Cap. 150

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Mauro

Acordei no hospital, meu corpo todo doía, minha cabeça mais ainda. Abri meus olhos e a primeira pessoa que eu vi foi o Taylor, meu colega de trabalho.

- Bem vindo de volta Mauro.

- Cara, não fala comigo.

- Meu Deus, que mal humor.

- Eu estou com dor de cabeça e não vai melhorar se você continuar falando.

- Eu preciso falar Mauro.

- Quebrei alguma coisa?

- Não, você só sofreu uma concussão, a pessoa que te bateu não estava em alta velocidade, porque se tivesse você teria morrido.

- Quem está aí?

- Vitor, Leonardo, Apolo, seu filho e seu pai.

- Meu pai?

- Por que a surpresa?

- Não é nada.

- Quer que eu peça pra alguém entrar?

- O Apolo, só ele.

- Tudo bem.

Ele saiu do quarto, coloquei as mãos nos meus olhos e lembrei da discussão que tive com meu pai.

[...]  "- Mas eu não, porque quando ela foi embora, eu achei que a culpa era sua! "  [...]

Aquela frase ecoava repetidamente na minha cabeça. Ouço a porta sendo aberta, fechada e a voz do Apolo.

- Você nos deu um grande susto cara, principalmente no seu pai.

- Como se ele se importasse.

- Mauro, o que aconteceu?

- Não quero falar sobre isso.

- Conversa comigo Mauro, somos amigos, você é o meu irmão.

- Eu e ele discutimos, isso pode ser muito infantil da minha parte, mas acabamos tocando no assunto sobre a minha mãe e ele disse que quando ela foi embora, ele achou que a culpa era minha.

- Mauro...

- Eu era uma criança Apolo - Interrompi ele e não consegui mais segurar as minhas lágrimas - Eu tinha 5 anos quando ela foi embora, não foi minha culpa.

- Claro que não Mauro, nunca será culpa sua.

- Meu Deus, na hora eu nem pensei no meu filho, no Vitor. No que poderia ter acontecido com eles se eu...

- Não pensa nisso, você está vivo e é isso que importa. Você deveria conversar com ele de novo.

- Não sei se quero.

- Mauro, ele é o seu pai, vocês precisam conversar.

- Estou cansado, muito cansado.

- Eu sei e sei como você se sente, mas não dá pra esquecer isso como se nada tivesse acontecido e depois do seu acidente ele ficou muito mal e tenho certeza que ele se arrepende de tudo que disse pra você.

- Obrigado Apolo.

- Eu preciso ir pra casa, falei pra Mariana que não ia demorar.

- Como está o Gael?

- Bem, graças a Deus ele é bem calminho, diferente da Heloísa quando era bebê. Bom, vou pedir para o seu pai entrar e se cuida.

- Pode deixar.

- Tchau mano.

- Tchau cara.

Minutos depois que ele saiu, tentei me levantar sozinho, mas a dor nas minhas costas não me permitiu.

- Merda!

- O que está tentando fazer? - Pergunta Leonardo abrindo a porta

- Me levantar.

- Quer ajuda?

- Quero.

Ele me ajudou e ajeitou meus travesseiros.

- Obrigado.

- Filho - Disse meu pai entrando no quarto - Me desculpa meu amor, me desculpa por tudo que eu disse.

Ele me abraçou chorando e eu o abracei de volta.

- Eu nunca deveria ter dito aquilo, porque nada daquilo é verdade.

- Me desculpa também por tudo que eu disse ao senhor e ao Leonardo.

- Está tudo bem meu anjo, o importante é que você está bem.

- Achei que tinha perdido você - Disse meu pai - Achei que tinha perdido a parte mais importante da minha vida.

- Eu estou aqui pai, estou bem.

- Eu sei que está - Disse sorrindo

Ele começou a tossir e se segurou em mim para não cair.

- É melhor a gente ir Danilo, você ainda não está 100% - Disse Leonardo

- N-não, eu estou bem.

- Pai, vai pra casa, o senhor precisa descansar.

- Quero ficar contigo filho.

- Por favor pai, o senhor não está bem, vai pra casa.

- Tá, amanhã eu venho te ver de novo - Disse beijando meu rosto - Eu te amo.

- Eu também te amo pai.

Depois que eles saíram, segundos depois um mini furacãozinho entrou correndo no quarto e pulou em mim.

- LUCAS!

Ele me olhou assustado e começou a pedir desculpas.

- Desculpa pai, eu esqueci.

- Está tudo bem meu amor, vem cá.

Dei espaço para ele e o meu bebê deitou ao meu lado.

- Lucas, que susto você me deu - Disse Vitor aparecendo na porta

- Ele não estava com você?

- Sim, eu estava falando com seu pai e quando olhei para o Lucas, ele já não estava mais do meu lado.

- Filho, você não pode fazer isso, é perigoso.

- Desculpa pai, mas eu queria muito ver o senhor. Eu estava com saudades.

- Eu também meu amor.

- Como você está? - Pergunta Vitor segurando minha mão

- Com dor, mas estou bem.

- O que aconteceu?

- Não quero falar sobre isso, não agora.

- Tudo bem, Lucas acordou bem assustado, chegou a suar.

- Aí meu anjo, me desculpa pelo que aconteceu.

- Está tudo bem papai, eu posso dormir aqui?

- Pode meu anjo, pode dormir agora.

- Eu te amo papai.

- Também te amo meu amor.

Apaixonada por um homem mais velho. Onde histórias criam vida. Descubra agora