Saudade

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"A saudade é o que faz as coisas pararem no tempo."
Mario Quintana

Chego no local do evento da Cathydoll com a Kwang e o Ohm já está nos esperando, a minha vontade e de correr abraçar ele, mas tem vários fãs por perto. Ficamos três dias sem nos ver, eu fui no festival do Japão e ele não pode ir junto porque voltou a gravar a série e tinha e varios eventos aqui.
Quando ele nos vê chegando sorri como se eu fosse a sua pessoa favorita no mundo, na verdade eu sou e ele sabe exatamente como demonstrar isso com apenas um sorriso.
Nós cumprimentando e entramos, a Kwang vai atualizando ele sobre o evento enquanto entramos no elevador. Ela vai falando enquanto olha a lista no celular, mas ele não está prestando mais atenção, nenhum de nós está desde que olhamos um nos olhos do outro, pelo seu olhar eu sei, ele está com tanta saudade quanto eu.
Fico impressionado da Kwang não ter percebido a tensão nesse espaço minúsculo, é quase palpável.
O elevador para e nos trás de volta, o Ohm anda junto com a Kwang e pede para ela repetir a última parte e eu sigo eles de uma distância segura.
Fico na expetativa de conseguir apenas alguns minutos com ele, mas hoje a Kwang resolveu ficar grudada em nós o tempo todo. Quando estamos indo para o salão do evento passamos por um banheiro, ele olha e suspira, sei exatamente o que ele está pensando , dou para ele o meu melhor sorriso para ele se animar, o rosto dele se ilumina e fazemos um ótimo evento.
Quando o evento acaba eu finalmente respiro aliado, não sei quanto tempo mais conseguiria aguentar os olhares, toques e sorrisos do Ohm. Vamos para o camarim e nos trocamos rápido e saímos, vou indo com o Ohm para o estacionamento, estou tão concentrado nele que só percebo que a Kwang está junto com a gente quando ela fala comigo.
- Nanon, vem comigo que eu te deixo em casa.
- Tudo bem, eu vou com o Ohm.
- Ele se mudou, esqueceu? Agora fica longe para ele te levar.
- Eu não me importo Kwang.
- Vocês devem estar cansados, vamos lá a empresa mandou um carro para isso.
Sei que ficar discutindo é pior, então me despeço do Ohm e vou com ela.
O carro para na frente da casa da minha mãe, que logo aparece na porta, antes mesmo de o carro virar a rua o carro do Ohm já está na minha frente, eu me abaixo e sorrio.
- Estamos aqui, não dá pra só virar as costas e sair.
Ele bate a cabeça no volante algumas vezes e desliga o carro.
Fico com a minha mãe enquanto ela prepara o jantar e o Ohm foi até a garagem com o meu pai ver o tal carro clássico que ele comprou, quando eu achei que ia ter que acabar indo atrás deles para chamar para jantar eles entram. Eu tenho que rir, o meu pai fica baixinho perto de mim, mas o Ohm conseguiu deixar ele minúsculo. O meu pai está abraçando ele pela cintura e ele está com os braços nos ombros do meu pai, eles vem rindo, olho para o lado e a Nonnie também está observando eles e ouvindo a conversa, eu me aproximo e falo.
- Olha lá o nosso pai com o filho favorito dele.
Ela faz bico e responde.
- Eu era a filha favorita dele.
Eu olho para o Ohm e sorrio.
- Não é mais.
Ele vem até mim e me beija, olho nos seus olhos e sei que esse beijo já não é suficiente para nenhum de nós.
- Me ajuda a buscar algumas coisas que eu quero levar para casa?
- Claro!
Ele fica todo agitado e comeca a me puxar.
- Deixem para depois que eu ajudo vocês meninos, o jantar já está pronto.
O Ohm solta um suspiro audível e todos olham para ele, eu vou até a minha mãe.
- Vamos lá, eu ajudo a levar as coisas para a mesa.
Depois do jantar como a minha mãe prometeu ela ajudou a arrumar as coisas, não queria pegar nada especifico, então peguei alguns livros, troféus, jogos e muitas roupas. Guardamos tudo no carro, nos despedimos e vamos para casa.
Quando ele estaciona na garagem me olha, sorri e sai do carro, eu saio também dou a volta, vou até ele e o abraço.
- Senti tanto a sua falta esses dias.
- Eu também amor, juro que se pudesse entrava em um avião e ia atrás de você.
Ficamos abraçados em silêncio, porque no fim era isso que nós precisavamos o tempo todo, precisávamos apenas um do outro.

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