O Afeganistão é um país que influência religiosa se faz muito presente na cultura. Uma parte significativa dos seus moradores possuem ideais conservadores, pretendendo deixar a sociedade como ela se encontra, dominada pelos homens em todos os seus espaços sociais, incluindo, os lares.
Na tentativa de controlar as mulheres, muitos homens utilizam-se da violência física como arma, causando medo e uma submissão quanto aos preceitos definidos por esses grupos de poder. Estimativas de organismos internacionais, encontraram dados alarmantes sobre a violência doméstica contra as mulheres no país, que afetam entre 80 e 90 por cento da população feminina.
Muitos dos relatos e investigações publicadas sobre a violência contra as mulheres no Afeganistão citam espancamentos, assédio, casamentos forçados, violações e a proibição das mulheres irem aos hospitais ou à escola, forçá-las a fazerem trabalhos difíceis, afastar os filhos para longe delas e impedi-las de terem qualquer voz na família e nas questões sociais.
Ainda segundo essas estatísticas realizadas por organismos internacionais, 60 por cento dos casamentos no Afeganistão são forçados. E quase 57 por cento das meninas são forçados a casar antes de fazerem 16 anos.
No período da infância e adolescência de Aisha, a situação era ainda pior nas regiões controladas pelo Talibã, em especial, o local em que a jovem morava, que era controlada por grupos extremistas há mais de 20 anos. Nesses locais eram praticados castigos públicos por desobediência ao sistema patriarcal.
Segundo o serviço em persa da BBC no noroeste do Afeganistão, "uma viúva de 48 anos, cujo marido tinha sido morto alguns anos antes e que ficou grávida de outro homem, foi acusada de relação ilícita e condenada a 200 chicotadas seguidas de morte. A pena de morte foi executada por um comandante talibã que disparou sobre ela em público. Segundo um responsável policial de Badghais, o outro homem tinha prometido casar com ela. Segundo o mesmo relatório, esse homem também foi preso mas foi libertado depois de pagar uma multa aos talibãs."
A Anistia Internacional confirmou que, na província nordeste de Kunduz, um casal foi apedrejado até a morte numa aldeia sob controle talibã. O jovem casal tinha sido acusado de fugir por seus pais terem se oposto ao casamento deles.
As leis do casamento existentes no país são inspiradas na Xariá, que dão aos homens o direito de impedir as suas esposas de saírem de casa. É também ilegal uma mulher não ceder às exigências sexuais do marido.
De acordo com Sima Samar, atual dirigente da Comissão Independente de Direitos Humanos do país: "As instituições governamentais são um sério obstáculo aos direitos das mulheres no Afeganistão".
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Casamento forçado e abusivo
General FictionAisha era uma menina que morava em um pequeno vilarejo no norte do Afeganistão. A população de sua região era muito conservadora e extremamente religiosa. Ao chegar na pré-adolescência, ela conheceu um jovem garoto de sua escola, o qual começou a g...