Silêncio

Presente

"Nunca confessei abertamente o meu amor, mas se é verdade que os olhos falam, até um idiota teria percebido que eu estava apaixonado."
O morro dos ventos uivantes.

̶U̶m̶a̶ ̶m̶ú̶s̶i̶c̶a̶?̶
̶R̶e̶l̶ó̶g̶i̶o̶
̶R̶o̶u̶p̶a̶
̶B̶r̶i̶n̶q̶u̶e̶d̶o̶s̶ ̶n̶o̶v̶o̶s̶
̶A̶l̶g̶o̶ ̶p̶a̶r̶a̶ ̶o̶ ̶c̶a̶r̶r̶o̶
̶

O aniversário do Ohm é em dois dias e eu não consigo decidir o que dar de presente, ele cantou pra mim e me deu alianças, é difícil competir com isso, sei que não é uma competição, mas queria fazer algo no mesmo nível.
Para o evento do aniversário eu decidi dar o mesmo que ele me deu, dinheiro, isso foi fácil, mas agora estou aqui e não chego a lugar nenhum.

̶P̶e̶r̶f̶u̶m̶e̶
̶E̶q̶u̶i̶p̶a̶m̶e̶n̶t̶o̶s̶ ̶d̶e̶ ̶m̶u̶s̶c̶u̶l̶a̶ç̶ã̶o̶
̶T̶ê̶n̶i̶s̶
̶P̶u̶l̶s̶e̶i̶r̶a̶ ̶
̶Pulseira de casal?

Ele vai gostar disso. Olho no relógio e são 15h, acho que vou no shopping.
Vou até o quarto da Nonnie e chamo ela pra ir comigo para me ajudar a escolher. Quando estamos saindo encontramos com a nossa mãe na sala.
- Estamos indo ao shopping, quer ir junto?
- Hoje não. Vão demorar?
- Acredito que não, quer dizer, depende de quanto dinheiro a Nonnie tem.
- Vai ficar em casa hoje?
- Acho que sim.
- Vou fazer um jantar especial então. Porque não chama o Ohm pra jantar com a gente?
- Eu chamo.

Ainda bem que levei a Nonnie comigo, eu nem saberia por onde começar, mas depois que ela começou a comentar sobre os detalhes e diferenças de uma pra outra que eu comecei perceber a diferença, a partir daí foi fácil escolher um par que combinava com a gente.
O Ohm veio nos buscar, então a Nonnie colocou o presente dele dentro de uma das sacolas dela.
Chegamos em casa, ele cumprimenta a minha mãe e vamos para o quarto. Chamamos a Nonnie pra ficar conosco, mas ela não quer.

Quando entramos no quarto, ele vai para a cama, eu tranco a porta e vou até ele, me deito sobre ele e começo a beija-lo, enquanto coloco a mão no seu bolso e pego uma camisinha, ele sempre tem uma camisinha.
- Non, é melhor não...
- Você não quer?
Ele me olha, então segura o meu rosto e me beija.
- Trancou a porta?
Eu aceno com a cabeça, então ele se senta me deixando de joelhos entre as suas pernas e começa a tirar a minha roupa.
- Se vamos fazer isso, vai ter que ser rápido.
- Você quer...
- Não, você faz.
Ele beija o meu pescoço, desce para o peito e vai abrindo o botão da minha calça. Ele pega no meu pau e geme.
- Eu quero muito chupar esse pau.
- Se fizer isso não vai ser rápido.
- mais tarde então.
Eu empurro ele para a cama e começo a tirar a sua calça e me deito sobre ele de novo.
- Preciso de uma pausa da nossa aposta.
Ele me olha sem entender.
- Eu não posso passar o seu aniversário no meio de uma aposta. Três dias, só até acabar o evento.
- Três dias? Vale pra mim também?
- Vale sim. Eu te amo tanto Ohm.
Eu vou penetrando lentamente, mas ele coloca as duas mãos na minha bunda e me puxa com tudo, eu não consigo controlar o gemido alto e ele também não. Respiro fundo e olho pra ele.
- Você está bem?
- Me fode de uma vez, antes que alguém venha aqui.
Eu começo a acelerar e não demora muito nós gozamos.
Eu me deito no peito dele tentando respirar.
- Eu também te amo.
Eu olho pra ele e sorrio.

Pouco tempo depois a Nonnie bate na porta e nos chama para jantar. Nos vestimos, ajudo ele a arrumar o cabelo, mas o meu não quer ficar no lugar, está todo armado. Ele olha pra mim, sorri e diz:
- Você está com cara de quem acabou de foder, seu rosto está vermelho, seus lábios inchados e seu cabelo com certeza está gritando sexo.
- Eu espero que não, seria muito estranho estar assim na frente dos meus pais.
Ele me beija, segura a minha mão e vamos para a porta, quando ele abre ela solta a minha mão.
Ele vai até o meu pai e abraça ele, da um beijo na minha mãe de novo e senta ao meu lado.

Eles perguntam sobre os eventos de aniversário dele, ele pede pra eles aparecerem se puderem, fala sobre o que está planejando para o encontro. Fico observando ele falando, está tão animado, lembro como ficou no meu aniversário, como em se esforçou pra que fosse um dia feliz, mesmo sabendo que não é algo importante para mim, eu quero que ele tenha um dia feliz também, vou falar com a Kwang para ver a agenda dele e tentar fazer algumas surpresas no dia. A minha mãe está falando que não vai fazer nada durante o dia e pode ajudar, começa a dar algumas sugestões, eu continuo olhando, adoro ver ele tão animado assim. Penso que talvez a pulseira que eu comprei seja insignificante, lembro que pensei que o dinheiro que ele tinha me dado não era pessoal, é a sensação que eu tenho agora.
Ele pega o copo de suco, olha pra mim, sorri e começa a beber.
- Nós estamos namorando!
Ele engasga e cospe o suco que está bebendo e me olha assustado. Eu olho nos olhos dele e digo novamente.
- Nós estamos namorando.
Eu olho para os meus pais que também me olham surpresos.
- Desculpe não ter contado antes, mas é tudo muito complicado, mas nós estamos juntos, acho que vocês sabiam, mas eu quero falar mesmo assim.
O meu pai levanta e vem até mim.
- Fico feliz que você tenha nos contado, eu já disse e repito, você pode contar comigo, vou te apoiar sempre.
Ele olha para o Ohm que ainda está sentado assustado e bate no ombro dele.
- Eu sei que não preciso pedir para você cuidar dele e nem para o amar, então só quero que você saiba que também pode sempre contar comigo.
O Ohm olha pra ele e acena. A minha mãe me abraça, sorri, então abraça o Ohm e diz:
- Você vai ter que me chamar de mãe a partir de agora.
Eu sei que esse é o jeito dela dizer que nos aceita e apoia. Ele continua com aquela cara assustada e ainda não conseguiu se mexer.
- Certo, vocês podem nos dar um momento, por favor?
Pego ele pela mão e o levo pra sala.
- Você está bem?
- Você.... Você... Porque?
- Feliz aniversário?
Ele me olha confuso.
- Eu queria te dar um presente que realmente representasse o meu amor, não foi bem uma decisão, eu só sabia que era hora.
- Você não precisava disso.
- Precisava sim, não posso contar para o mundo, mas quero que todos os que importam saibam. Eu te amo e quero que todos saibam.
Ele me abraça e então me beija.
- Vamos voltar, só porque agora eles sabem, não quer dizer não é estranho.
Voltamos para a cozinha, ele senta e olha para os meus pais.
- Desculpe por isso, nós não queríamos esconder nada, sinto muito por não ter contado antes. Eu queria que ele estivesse pronto. Eu juro que nunca ninguém foi tão importante pra mim como ele e eu vou cuidar e amar ele para sempre.
- Ok, isso não é um pedido de casamento, não precisa ser tão sério.
Todos olham para mim e dão risada.

Quando estamos indo embora os meus pais nos acompanham.
Ele abraça a minha mãe.
- Obrigado pelo jantar.
- Mãe?
- Obrigado pelo jantar, mãe.
O Ohm acena para o meu pai, mas ele vem e o abraca.
- Se vai chamar ela de mãe, vai me chamar de pai também.
- Pessoal, parem com isso, eu vou acabar perdendo o meu namorado assim.
Ele me olha assustado de novo e eu dou risada.
- Vamos embora Ohm, me dá a chave, você não vai dirigir do jeito que está.

̶