Cap. 113

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Daniel Fontenelle

Quando meu pai disse que eu ficaria na casa do vovô Apolo junto com a vovó Mariana, lembrei que o Guilherme também estaria lá, eu não estava preparado para ver o Guilherme de novo, não depois do que tinha acontecido na hora do intervalo.

- Por que eu não posso ficar em casa?

- Porque não, eu não vou te deixar sozinho.

- Pai, eu não quero ir para o vovô.

- Por que não?

- O Guilherme vai estar lá.

- E daí?

- Eu não quero ver ele.

- Por que? O que ele fez pra vc?

- Nada.

- Alguma coisa aconteceu pra vc não querer ver ele, o que foi?

- Nada pai.

- Fala logo Daniel.

- A gente ficou.

- Como é?

- A gente ficou, não tem nada demais.

- Quantas vezes isso já aconteceu?

- Foi uma vez só pai, uma vez.

- Só não vou me deter nesse assunto porque tenho que levar sua irmã no médico, mas vamos conversar quando eu chegar, agora vamos que eu vou te levar pra casa do seu avô.

Peguei minha mochila e seguimos para a garagem.

- O que a Emi tem, papai?

- Com certeza é só uma gripe, nada demais.

Chegamos rapidinho na casa do meu avô e quem me recebeu foi a vovó Mariana.

- Oi meu amor.

- Oi vovó.

- Oi Pedro.

- Oi dona Mariana, eu venho buscar ele assim que sairmos de lá.

- Sem pressa, como ela está?

- Bem mal, a febre não quer baixar de jeito nenhum e ela não está nem conseguindo comer direito.

- Provavelmente seja uma virose.

- Tomara que seja só isso mesmo, bom eu vou indo, se comporta Daniel.

- Tá bom pai.

Depois que ele foi embora, entramos e Guilherme estava na porta, fico até envergonhado de lembrar que nos beijamos mas tenho que admitir que foi bom.

- Está com fome?

- Um pouco.

- Vai lá na sala com o Guilherme, eu vou fazer alguma coisa pra vcs comerem.

Fui pra sala e Guilherme estava assistindo tv.

- Oi Dani.

- Oi Guilherme.

- Por que vc está me evitando?

- Não estou te evitando.

- Vc não me respondeu quando perguntei sobre aquilo que conversamos.

- Não estou preparado.

- Sei.

- Se vc não acredita, o problema é seu.

- Eu disse que não acreditava?

- Vc é um idiota.

- Vindo de vc eu considero isso um elogio.

Ficamos em silêncio quando o Patrick e a tia Heloísa entraram na sala.

- Oi Daniel.

- Oi tia Heloísa, oi Patrick.

- Oi Dani.

- Ah, resolveu descer - Disse vovó Mariana entrando na sala com uma bandeja

- Estou com fome - Disse tia Heloísa

- Vou preparar outra coisa pra vc, podem comer meninos.

- Como foi a aula hoje meninos? - Pergunta tia Heloísa

- Bom, fizemos bastante coisa hoje.

O celular do Patrick vibrou e um medo tomou conta de mim.

- Pedro me mandou mensagem, disse que queria conversar comigo.

- Ele falou sobre o que era? - Pergunta tia Heloísa

- Guilherme... O que vc aprontou cara?

- Nada pai.

- Não, para o Pedro querer conversar comigo, é porque vc fez alguma coisa, fala logo.

Guilherme olhou pra mim e contou tudo rapidamente antes que eu pudesse impedir.

- Eu e o Dani ficamos.

- Aí que fofos - Disse tia Heloísa

- Heloísa!

- Desculpinha amor.

- O que eu te falei sobre isso?

- Em qualquer lugar menos na escola.

- É e vc me desobedeceu Guilherme.

- Desculpa pai.

- A gente conversa sobre isso mais tarde, termina de comer pra depois ir fazer suas tarefas da escola.

Fiquei muito confuso, Patrick não ficou bravo com o Guilherme por ter ficado com outro menino, mas sim no lugar em que ficamos, minha cabecinha não está acostumada com isso.

Apaixonada por um homem mais velho. Onde histórias criam vida. Descubra agora