O dia após a segunda punição

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No outro dia Aisha acorda, estava tão cansada, que dormiu e não viu o seu pai sair para o trabalho. Quando acordou estava sentindo intensas dores em suas costas, local em que havia sofrido o maior número de golpes no dia anterior. Ela tenta se levantar, mas sentia muitas dores no local, ficando deitada no chão, por mais algum tempo, para ver se recuperava as suas forças. Ela nota que a sua roupa estava intensamente sujas de sangue, especialmente em suas costas.

Enquanto estava deitada, ela pensou que não suportaria mais tanta violência de seu pai, no dia atual, que estava totalmente sem forças e que tinha que arrumar uma forma de dizer para ele o que ele queria saber, ou não sabe se sairia viva após essa noite, de tão debilitada que estava.

Depois de horas a pensar, ainda deitada no chão, ela depois de muito esforço, consegue se levantar. O seu corpo estava extremamente pesado, dolorido e cada movimento trazia dores mais intensas. Ela retira então suas roupas para se trocar, pois tinha como objetivo ir até a casa de Caivan lhe contar que a sua vida estava ameaçada. A cada prova de amor que realizava, por aquele grande amigo, mais Aisha parecia apaixonada e lutava para o manter a salvo a vida daquele garoto que era o favorito dela.

Depois de se trocar, ainda sem forças, Aisha vai caminhando pela casa, toma um pouco de água e abre a porta vagarosamente. Já eram aproximadamente umas 10 horas da manhã, quando ela então consegue sair de casa. As suas passadas eram curtas e lentas, pois, qualquer movimento a fazia sentir intensas dores em seu corpo.

Quando ela avista a casa de Caivan, se aproxima dela e bete na porta. Naquele momento o seu corpo parecia estar quente, ela estava com febre, tamanha a fraqueza pela energia dispensada pelo seu corpo para suportar toda aquela violência no dia anterior.

Assim que Caivan abre a porta com a sua mãe ao lado, Aisha, sente uma forte tonteira, caindo para dentro da casa, desmaiada. Imediatamente Caivan se assusta intensamente, quando ela pega Aisha nos braços e a leva até o sofá daquela casa. Depois de algum tempo abanando aquela jovem, ela acorda, sentindo ainda intensas dores, se deitando de bruços para conversar, o que assustou um pouco aqueles dois que estavam na casa.

- O que você tem Aisha? Questiona Caivan, assim que percebe que Aisha tinha aberto os olhos e feito os primeiros movimentos.

- Muitas dores meu amigo. O meu pai descobriu aquela bíblia que você me deu em minha casa e estava me obrigando a contar quem havia me dado. Mas, para salvar a vida de vocês eu preferi não dizer nada. Ele ficou muito violento e nesses últimos dois dias, me forçou a contar quem havia me dado e, por não querer responder, ele me agrediu com intensa violência.

Caivan e sua mãe ficam extremamente assustadas com aquela história, quando percebem que parte das roupas de Aisha estavam um pouco vermelhas, causada por algo um pouco estranho, na região de suas costas. Quando eles levantam uma parte de suas roupas, percebem o quanto ela estava machucada e se assustam intensamente.

- Eu nunca vi tamanha violência em minha vida! Diz assustada a mãe de Caivan.

- Eu também não. Responde Caivan.

- Minha filha, como suportou tamanha violência? Questiona a mãe de Caivan.

- Eu me lembrava de Caivan senhora e isso me dava forças para continuar aguentando para salvar a vida dele e a de vocês.

- Muito obrigado por tudo que fez Aisha. Eu nunca me esquecerei dessa ação visando salvar a minha vida e de toda a minha família. Diz Caivan se mostrando emocionado.

- Eu também, devo minha vida e de toda a minha família a você Aisha. Diz a mãe de Caivan. Quando complementa: - Eu vou cuidar dessas feridas. Aguarde um instante que pegarei alguns remédios.

- Não precisa senhora. Diz Aisha.

- Mas é claro que precisa, você está muito machucada Aisha. Eu vou cuidar de você.

- Eu preciso voltar para casa. Diz Aisha.

- Mas, você não vai voltar para casa nesse estado de maneira nenhuma, vamos cuidar de você e depois disso você voltará para casa. O seu pai chega que horas? Questiona a mãe de Caivan.

- Ele volta apenas no fim da tarde. Mas já tenho que estar lá quando ele voltar. O que vim pedir para vocês é que fujam daqui. Eu não terei mais condições de suportar mais violência, já que fui punida por dois dias seguidas e me encontro nesse estado. Portanto, preciso contar de quem era aquele livro ao meu pai. Pois ele não terá clemência caso eu não faço isso. Depois de ontem, tenho certeza que ele não parará até descobrir quem foi que me deu o presente. Diz Aisha se mostrando extremamente assustada.

- Não se preocupe Aisha. Assim que cuidar de suas feridas, vamos arrumar as nossas coisas. O meu esposo chega para almoçar, prepararemos tudo e nos mudamos daqui para uma região distante, onde não seremos reconhecidos.

- Caivan. Me desculpe por ter que fazer isso. Diz Aisha se mostrando triste.

- Aisha. De maneira nenhuma, eu que tenho que te pedir desculpas por ter te deixado passar por esse intenso sofrimento. Eu sei o quanto tentou ocultar a verdade e nos proteger. Agora precisa salvar a sua vida. Diz Caivan de forma compreensiva.

Então são passados remédios nas partes machucadas do corpo de Aisha. Ela inicialmente sente muitas dores enquanto a mãe de Caivan estava a passar remédios em suas feridas, mas, depois de alguns minutos ela começa a sentir um pouco de alívio em seu corpo, reflexo do efeito dos remédios. Após medicar Aisha, Caivan e sua mãe começam a preparar as coisas de sua casa. 

Casamento forçado e abusivoOnde histórias criam vida. Descubra agora