A atitude desesperada

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Aisha entra naquele quarto e a sua respiração estava ofegante de tanto medo que tinha no momento de ser descoberta. Ela nem imaginava qual seria a reação de sua sogra caso a pegasse naquele local totalmente proibido de ser acessado sem a presença dela ou sem a sua autorização.

Ela começa então a pegar as coisas de sua sogra sobre uma mesa, para ver se encontrava aquela carta, colocando tudo no lugar novamente. Ela percebe então uma caixa de remédios sobre a cômoda. Toca nele, mas não tinha nada embaixo de um pano que estava enfeitando aquela mesa. Ela então começa a abrir gavetas, movimentando as mãos sobre o fundo delas, para ver se encontrava algum papel. Mas, não encontra nada. Quando ela começa a caminhar em direção a um baú que ficava no chão daquele quarto ela escuta o trinco da porta se abrir.

O seu coração praticamente para nesse momento. A sua respiração fica congelada, o pavor estava estampado no rosto daquela jovem. O seu corpo começou a tremer mais intensamente ao ver que aquele movimento para abrir a porta não parava, quando então aquela porta abre vagarosamente e era Marian a entrar no seu quarto. Ao ver Aisha, ela grita intensamente:

- O que você está fazendo aqui sem a minha autorização.

- Eu estava a procurar uma de minhas jóias que perdi senhora.

- Está me acusando de roubo? Questiona aquela senhora.

- Claro que não senhora, eu só queria ver se eles não haviam caído aqui.

Osnin estava a subir as escadas e se assusta com aqueles gritos, quando chega na porta e encontra Aisha no quarto de sua mãe pálida e extremamente assustada.

- O que está fazendo aí Aisha? Questiona Osnin em tom severo.

- Eu estava procurando um brinco meu senhor.

- Já para o seu quarto. Diz ele dando uma ordem direta. Marian achava que nem precisava dizer mais nada. Pois Osnin, certamente, castigaria Aisha intensamente por aquele ato impensado.

Aisha se movimenta vagarosamente, enquanto o seu corpo tremia intensamente. Ela estava com dificuldade de se equilibrar em meio aos seus passos, de tanto medo que se encontrava das reações o marido.

Ao entrar no seu quarto e ver que Osnin havia entrado depois, ela para na frente do esposo a aguardar a sua ordem, pensando que novamente ele a surraria severamente.

Quando Osnin diz de forma suave:

- Sente-se na cama por favor. Precisamos conversar.

Aisha responde:

- Sim senhor. E logo em seguida se senta.

- Aisha, você sabe que não pode entrar no quarto das outras mulheres, pois elas ficam furiosas. Você fez isso no quarto logo da minha mãe? Questiona Osnin em tom sereno.

Aquela fala tranquiliza intensamente Aisha, que diz:

- Perdão senhor. Eu só estava a procurar a minha joia. Eu a perdi e gosto muito dela. Diz ela com um semblante triste.

- Nunca mais faça isso Aisha. Hoje eu não vou te castigar por ter entrado no quarto de minha mãe sem avisar. Mas, se fizer isso de novo, tanto no quarto dela, quanto de minhas outras esposas, eu terei que te castigar para evitar brigas. Diz Osnin tentando explicar para Aisha que o que ela fez foi muito errado.

- Sim senhor. Eu prometo que não farei mais isso. Diz Aisha novamente com um semblante triste. Por não ter encontrado aquela carta e não saber como iria fazer para acessar novamente o quarto de sua sogra, já que agora estava terminantemente proibida de fazer isso.

Osnin então abraça Aisha e depois a beija no rosto. Feliz por ter conseguido se controlar, assim como Rashid pediu. Ele viu que conversar é muito melhor do que partir para a agressividade e gostou daquela ação. Osnin não havia treinado para ter dialogo e sim para agredir durante toda a sua vida. Ele aprendeu a ser extremamente violento com as suas esposas ao ver os exemplos de seu pai. Mas, diferentemente dele, Osnin tinha um coração melhor, só precisava encontrar alguém que despertasse essa vontade de ser bom nele. E Aisha havia conseguido isso de forma magistral.

Osnin questiona para Aisha, qual era o modelo de joia que ela havia perdido. E aquela jovem muito esperta, mostra pra ele o par daquela joia. Então Osnin diz a ela que iria procurar. Dessa vez Aisha preparou um plano, deixou uma das jóias jogadas no corredor daquela casa, para que caso fosse descoberta, ela pudesse utilizar a desculpa que perdeu aquela joia e estava a procurá-la.

Assim que saiu do quarto Osnin olhou atentamente para o chão e depois de caminhar por alguns segundos pelo corredor, ele encontra aquela joia. Tendo a certeza que Aisha dizia a verdade. Ele então bate no quarto de sua mãe para dizer para ela que havia encontrado a joia que Aisha procurava. Sem entrar no quarto. Apenas avisando do lado de fora. Aquela senhora responde que está tudo bem. Que bom que ela encontrou! Mas, por dentro, estava a alimentar um ódio cada vez mais extremo de Aisha.

Tudo que Osnin faz é entrar feliz naquele quarto dizendo a Aisha que havia acabado de encontrar aquela joia no corredor. O que faz com que ela abra um imenso sorriso e corra para abraçar Osnin, que fica completamente encantado por aquela reação espontânea de sua esposa. Os dois se beijam intensamente e ele deita em sua cama, olhando para aqueles belos olhos castanhos da jovem. Ele troca carícias com ela e questiona novamente:

- Promete pra mim que viveremos sempre assim em harmonia?

- Sim senhor. Eu prometo. Eu te amo muito.

- Promete pra mim que jamais tentará fugir de mim de novo?

- Sim senhor. Eu prometo, aconteça o que acontecer eu estarei sempre ao seu lado.

- Eu te amo Aisha. Eu te amo como nunca amei outra mulher nessa vida. Diz Osnin a beijar Aisha intensamente, se mostrando completamente apaixonado por aquela bela jovem.

Ao ver que Aisha não seria mesmo punida, Marian fica revoltada em seu quarto. Ela pega então aquela carta e diz decidida, amanhã eu acabo com esse feitiço de Aisha, de uma forma ou de outra. 

Casamento forçado e abusivoOnde histórias criam vida. Descubra agora