16 de novembro de 2001

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Willian, aos poucos começa a tirar parte dos remédios sedativos que Aisha estava a tomar para ver como o seu corpo estava reagir. Pelas análises que havia feito, Aisha estava com os seus sinais muito bem. Ele precisava saber ainda se ela havia tido algum trauma cerebral. Para isso ele precisava tirar parte dos remédios que Aisha estava a tomar, para verificar os seus reflexos.

Naquele momento, já fazia três dias que Wilian não saia daquele hospital, nem para ir em casa. Pois, tinha medo que se saísse alguém poderia dar alta para Aisha. Ele estava a dormir em uma sala preparada para os médicos e havia dado ordem aos enfermeiros que se vissem qualquer movimentação nesse sentido, era para eles o chamarem enquanto ele estivesse descansando. Aquele homem não queria imaginar perder essa paciente para Osnin.

Um dos doutores muito amigos de Osnin, chegou até Wilian para uma conversa:

- Senhor Wilian, estou sabendo que o senhor está a cuidar da esposa de Osnin.

- Sim senhor. Eu estou a cuidar dela sim. Ela felizmente está se recuperando.

- Osnin me disse que quer que ela retorne o mais rápido possível para casa.

- O desejo dele é o mesmo que o meu senhor. Quero muito que Aisha fique bem e possa retornar para casa com saúde. Responde Wilian.

- Eu conversei também com o diretor do hospital e temos visto que esse espaço está cada vez mais lotado de pessoas. Teremos que dar alta para aqueles que não estão diretamente envolvidos no conflito e Aisha é uma delas. Isso são ordens inclusive do Conselho Religioso, o órgão comandante da nossa região.

- Senhor, eu concordo com tudo que o senhor disse. Entretanto, Aisha ainda não está em condições de ir para casa. Eu ainda não fiz os testes necessários para saber se está tudo bem com ela.

- Estamos sendo muito pressionador senhor. Espero que você entenda o nosso lado. Cedo ou tarde teremos que dar alta para Aisha. Quer o senhor queira, quer não queira. Recebemos ordens de cima.

- Não enquanto eu estiver nesse hospital senhor. Enquanto eu estiver de plantão Aisha não saíra daqui até que eu souber que ela está recuperada.

- O senhor não poderá ficar de plantão para sempre. Pelo que sei tem três dias que o senhor não vai para casa. Precisa descansar.

- Eu sei quando eu devo ou não devo descansar senhor. Além de Aisha tem muitos outros pacientes aqui que precisam da minha ajuda. Eu estou fazendo uma espécie de residência médica de novo para relembrar os velhos tempos! Responde Wilian em tom irônico.

- Eu temo que você possa causar problemas aos nossos pacientes trabalhando de forma tão cansada doutor. Eu espero que o senhor possa repensar sobre isso ou teremos que recorrer a outras instâncias para que o senhor possa sair desse hospital. Até mesmo a sua expulsão poderá ser cogitada caso não queira abrir mão de um de suas pacientes. Diz aquele senhor em tom ameaçador.

Wilian nervoso após aquela ameaça então responde:

- Façam o que bem entender. Eu sou voluntário! Eu não estou ganhando nada para estar aqui. Estou fazendo um favor aos meus pacientes, pois gosto da medicina e faço isso de coração e bom grado. Salvar vidas é o meu lema número 1. Me tirem daqui e verão quantas vidas perderão daqui pra frente por causa dessa uma paciente o qual os senhores estão a dizer que eu não quero abrir mão!

Sabendo da capacidade de Wilian, aquele doutor desconversa e diz:

- Bem, eu só estava querendo ajudar senhor. A pressão está muito grande como eu disse. Mas, o senhor tem o direito de fazer o que achar melhor no momento.

- O que eu acho melhor no momento é tratar da minha paciente até que ela esteja bem e em condições de ir para casa. Esse é o meu dever.

- Tudo bem senhor. Obrigado e até logo.

- Até logo doutor. Tenha um bom dia! Diz Wilian em tom direto.

Naquela manhã Osnin vai até a loja de Harry, levando o contrato de venda de sua loja para finalizar o acordo realizado no dia anterior. Quando ele chega e é recebido por aquele empresário que diz:

- Você não sabe o prazer imenso em te receber aqui na minha loja nesse dia Osnin. Eu sonhei a minha vida inteira por esse momento. O momento de te ver humilhado entregando a sua loja para mim. Acho que hoje eu consegui cumprir um dos grandes desejos de minha família. Os meus ancestrais estão certamente comemorando lá no céu. Diz aquele homem extremamente alegre.

- E os meus devem estar morrendo de desgosto. Mas, eu tenho que salvar a minha família. Diz Osnin se mostrando extremamente triste.

- Ainda bem que você sabe disso Osnin. Sabe que você tem uma vantagem agora? Você pode fugir a qualquer momento daqui que ninguém vai sentir a sua falta. Você não tem mais valor e influência nenhuma nessa sociedade mesmo. Se quiser partir hoje mesmo, você está a vontade para isso.

- Eu preciso acertar as minhas contas com Aisha ainda. Só saio daqui depois que fizer isso.

- Ainda não desistiu daquela sua esposa que arruinou a sua vida Osnin? Questiona Harry em tom irônico.

- Não. Assim com ela arruinou a minha vida. Eu quero arruinar a dela também.

- Mas, ela não está em coma?

- Isso para mim não é o suficiente. Eu não sossego enquanto não ver Aisha morta! Diz Osnin em tom severo.

- Eu queria até condenar ela no Conselho Religioso sabe Osnin, mas se ela chegar lá para ser julgada eu vou fazer de tudo para salvá-la. Aisha merece isso! Foi a melhor aliada que eu poderia ter tido na vida para poder te arruinar. Nem se eu tivesse a contratado acho que ela seria tão eficiente. Diz Harry novamente ironizando a situação de Osnin.

Quando aquele homem já sem paciência questiona:

- Já assinou Harry? Já posso ir embora.

- Calma Osnin, que pressa! Parece que nem tem senso de humor! Diz Harry com ironia novamente.

- O problema aqui é que a minha vida é que é a comédia.

- Eu estou falando sério Osnin. Se Aisha for para aquele conselho eu vou lutar pela sua absolvição.

- Entregue ela a mim e tenho certeza que o destino dela será muito pior do que a morte! Diz Osnin em tom severo novamente.

- Não farei isso. Acho que mudei de ideia. Daqui pra frente Aisha tem um novo aliado. Contrário ao meu inimigo é meu amigo. Eu farei o possível para fazer Aisha ser presa. Assim não terá como infortuná-la enquanto ela estiver em poder do estado. Diz Rashid ao acabar de assinar aquele documento.

- Não vai conseguir, porque eu já estou fazendo lobby desde já para que Aisha seja condenada a morte depois de tudo que ela fez contra o nosso regime. Isso se eu não a matá-la antes.

- Vamos ver quem tem mais influência no Conselho Osnin. A nossa guerra ainda não acabou! Diz Harry em tom direto.

- Só está começando Harry. Diz Osnin em tom ainda mais direto pegando aquela mala com o ouro da negociação e saindo rapidamente daquela sala em direção ao seu carro. 

Casamento forçado e abusivoOnde histórias criam vida. Descubra agora