A maior felicidade de Parisa era sentir a desestabilidade emocional de Aisha e ela fazia de tudo para ampliar aquilo. Aquela mulher ao sentir a fraqueza e a inexperiência daquela jovem para lidar com essas situações, começou a dominar o seu psicológico, solicitando que ela realizasse serviços cada vez com um nível maior de dificuldade, sem lhe dar as condições para isso, induzindo Aisha a erros.
Sentindo-se protegida por todos, depois de mais ou menos, sete meses do casamento de Aisha, ela teve a audácia de, após uma pequena falha de Aisha, vendo o marido fazer isso repetidas vezes, acertar um forte tapa no rosto da jovem, que se enfureceu imediatamente partindo para a agressão contra aquela mulher.
Como Parisa era muito maior, já mulher e mais forte, ela conseguia se defender e bater em Aisha, que puxava os seus cabelos com toda a força. A briga fica muito intensa e todos os membros da família que estavam na parte de cima da casa descem desesperados, menos Osnin que estava em seu quarto concentrado em seu trabalho.
Aisha caiu no chão com aquela mulher, arranhando o seu rosto intensamente de forma que ele estava a sangrar em algumas partes. Parisa focou mais em tentar bater em Aisha com socos em seu rosto e chutes pelo seu corpo, antes que as duas rolassem no chão seguras pelos cabelos. O que se ouvia era o grito de raiva das duas e a gritaria de Marian a Sonya para que Osnin saísse do quarto e apartasse as duas da briga.
Osnin então percebeu que havia algo de errado e saiu do quarto, escutando aquela gritaria. Ele chega na escada e percebe que as suas duas esposas estavam a brigar intensamente, rolando no chão da sala, sendo acompanhadas por todos os seus filhos, que encontravam-se desesperados. Ele então grita de forma feroz:
- O que está acontecendo aqui?
As duas que estavam a brigar, param imediatamente, ainda ofegantes, mas com o medo estampado no rosto pelo que haviam acabado de fazer. Certamente elas seriam punidas como nunca haviam sido pelo marido, por terem gerado toda aquela confusão. O primeiro ato das duas é soltar o cabelo uma da outra. Depois, vagarosamente, ainda ofegantes, elas se levantam, recompondo as suas roupas, que estavam soltas e, em algumas partes rasgadas.
Osnin desce rapidamente as escadas com um olhar em fúria. Quando questiona novamente:
- Eu quero que vocês me expliquem o que está acontecendo aqui e agora?
- Senhor, Parisa me deu o tapa no rosto e eu não aguentei a afronta e fui para cima dela. Diz Aisha demonstrando irritação em sua fala ainda recuperando o ar após aquela intensa briga. Quando antes que ela terminasse, Parisa gritando responde:
- É mentira dessa menina insolente.
- Eu quero saber a verdade. O que aconteceu aqui? Parisa me conte, o que aconteceu aqui para vocês se descabelarem assim? Questiona Osnin se mostrando furioso.
- Ela estava a fazer um trabalho que mandei tudo errado, como sempre, eu a repreendi, quando ela partiu para cima de mim. Diz Parisa.
- Agora me conte a sua versão Aisha. O que aconteceu?
- Eu estava a fazer o chá para que ela levasse até o seu quarto senhor. Quando ela me disse que eu coloquei mais açúcar do que ela pediu. Eu disse que iria fazer de novo. Quando ela chegou e disse que ela mesma faria. Que eu não sabia fazer nada. Quando deixei a panela no fogão e fui em direção a ela passando ao lado da mesa, ela me deu um forte tapa em meu rosto. Diz Aisha se sentindo triste naquele momento.
Osnin viu que a versão de Aisha era mais plausível naquele contexto e que ela que dizia a verdade. Como tinha muita experiência de vida e conhecia as suas esposas, pelo olhar delas, ele percebeu que Aisha dizia a verdade e Parisa estava a mentir. E então ele questiona:
- Você está satisfeita com o que você fez aqui Aisha, em frente aos meus filhos, quebrando coisas e destruindo a nossa cozinha e parte da sala?
- Não senhor. Me perdoe. Quando ela me bateu eu não vi mais nada e fui pra cima dela. Isso não vai mais se repetir. Diz Aisha com um semblante triste, já sabendo das possíveis consequências daquele ato.
- E você Parisa, o que tem a dizer sobre isso?
- Eu peço perdão senhor. Isso, de minha parte, também não vai mais acontecer.
- Que bom que vocês entendem que isso não é bonito. Mamãe e Sonya, venham para a parte debaixo da casa, eu vou precisar ter uma conversinha com essas duas no meu quarto. Diz Osnin em tom severo. Quando Aisha e Parisa baixam as suas cabeças, já sabendo que seriam punidas por aquele ato. Então Marian responde: sim meu filho, já estamos descendo. Diz ela encarando Aisha pelo olhar, como se estivesse a condená-la pelo ocorrido.
Então as crianças descem e ficam próximos a sua avó, enquanto Sonya começa a arrumar as coisas que estavam espalhadas por todos os lados, reflexo daquela intensa briga.
Osnin apenas olha para as duas com um semblante severo e elas percebem que deveriam subir as escadas em direção ao seu quarto. Nesse momento Parisa já tremia de medo. Por ser muito submissa ao marido ela havia sido punida poucas vezes em sua vida, mas ela sabia que Osnin era extremamente severo e violento nas suas punições e, que, ela teria que ser muito forte naquele momento. Aisha ainda não sabia o que isso significava até aquele momento. Havia tido apenas uma punição do seu marido na noite de nupcias, portanto, não sabia efetivamente o que ele planejava, só sabia que não era algo bom e isso a fazia sentir um frio na barriga enquanto subia aquelas escadas.
Osnin sobe então atrás delas. Ao chegarem na porta do quarto, elas passam pela frente dela ficando a esperar Osnin no corredor em frente a porta, enquanto a mesma ainda estava fechada, aguardando as ordens do esposo. Ele para então de frente pra elas, abre a porta e ordena que elas entrem, quando elas imediatamente cumprem a ordem e entram naquele espaço com um olhar de intenso receio. Depois da entrada das duas, ele entra também e fecha a porta.
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Casamento forçado e abusivo
General FictionAisha era uma menina que morava em um pequeno vilarejo no norte do Afeganistão. A população de sua região era muito conservadora e extremamente religiosa. Ao chegar na pré-adolescência, ela conheceu um jovem garoto de sua escola, o qual começou a g...