O atendimento

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Johnson chega então próximo a aquele doutor que estava em um corredor do hospital e questiona a ele:

- Senhor Willian onde tem uma maca que eu possa colocar essa paciente, ela está quase a falecer em meus braços?

- Aqui senhor, me siga por favor. Diz o doutor Willian.

Johnson caminhou então rapidamente em direção aquele espaço sendo guiado pelo doutor e colocou aquela jovem na primeira maca vazia que tinha encontrado.

O doutor então questiona:

- Onde encontrou essa jovem nesse estado?

- Ela estava em uma casa, abandonada e sozinha. Parece que foi deixada para morrer pela família.

- Normalmente isso acontece em casos de guerra quando há alguém mal de saúde. Responde doutor Wilian de forma triste.

Então ao ver aquela jovem na maca, Wilian retira parte daquele cobertor que a cobria rapidamente, mas, de forma cuidadosa, quando olha o rosto daquela jovem, diz de forma extremamente assustada:

- Aisha!

- O senhor conhece ela?

- Sim, ela esteve aqui há alguns dias. O seu esposo depois de muita pressão a levou para casa. Eu cuidei dela enquanto esteve internada. Aisha teve problemas de saúde ao tentar suicídio após não suportar mais a violência de seu marido. Diz aquele doutor deixando Johnson ainda mais espantado com aquela situação enquanto ele corre com a aquela maca pelos corredores.

- Então isso não foi uma ação de desespero? Essa família deixou ela para morrer deliberadamente?

- Provavelmente sim. Diz aquele doutor a parar um pouco aquela maca para examinar os sinais vitais de Aisha. A sua respiração estava muito fraca, o seu coração batia de forma descompassada e a sua pulsação também estava fraca. Quando ele complementa: - Ela está muito fraca, a pressão dela está muito baixa. Precisamos a levar para a emergência. Aisha está prestes morrer se nada for feito!

- Ela acabou de ter uma parada cardíaca, enquanto a trazia para cá senhor. Ela está muito debilitada, não sei por quanto tempo ela ficou sem remédios e alimentação. Ela está extremamente frágil. Diz aquele oficial.

- Eu preciso aumentar a pressão dela imediatamente. Diz aquele doutor a arrastar aquela maca em velocidade, levando Aisha a uma sala em que tinha mais aparelhos, pedindo para que o senhor Johnson o aguardasse ao lado de fora, que ele precisaria fazer os primeiros procedimentos emergenciais para tentar salvar a vida daquela jovem.

Johnson fica aguardando aquele doutor ao lado de fora, enquanto ele estava a fazer os procedimentos necessários para tentar re-estabilizar os batimentos de Aisha naquele momento. Johnson estava impressionado com o que havia acabado de ver e ouvir. Ele tinha visto muitas situações terríveis na guerra, mas, encontrar uma pessoa tão debilitada abandonada para morrer em uma casa, de forma deliberada pela família, foi a primeira vez que ele havia visto. Aquilo o chocou profundamente, ainda mais por se tratar de alguém tão jovem, que aparentava ter entre 14 e 16 anos.

Ao olhar para Aisha com mais cuidado após o que o doutor havia lhe dito, quanto a deixar ela em casa para que ela morresse, ele logo pensou em sua filha, que tinha uma idade parecida com a de Aisha e que era a pessoa que ele mais amava no mundo juntamente com a sua esposa. Ele jamais imaginaria fazer algo assim com alguma daquelas duas pessoas. Johnson simplesmente não conseguiu acreditar que o marido de Aisha foi capaz de fazer tamanha maldade. Na sua mente, aquilo só poderia ser um mal entendido. Ele em meio aos seus pensamentos, ficou sentado aguardando em um banco no corredor, na entrada da sala em que tinha mais aparelhos naquele hospital. Ele estava decidido a não ir para a base enquanto não conseguisse saber, pelo menos, se aquela jovem conseguiu sobreviver.

Então, enquanto estava sentado, ele lembrou de chamar no rádio comunicador para avisar aos soldados que estava tudo bem:

- Senhores, eu estou aqui no hospital. Eu encontrei uma vitima em casa e a trouxe pra cá tentando salvar a sua vida. Era uma civil Afegã que foi abandonada pela família antes de partir. Está tudo bem por aí?

- Sim senhor. Por aqui está tudo sob controle. O senhor quer que desloquemos algum veículo para o seu transporte.

- Eu vou aguardar alguns minutos por notícias da saúde dessa jovem. Assim que finalizar os primeiros procedimentos, eu entro em contato para que vocês venham me buscar.

- Ok senhor. Estaremos a sua disposição.

- Obrigado. Então aquele oficial desliga aquele rádio e fica a passar as mãos sobre os cabelos, como se não quisesse acreditar que o que ouviu daquele doutor pudesse ser real. 

Casamento forçado e abusivoOnde histórias criam vida. Descubra agora