Apolo Martins
Ter meu menino de volta em casa me deixa muito, muito feliz e tranquilo.
Renan não quis prestar queixa, disse que foi um acidente e mesmo eu sabendo que não, concordei com ele.
Eles não sabem, mas três vezes por semana vou visitar o Yan na clínica em que ele está internado e nessas três vezes, duas ele tem uma crise e pra acalma-lo uso o método da respiração e do mural de desenhos que a gente montou no quarto dele.
Hoje é o dia de visitar ele, eu sempre levo alguma coisinha, uma caixinha de chocolate, uma caixinha de lápis coloridos, um conjunto de caderninhos.
Mas hoje eu sai apressado da empresa e não pude comprar nada.
O pai dele que descobri se chamar Rodrigo estava me esperando na recepção.
Seus braços estavam arranhados e com certeza Yan teve uma crise.
- Que bom que vc chegou, achei que não viria mais.
- Eu prometi que viria e sempre vou vir. O que aconteceu com seus braços?
- Ele teve uma crise.
- Ele está bem?
- Um pouco mais calmo depois que ele extravasou a raiva que estava sentindo.
- Já pode receber visitas?
- Claro, ele estava perguntando de vc, vamos lá.
Ele me levou até o quarto onde Yan estava. Quando abriu a porta, ele parou o que estava fazendo e sorriu ao me ver.
- Eu vou ir pra casa tomar um banho, trocar de roupa e volto logo.
- Não precisa ter pressa.
- Obrigado.
Entrei no quarto, sentei na cadeira e ele olhou para minhas mãos.
- Saí apressado da empresa para não chegar atrasado e acabei não conseguindo comprar nada pra vc. Mas quando eu vier de novo, eu saio mais cedo e te trago um presente, pode ser?
- Sim.
- Vc quer alguma coisa em especial?
- Eu queria ver o Renan.
O pedido dele me pegou de surpresa, eu esperaria qualquer coisa menos isso.
- Vc quer ver meu filho?
- Sim.
- Por que Yan? - Perguntei sentando ao lado dele
- Eu só queria vê-lo, um pouquinho.
- Vc não vai ter outra crise se eu o trouxer aqui?
- Não, acho que vou ficar calminho.
- Primeiro eu vou conversar com ele, tá? Se ele concordar, amanhã eu trago ele. Se ele não concordar, não vou poder fazer nada. Vc entende isso?
- Sim, eu entendo.
- Ta bom. Vc está com os olhinhos pequenos e vermelhos, está com sono?
- Um pouco.
- Quer deitar?
- Quero.
Eu me levantei com ele, sentei na cadeira e ele deitou na cama.
- Meu pai vai voltar?
- Sim, ele vai voltar.
- Eu machuquei ele, machuquei meu pa... Pai.
Yan estava começando a ficar agitado e nervoso.
- O que vc vê no mural? - Perguntei rapidamente
Ele olhou para o mural mas ainda continuava nervoso e ofegante.
- Respira fundo e devagar. O que vc vê no mural?
- Uma casa, meu quarto, o jardim da minha casa, meu irmão Pedro.
Os olhos dele brilham toda vez que vê o desenho do irmão dele, sua respiração já estava mais controlada.
- Vc sente saudade dele?
- Sim, eu também queria ver ele, mas meu pai não deixa.
- Talvez quando vc melhorar, ele venha te visitar.
- É, acho que sim.
- Descansa garotão, vc vai se sentir melhor.
- Obrigado por vir me visitar.
- Virei sempre que puder.
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Apaixonada por um homem mais velho.
RomanceEla chegou e se tornou a principal estrela do meu universo 🍃