequenos que ele tem, mal conseguia encostar seus pezinhos no chão. Renan estava só de cueca, por todo seu corpinho tinha cortes que ainda sangravam, com certeza deixariam cicatrizes e ele tremia de frio.

- Está gostando da vista? - Pergunta rindo

Desgraçado, esse filho da puta me paga pelo que está fazendo com meu filho.

- Eu avisei Apolo, avisei que te faria pagar pelo que fez, avisei que te faria sofrer mais do vc imaginava até pensei em trazer a sua moreninha gostosa, mas eu sei muito bem que seu ponto fraco é outro - Disse pegando uma faca que estava emcima de uma mesinha

Ele foi até o Renan, furou seu bracinho e fez outro corte. Meu bebê gritou e chorou chamando por mim. Eu estava amarrado, não pude fazer nada pra impedir aquele desgraçado de machucar ele.

- Calma garotão, é só um cortezinho, logo passa.

Tentei falar alguma coisa, mas lembrei que estava amordaçado. Me balancei na cadeira, dois homens me seguraram e fiz uns barulhos estranho como se parecesse que eu queria falar alguma coisa.

- Tirem a mordaça dele.

Consegui respirar melhor quando tiraram aquele negócio da minha boca.

- Para - Falei respirando fundo

- O que?

- Para de machucar ele, meu filho não tem culpa dos meus erros.

- Hum, não, não é verdade, vc começou a errar muito depois que teve esse pirralho.

- As decisões e escolhas foram minhas, eu não quis prejudicar ninguém.

- Éramos parceiros, vc, eu, seu irmão. Mas quando esse verme nasceu, vc deixou tudo para trás.

- Era o meu filho, ele precisava de mim.

- Vc se isolou do mundo, se afastou da sua família, eu senti falta do meu filho.

- Vc transou com a MINHA namorada, queria que eu fizesse o que? Sorrisse, te abraçasse como se nada tivesse acontecido? Sinto muito, mas não ia rolar.

- Ela já tinha te traído outras vezes antes de mim, só te fiz um favor.

- Um favor? Pai, vc era o meu herói, meu melhor amigo e quando eu descobri o que tinha acontecido, meu mundo desabou, vc se tornou um monstro pra mim, o Renan foi minha válvula de escape, ele me ajudou a sair de uma depressão que ninguém sabia que eu estava, o meu filho me tirou do fundo do poço onde vc me colocou, ele só fez o seu trabalho.

- Nunca, esse menino nunca deveria ter nascido.

- Por que? Assim seria melhor né? Vcs poderia se encontrar e me trair quantas vezes quisessem que eu nunca iria descobrir. Mas eu agradeço ao meu filho, foi por causa dele que eu descobri tudo.

Ele fez outros cortes nos bracinhos e perninhas do Renan. Eu me sacudia na cadeira tentando me soltar daquelas cordas para salvar meus filhos, mais nada adiantava, todo meu esforço estava sendo inútil e o meu filho morria aos poucos na minha frente.

- CHEGA!

- P-PA-P-AI.

- Sofra meu bichinho, sofra minha almofadinha de alfinetes.

- CHEGA THOMAS!

- Apaguem ele e o levem de volta para a cela.

- O que? Não, nã...

Um dos homens colocou um pano no meu nariz e em questão de segundos eu tinha perdido a consciência.

Apaixonada por um homem mais velho. Onde histórias criam vida. Descubra agora