No domingo pela manhã, a cidade já se mostrava intensamente esvaziada pela quantidade de refugiados que haviam saído nos dias anteriores. Soldados estavam sendo treinados em diversas partes daquele município para a defesa. Outros soldados, não tão leais ao regime, encontraram formas de fugir daquela cidade, se tornando desertores no decorrer dos últimos dias, quando o ataque do exército rebelde se tornou mais eminente.
As informações que chegavam do centro de comando militar da cidade é que os rebeldes haviam se aproximado intensamente da região, fechando algumas rodovias que a ligavam ao Oeste do país. Para fugir ou se refugiar, as pessoas daquela sociedade estavam com as opções reduzidas, ou iriam para o norte ou para leste, mas havia uma ameaça intensa de que as rotas de acesso para a região leste tenderiam a ser fechadas nos próximos dias pelo exército rebelde, deixando aquela população praticamente sem rotas de fuga, ainda antes do ataque a aquela cidade.
Sabendo dessas informações, o conselho religioso nacional autorizou a saída dos membros do Conselho Religioso e dos funcionários públicos e, até enviou uma carta de recomendação para que eles saíssem um mais rápido possível daquela cidade e região, para evitar de estarem com as suas famílias naquela cidade quando ela fosse invadida.
Imediatamente aqueles líderes começaram a se organizar com as suas famílias para a partida e muitos partiram naquele mesmo dia. Ficaram naquela cidade no decorrer no dia 18 de novembro, apenas 4 dos 10 membros do conselho. Como Osnin não havia sido substituído, aquele conselho estava com um membro a menos desde a sua expulsão.
Naquele dia, Osnin ficou a maior parte do tempo em sua casa e não recebeu nenhuma informação com relação ao desenrolar da guerra e a aproximação do exército inimigo, permanecendo tranquilo. O fator que o preocupava naquele dia, antes de saber das informações sobre a guerra, era a saúde de Aisha, o que o fez ir ao quarto dela várias vezes, quando questionava a Sonia se ela estava bem. A sua segunda esposa sempre respondia que a jovem estava da mesma forma que chegou, sem esboçar nenhuma reação.
Assim que Osnin saia e ela ficava sozinha com Aisha naquele quarto, Sonia demonstrava todo o carinho por aquela jovem a conversar com ela intensamente, deixando palavras positivas para que ela se recuperasse logo, pois estava com saudade da amizade que haviam construído.
Aquele dia passa com boa parte dos moradores fugindo o mais rápido que pudiam, levando tudo o que era possível. Os que não poderiam fugir, por falta de recursos ou outros motivos, começaram a comprar os últimos mantimentos e frascos de água que existiam naqueles mercados, que naquele dia acabaram totalmente, levando parte daquela população ao desespero.
O combustível também acabou, o que impossibilitava a fuga de parte daqueles moradores. Osnin espertamente comprou combustível e estocou em sua casa semanas antes, quando recebeu orientações do líder religioso sobre as ações aterrorizantes que estavam a ocorrer com os conselheiros, quando eles não conseguiam fugir de suas cidades antes delas serem invadidas.
Na parte da noite, Rashid muito preocupado chegou na casa de Osnin e bateu na porta:
- Osnin meu amigo, como está?
- Estou bem Rashid, entre! Aconteceu alguma coisa? Parece estar preocupado?
- Aconteceu sim. Os rebeldes estão se deslocando rapidamente em direção a nossa cidade e agora o comando do nosso exército tem certeza que eles virão nos atacar no mais tardar amanhã. Precisamos sair dessa cidade o mais rápido possível.
- E onde estão os outros conselheiros?
- Praticamente já foram todos embora, de conselheiros e ex-conselheiros só ficaram nós dois e precisamos partir o mais rápido possível.
- Perdemos a nossa cidade não é Rashid?
- Infelizmente sim Osnin. Me parece que aqui nem haverá resistência. O número de rebeldes que vem pra cá é tão grande, segundo informações recebidas pelo Conselho Nacional, que eles estão orientando o comando defensor a partir em direção a Leste, pois será impossível reagir. Eles serão massacrados se ficarem.
- Então temos mesmo que sair o mais rápido possível.
- Essa é a recomendação! O mais rápido que puder vá embora. Pois, pela distância que eles estão, amanhã ainda pela manhã eles devem cercar as estradas que rumam ao leste. E assim, ficaríamos apenas com a rota norte para a fuga.
- Eu pretendo ir para leste, eu não posso perder essa oportunidade, pode ser a minha última.
- Eu vou para o norte. Tenho parentes nos países do Norte, passarei um tempo lá com eles.
- Espero que possa ter sorte na sua fuga meu amigo.
- Eu também espero que tenha Osnin. Mande-me notícias assim que puder. Eu preciso ir agora, pois, as minhas esposas estão arrumando os meus pertences para a fuga essa madrugada e preciso ajudá-las. Espero que possa fazer o mesmo.
- Sim. Eu vou partir ainda de madrugada, não posso perder mesmo essa oportunidade. Muito obrigado por me avisar meu amigo!
- Boa sorte para nós Osnin. Que você esteja com o magnifico.
- Que você também esteja com o magnifico meu amigo!
- Espero te ver outra vez e independente do que aconteça, saiba que você é e sempre será o melhor amigo que já tive.
- Saiba disso também Rashid! Você é e sempre será o melhor amigo que já tive. Responde Osnin enquanto aqueles dois amigos se abraçam.
Antes que Rashid caminhe até a porta. Osnin se lembra de fazer uma última pergunta:
- Rashid, o líder religioso fugiu?
- Sim, ele também foi para o norte Osnin. Porque?
- Não, por nada, só para saber mesmo quem estava no comando?
- Quem está no comando é o líder militar. Ele recebeu todas as recomendações do líder religioso e ficará para governar a cidade nesse momento de guerra.
- Entendi. Muito obrigado Rashid! Tenha uma boa sorte amanhã!
- Boa sorte para você também. Diz Rashid em despedida.
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Casamento forçado e abusivo
Tiểu Thuyết ChungAisha era uma menina que morava em um pequeno vilarejo no norte do Afeganistão. A população de sua região era muito conservadora e extremamente religiosa. Ao chegar na pré-adolescência, ela conheceu um jovem garoto de sua escola, o qual começou a g...