Cap.23

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Apolo Martins

Mariana chegou por volta das oito horas da noite, ouvi ela cumprimentar os seguranças como sempre faz e abrir a porta.

- Apolo?

- Aqui na cozinha amor.

Aproveitei que o Renan dormiu para trabalhar um pouco. Mariana apareceu na porta da cozinha, ela estava com uma cara desanimadinha, nem parecia a mesma pessoa que tinha saído mais cedo.

- Vem cá - Falei empurrando a cadeira um pouco para trás

Ela veio, sentou no meu colo e me abraçou.

- Quer me contar o que aconteceu?

- A gente foi naquela loja próxima a sua empresa, quando entramos ninguém veio nos atender e depois de um tempo a mulher aparece, foi super grossa com a gente. Fiquei totalmente desanimada, me deu até vontade de vir pra casa.

- Por que não veio?

- Sua mãe nos levou em uma boutique, a dona foi super gentil com a gente, mas depois daquele episódio não fiquei com cabeça para experimentar algum vestido.

Abracei ela mais forte, minha morena é um doce de pessoa, não entendo porque isso ainda continua acontecendo.

- Eu vou tomar um banho e deitar, não estou me sentindo bem.

- O que vc tem?

- Dor no estômago.

- Vc comeu alguma coisa?

- Sim e acho que foi isso que não me fez bem.

- Renan está dormindo lá no quarto, me chama caso queira que eu coloque ele na cama dele.

- Não vai precisar, ele deve estar bem quentinho, vai me ajudar a dormir.

- Talvez eu dê uma saída, mas te aviso.

- Ta bom.

- Te amo.

- Também te amo.

Depois que ela saiu, meu celular tocou, atendi e era o André.

- Eaí.

- Oi, a Poliana chegou bem brava me contando o que tinha acontecido, eu nem comentei com ela que a gente foi naquela loja.

- Nem eu, a Mariana chegou bem desanimada.

- Eu estava pensando em dar uma passada lá.

- Vc leu meus pensamentos.

- Se encontramos lá então.

- Até daqui a pouco.

- Até.

Guardei meu computador e subi até o quarto. Mariana estava agarrada com o Renan que dormia igual um anjinho, o meu anjinho.

Fui até o closet, peguei um casaco e dei um beijo na minha morena.

- Vou dar uma saída, não demoro.

- Ta bom.

Dei um beijo no meu pimpolho, peguei minhas chaves e sai do quarto.

Fui dirigindo até a loja, sorte nossa que ainda estava aberta.

- Desculpa a demora.

- Eu cheguei agora a pouco também.

Assim que entramos na loja, a atendente veio nos atender com um enorme sorriso no rosto e toda simpática.

Olhei para o André, impossível ser a mesma pessoa que a Poliana e a Mariana nos descreveram.

- Boa noite, como posso ajudá-los?

- Minha noiva esteve aqui mais cedo - Respondi indo até o balcão - E ela disse que o atendimento daqui foi péssimo, diferente da gente.

- Deve ter sido um engano, trato meus clientes todos iguais.

- Não foi isso que ela me disse e minha noiva não mentiria ou inventaria algo desse tipo.

- Uma louca entra aqui gritando, queria que eu fizesse o que?

- A louca que vc está descrevendo é a minha namorada - Disse André - E não foi isso que ela nos contou.

- Olha moça, fomos muito gentis em comprar aqui, mas vc não foi educada com a minha noiva e com a namorada dele que também é a minha irmã.

- Eu realmente sinto muito pelo que aconteceu, talvez eu posso...

- Não, vc não pode fazer nada e se acontecer novamente, eu fecho sua loja em poucos dias.

- O que? Vc não pode fazer isso.

- Ele não - Disse André - Mas eu posso, sou advogado e acredite, não sinto remorso.

André tem a idade do meu irmão Davi, ele perdeu os pais bem jovem, foi criado pelos avós, tem uma filha da idade do Renan e acredite quando ele diz que não sente remorso, porque ele realmente não sente remorso.

Apaixonada por um homem mais velho. Onde histórias criam vida. Descubra agora