Mas, Marian não ficou satisfeita. Aquela senhora era acostumada a ver as suas vontades realizadas, não aguentando ser afrontada. Na parte da tarde, enquanto Aisha varria o chão da parte de baixo da casa e aquela senhora estava sozinha com ela, Marian criticou intensamente os serviços realizados pela jovem novamente, a acusando de ser preguiçosa e que não realizava nenhum dos seus trabalhos com qualidade.
Aisha fica imediatamente revoltada, por estar trabalhando e aquela senhora a acusar daquela forma. Ela então joga a vassoura no chão e diz que não vai fazer mais nada naquela casa, pois ela não é respeitada. Logo nesse momento, Parisa e Sônya chegam na escada para ver o que ocorria pois estavam preocupadas novamente com aquela gritaria.
Quando Marian grita com Aisha:
- Você vai fazer sim. Pode pegar essa vassoura e começar a varrer esse chão agora. Eu não estou aqui para ser a sua empregada e hoje é o seu dia de realizar esse trabalho.
- Eu não pego e não faço. Se a senhora me respeitasse eu faria, mas com a senhora dizendo que sou preguiçosa, coisa que não sou, eu a partir de agora começarei a ser.
- Você perdeu a noção das coisas Aisha. Você já me afrontou quanto te ordenei que limpasse a cozinha por vir jantar mais tarde. Agora está a me afrontar e não fazer um trabalho que é seu?
- Eu estava a fazer senhora. Mas, a senhora está me acusando de ser preguiçosa, por esse motivo, não farei mais. Aquela dia eu não fiz porque não era o meu dia de realizar o trabalho e hoje é o meu dia, mas a senhora está a me provocar.
- Aisha, pegue essa vassoura agora e comece a varrer a casa. Eu não vou te dar outra oportunidade, menina insolente. Você está se aproveitando que Osnin não está em casa, mas ele ainda vai voltar. Contarei para ele o quanto você está me afrontando e aproveitarei para reafirmar a ele o quanto você é preguiçosa. Isso ele já sabe, mas estava confiante que você havia mudado depois daquela intensa surra que te deu. Só vou reafirmar a ele que nada mudou e que enquanto ele estava fora você não fazia nada do que era ordenado e ainda está a me afrontar para não fazer aquilo que é o seu dever fazer.
- Eu estou decidida senhora. Eu não vou fazer. A senhora me provocou dizendo que eu não faço nada direito, pois faça. Ou ordene que uma de suas noras favoritas faça. Diz Aisha em tom decidido e desafiador.
- Eu estou só juntando Aisha. Quando Osnin chegar eu vou contar tudo pra ele e vamos ver se continuará me afrontando dessa forma.
- Eu não aguento mais essas suas ameaças senhora. Vá para o inferno!
O que se escuta naquele ambiente é um sonoro: - ohhh de intenso susto por parte de Parisa e Sonya, que muito preocupadas pelos descontroles que Aisha têm demonstrando nos últimos dias, descem as escadas correndo e Sonya para na frente de Aisha, tentando ficar entre ela e Marian. Quando aquela senhora questiona Aisha:
- O que você disse Aisha? Repita para mim se for mulher de verdade. Questiona Marian.
- É isso mesmo que a senhora ouviu Marian. Eu não aguento mais as suas ameaças. Vá para o inferno! Responde Aisha novamente. Quando Sônia a questiona de forma desesperada:
- Está maluca Aisha?
- Estou. Eu não aguento mais essa senhora. Eu prefiro morrer do que ficar aqui aguentando as armações e o desprezo dessa senhora que não valoriza nada do que eu faço.
- Você passou dos limites Aisha. Se é isso que você quer, morrer, certamente você conseguiu com essa afronta. Eu vou agora mesmo te denunciar para o Conselho Religioso e eles vão te matar apedrejada por adultério.
Aquelas mulheres se assustam intensamente, não entendendo o que aquela senhora dizia. Quando Aisha se faz de desentendida e não esboça nenhuma reação. Marian então passa por elas e sobe aquelas escadas, indo em direção ao seu quarto.
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Casamento forçado e abusivo
General FictionAisha era uma menina que morava em um pequeno vilarejo no norte do Afeganistão. A população de sua região era muito conservadora e extremamente religiosa. Ao chegar na pré-adolescência, ela conheceu um jovem garoto de sua escola, o qual começou a g...