De volta ao lar

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"Se você passar por uma guerra no trabalho, mas tiver paz quando chegar em casa, será um ser humano feliz."
Augusto Cury

Passamos toda a tarde desmontando o quarto improvisado na garagem, eu disse para ele que precisa de espaço para colocar o meu carro, mas na verdade eu só não quero que ele pense que vai precisar desse lugar novamente.
Toda vez que eu saio para fora o Nong Nao faz o maior escândalo, late sem parar, mas também do nada ele teve o território invadido por um estranho, então era de se esperar. O Thor por outro lado grudou em mim, como ele não queria sair do meu colo, coloquei ele no meu ombro e fiquei fazendo as coisas com ele assim. O Ohm começou a chamar ele de papagaio. Além do Nong Nao outra coisa que mudou foram os peixes, o Ohm comprou mais dois, agora além do Pat e do Pran, temos também o Dew e o Mew, porque o Ohm acha que se os dois se conhecessem com certeza ficariam juntos.
Ele reformou um dos quartos e colocou uma esteira e alguns alteres, mas ainda vai comprar os outros equipamentos para montar a sua academia, reformou toda a parte externa da casa e fez a casa laranja do Nong Nao. Ele continua frequentando o mesmo pet shop e a nossa veterinária está ajudando ele nessa adaptação de pai solo como ela chamou, então todos os animais estão bem e muito saudáveis.
Quando terminamos a garagem ele parece incomodado e sei que é por causa da sujeira.
- Vamos tomar banho?
- Sim, por favor!
Eu seguro a mão dele e entramos na casa. Quando estamos subindo a escada ele me para.
- Antes disso eu quero te mostrar uma coisa.
Eu desço novamente e ele abre a porta da sala que vai ser o nosso estúdio, eu mais uma vez me surpreendo, ele já montou o estúdio, ele colocou placas de isolamento acústico nas paredes, as nossas caixas de som e amplificadores estão pelos cantos, a bateria dele está montada no meio e em uma parede ele pendurou as nossas guitarras e violões, todo o restante da sala está vazio, ele me olha e sorri.
- É para você montar do jeito que quiser, para poder ensaiar, escrever as suas músicas ou o que mais você quiser fazer.
Eu vou até ele e o beijo, ao mesmo tempo que fico triste por ele ter feito tudo sozinho, fico aliviado por ele ter se ocupado por todo esse período.
Ele se afasta e segura a minha mão e me leva para tomar banho, descidimos tomar banho no chuveiro para não demorar tanto, mas acabamos transando então demorou do mesmo jeito. Depois do banho eu vou na minha mãe buscar as minhas coisas e ele vai no mercado, ele estava sem nada em casa para cozinhar, mas diz que estava pedindo comida todos os dias, se ele não fosse tão paranóico com essa questão de alimentação e saúde eu teria ficado preocupado.
Cada um sai no seu carro, ainda não falei com ele sobre o meu acordo, mas é melhor não arriscar que alguém veja ele na casa dos meus pais. Quando chego a minha mãe sorri e me abraça.
- Fico feliz que você esteja finalmente bem.
Pelo jeito o Ohm não era o único que sabia sobre o Pran.
- Vai dormir aqui hoje?
- Não, eu só vim buscar as minhas coisas, eu vou voltar para a casa.
- Quer ajuda?
- Quero sim.
Nós pegamos várias malas e começamos a guardar as coisas, cada um lidou com a distância de um jeito, ele tinha a casa eu acabei fazendo o que sempre faço, compras, então eu tenho muita coisa para levar. Vou até a mesa pego a minha agenda, livros , tablet, notebook e vejo as páginas do livro que eu já escrevi, guardo em uma pasta e levo comigo, vou terminar essa história para dar de presente de aniversário para ele. Colocamos todas as coisas no carro, enchemos o porta malas e também o banco traseiro. A minha mãe parece muito animada me vendo ir embora, mas não me ofendo, a verdade é que eu nem deveria ter vindo para cá.
Chego em casa e o Ohm está me esperando na garagem, ele abre a porta do carro e me beija, sem dizer nada começa a tirar a minha roupa e abre a porta de trás.
- O que é tudo isso?
Eu olho para o banco e sorrio.
- São as minhas coisas.
- Porque não colocou no porta malas?
- Eu coloquei... Também...
Ele me olha surpreso e então suspira, olha para o canto.
- Devia ter deixado aquela cama aqui.
Ele volta a me beijar e me leva até a parede, me vira, coloca uma camisinha e me penetra com um gemido que faz o meu corpo inteiro vibrar.

Eu abro a primeira mala e ele olha dentro, entao vai para o closet, eu pego algumas roupas e vou atrás.
- O que você está fazendo?
- Estou separando algumas prateleiras minhas para você.
- Não precisa amor.
- Tudo bem, são camisetas, você sabe que eu prefiro deixar nos cabides.
Enquanto ele coloca as roupas nos cabides eu coloco as minhas nas prateleiras, arrumo os meus tênis, depois vou para o outro quarto e guardo as lembranças e colecionáveis. Quando termino ele me abraça e beija o meu rosto.
- Você está cansado?
- Só um pouco, porque?
- Seria muito pedir para você fazer o nosso jantar? Estou morrendo de saudade da sua comida.
Eu me viro e o abraço.
- Eu faço sim, por você eu faço tudo.
Enquanto descemos as escadas eu vou me preparando para falar sobre o contrato.

- VOCE NAO VAI FAZER ISSO!
- Amor, se acalma, já está feito, eles já estão providenciando o contrato.
- No que você estava pensando Non? Não assina o contrato, se eles querem encerrar o meu contrato que seja, mas você não vai fazer isso.
Eu respiro fundo e me aproximo.
- Você mesmo disse que estava acabando, que era só esperar, não disse?
- Sim, mas...
- Então já está a acabando, é só esperar, não ao ser por muito tempo e o melhor é que eu acabei com a cláusula de não relacionamento, então depois que tudo isso não teremos mais com o que nos preocupar.
Ele me olha e da para ver que está irritado.
- Além dessa loucura de fazer o meu trabalho e a cláusula do contrato, o que mais você aceitou?
- Nós não podemos ser vistos em público.
- Eles já tinham me dito isso no começo.
- E tudo bem para você?
- Não, nada disser está bem, mas eu faço qualquer coisa para não te prejudicar.
Ele encosta a testa na minha.
- Por favor, não faz isso...
Eu o beijo e me afasto.
- Pense que isso vai ser bom para o meu álbum, eu vou aparecer muito e quando as minha músicas saírem eu vou estar em alta.
- Promete que se for demais para você, você vai desistir de tudo.
- Prometo. Tudo bem então?
- Ainda não concordo com isso, mas é uma escolha sua, eu vou respeitar.
- Obrigado!
Eu beijo ele e abro o zíper da sua calça.
- Non, a comida.
- Uhmmm.
Eu viro ele e começo a abaixar a sua calça.

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