Ao ver que Marian estava a descer as escadas com Parisa, Aisha limpa os seus olhos e tenta demonstrar força. Ela tinha decidido a não recuar naquele momento e não mudar a sua postura perante aquelas mulheres. Ela sempre havia agido de forma defensiva, agora que Osnin não estava em casa, ela estava decidida a partir para o ataque.
Marian já desce revoltada partindo para cima de Aisha, mesmo sem tantas forças devido a idade, quando Sônia entra na frente e tenta separar para que aquelas duas não entrem em conflito direto, com agressões físicas, quando a mãe de Osnin diz de forma direta:
- Eu mato você Aisha. Eu não vou sossegar em minha vida enquanto não te ver morta!
- Senhora, desde que cheguei nessa casa tudo que tem feito foi me maltratar, eu jurei a mim mesma que não aceitaria mais as suas agressões e não vou mais aceitar.
- Você entrou no meu quarto de novo, depois de Osnin te proibir de fazer isso. Ele vai saber o que você fez.
- Eu não entrei no seu quarto senhora. Eu jamais faria isso depois que Osnin me proibiu de forma direta. Eu posso ser qualquer coisa, menos louca de fazer isso e ter a possibilidade de Osnin me pegar mexendo nas suas coisas novamente depois dele ameaçar me castigar severamente caso me visse lá.
- Não se faça de desentendida Aisha. A carta sua sumiu do meu baú. Onde você colocou essa carta? Me devolva essa carta agora Aisha?
- Que carta senhora? Eu não sei de carta nenhuma? Questiona Aisha, demonstrando não saber que carta aquela senhora se referia. Tentando se fazer de desentendida e demonstrando credibilidade em sua fala.
- Aisha. Não se faça de desentendida. Você sabe muito bem de que carta que eu estou falando. A carta que você escreveu para Caivan? Questiona Marian extremamente brava em sua fala.
- Eu não sei de carta nenhuma. Eu nunca mais escrevi para Caivan em minha vida depois que me casei. Eu não sei do que a senhora está falando.
Marian fica então extremamente revoltada e empurra Parisa, indo em direção a Aisha, tentando a agredir, quando Sonya entre na frente e segura aquela senhora tentando controlar a sua revolta.
- Aisha diga a verdade, menina insolente. Diga a verdade. O que você fez com aquela carta? Questiona novamente Marian completamente revoltada.
- Eu não sei do que a senhora está falando senhora. Diz Aisha novamente em tom sério e direto.
- Mentirosa. Eu mato você Aisha. Você não perde por esperar. Eu vou acabar com você! Sua mentirosa. Você sabe muito bem que eu estava de posse de sua carta e que você estava em minhas mãos. Você morria de medo que eu te denunciasse ao Conselho Religioso, fugiu duas vezes porque te disse que iria apresentar essa carta. Diz Marian revoltada com a tentativa de Aisha de descredibilizar a sua fala.
- Eu não vou aceitar que me chame dessa forma novamente senhora. Mentirosa aqui é a senhora. Ou será que está tão velha que não se lembra mais das coisas? Pode ser que já esteja tão velha que não consegue mais raciocinar direito. Está ficando demente é Marian? Essa carta nunca existiu! Questiona e afirma Aisha com um tom irado em sua fala.
Quando Marian fica completamente revoltada com aquela fala de Aisha degradando intensamente o seu ego e sente uma dor no seu coração. Gritando:
- Ai... Ai... Estou sentindo uma dor no meu coração. Diz Marian a cair nos braços de Parisa. Que se assusta intensamente.
- Senhora. Senhora. Por favor. O que está sentindo? Questiona Parisa.
- Uma dor extrema no coração. Eu acho que vou morrer. Diz Marian demonstrando sentir intensas dores.
Aisha nesse momento se assusta intensamente e Sonya também. Aquela jovem percebeu que se Marian morresse, certamente, ela também seria uma menina morta quando o seu marido retornasse. Então ao ver a situação em que sua sogra se encontrava ela se aproxima daquela senhora desesperada e diz:
- Não morra dona Marian. Perdão por tudo que fiz para a senhora!
Marian não respondeu naquele momento, estava mesmo a desfalecer o que faz com que o coração de Aisha dispare. O seu corpo começou a tremer imensamente de medo. Quando Sonya pegou então aquela senhora e começou a segurá-la. Nesse momento, Parisa sai correndo a procurar ajuda de alguém que pudesse levar aquela senhora ao hospital.
Aisha estava a abanar um pano para que o vento pudesse bater no rosto daquela senhora. Os filhos de Parisa e Sônia também estavam extremamente preocupados e rezando para que aquela senhora não viesse a falecer naquele momento. Marian estava completamente apagada nos braços de Sonya e todos que estavam em sua volta estavam completamente desesperados, especialmente Aisha, que rezava em pesamento para que aquela senhora ficasse bem, pois a morte dela, certamente, significaria a sua morte também naquele contexto.
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Casamento forçado e abusivo
Genel KurguAisha era uma menina que morava em um pequeno vilarejo no norte do Afeganistão. A população de sua região era muito conservadora e extremamente religiosa. Ao chegar na pré-adolescência, ela conheceu um jovem garoto de sua escola, o qual começou a g...