Cap. 93

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Renan Martins

Após o Rodrigo fazer aquela revelação bombástica, Pedro começou a me tratar diferente. Não aquele diferente ruim, de se afastar e me olhar com nojo ou repugnância. Ele se tornou mais protetor, mais carinhoso, mais amoroso e eu estou amando isso.

Tive medo de que ele começasse a mudar comigo, me tratar mal ou até querer se separar, mas Pedro provou que era tudo coisa da minha cabeça.

Cheguei em casa depois de um longo dia cansativo de trabalho. Quando abri a porta, ouvi a risada gostosa da minha bebezinha que estava vindo da sala, tirei meus sapatos e fui ver o que estava acontecendo.

- Princesa maravilhosa do vovô - Disse meu pai fazendo cosquinha na barriguinha dela

Quando entrei na sala, os dois estavam no chão emcima de uma coberta, o cheirinho de bebê se espalhava para todo canto e o meu outro bebê dormindo no sofá também enrolado numa cobertinha.

- Pai.

- Ah meu amor, nem ouvi vc chegar, estava ocupado.

- É, eu percebi, o que o senhor está fazendo aí no chão? Que eu me lembre, o senhor disse que iria se cuidar.

- Estou bem amor, não se preocupe.

- Achei que o senhor tinha dito que levaria eles pra sua casa pra brincar com a Heloísa.

- Eu ia, mas lembrei que a Mariana ia levar ela no médico e está um pouco frio, então resolvi ficar aqui com eles.

- Faz muito tempo que o Daniel dormiu? - Perguntei ajudando ele a se levantar.

- Uns cinco minutos antes de vc chegar, ele comeu, dei banho nos dois, brincamos um pouquinho, ele deitou no sofá e apagou.

- Que bom, espero que ele durma a noite toda agora.

- Só a Emilly que está acordada ainda.

- Quando ela dormir também vai acordar só amanhã.

- Quer que eu fique até o Pedro chegar?

- Não precisa pai, pode ir pra casa descansar, o senhor já fez demais ficando com as crianças.

- Tem certeza?

- Sim pai, ele já está chegando, não precisa se preocupar.

- Tá bom então, qualquer coisa vc me liga.

- Tá bom.

- Tchau meu amor.

- Tchau pai.

Peguei Emilly no colo e fui até a cozinha, a mamadeira dela estava encima da mesa e
quentinha. Me sentei na cadeira e endireitei meu bebê no meu colo para ela mamar.

- Está bom meu docinho? Vovô que fez seu mamazinho.

Ela dormiu em poucos minutos, voltei para a sala e a coloquei no bebê conforto. Pedro chegou logo depois, conversando alto com alguém, coisa que ele sabe que eu odeio que ele faça quando as crianças estão dormindo.

- Não, a cara dela foi hilária quando eu disse que era casado e tinha dois filhos, que nojo, as duas únicas mulheres que eu amo estar por perto é a mamãe e a Emilly.

Quando os dois entraram na sala, a minha vontade era de pular no pescoço do Pedro.

- Que cara é essa?

Ele olhou para o bebê conforto, depois para o sofá e voltou a olhar pra mim.

- Desculpa, foi mal.

- Eu não vou falar nada Pedro, oi Yan.

- Oi Renan.

- E a Manu? Ela não quis vir junto?

- Eu vim direto do trabalho, se ela souber que eu vim sozinho aqui, ela enlouqueceria.

- Sei bem, conheço a figura e como está o Pietro?

- Bem, só dando um pouco de trabalho na hora de mamar, as vezes ele não quer pegar o peito e a Manu tem que dar na mamadeira, mas fora isso ele está bem, dorme a noite toda e é bem calminho.

- Que bom. Pedro, já que vc chegou falando alto, vai ficar de olho nas crianças enquanto eu tomo banho.

- Tá bom, eu e o Yan vamos pedir um lanche, quer alguma coisa diferente?

- Não, pede o meu de sempre.

- Tá bom.

Subi para o quarto, tomei meu banho, me vesti e desci pra sala. Daniel estava no colo do Yan comendo bolacha.

- Meu bebê acordou, só quero ver depois até que horas vc vai ficar acordado.

- Vai trabalhar amanhã Renan?

- Não, amanhã eu estou de folga.

- Então essa semana vc vai fazer plantão?

- Sim.

- Que droga! Bom, agora é a minha vez de tomar banho, já volto.

Yan estava falando ao telefone, peguei Daniel e sentei com ele no sofá.

- Quer assistir desenho?

- Sim.

Coloquei o desenho e ficamos assistindo até Pedro voltar pra sala.

- Se importa se eu ir buscar a Manu?

- Não, pode trazer ela, já estou com saudade da Manuzinha.

- Tá bom, já volto.

Depois que Yan saiu, olhei sério para o Pedro que estava sentado na poltrona mexendo no celular.

- O que é agora? Vc está muito irritadinho ultimamente.

- Tudo culpa sua.

- Por que minha culpa? Nem fiz nada.

- Pedro, não me irrita.

- Mais do que vc já está? Magina, claro que não.

Deixei Daniel no sofá e fui pra cozinha, Pedro veio de atrás de mim, me agarrou e me empurrou até eu sentir a parede gelada nas minhas costas.

- Vc não me provoca - Disse baixo no meu ouvido

- Vai fazer o que?

Ele beijou e mordeu meu pescoço me causando uma dor pequena e aguda, quando ele se afastou, seus lábios tinham uma quantidade pequena de sangue.

- Vc ouviu minha conversa com o meu irmão.

Não respondi, não era uma pergunta, era uma afirmação.

- Depois de tudo que aconteceu, eu ainda te amo, eu ainda te quero, não preciso ficar repetindo o que vc já sabe, não amo e nunca amarei mais ninguém além de vc e do nosso filho e só quero que vc saiba que eu daria a minha vida por vc sem exitar porque eu realmente te amo.

Abracei ele e comecei a chorar, por fora eu aparentava estar bem, mas por dentro, meu coração estava dilacerado.

Apaixonada por um homem mais velho. Onde histórias criam vida. Descubra agora