Muito chateado, Osnin volta ao tempo religioso e felizmente aquela cerimônia ainda não havia acabado. Ele então toma o seu lugar novamente, a frente daquele espaço, enquanto Marian estava curiosa para saber o que aconteceu naquela casa. Em sua mente, Osnin tinha pego aquela jovem e tinha a espancado de uma forma que ela nunca havia sido em sua vida. Conhecendo o seu filho como ela conhecia, aquela era a única alternativa possível que vinha em sua mente e aquilo a fazia se sentir muito feliz naquele momento.
Aquela cerimônia finaliza e os membros do Conselho religioso vão questionar a Osnin o que aconteceu com Aisha para ela sair da cerimônia daquela forma. Quando ele responde tentando minimizar qualquer desconfiança que ela poderia ter tentado uma fuga:
- Aisha não tem sentido muito bem nesses dias. Ela passou mal e estava a me aguardar do lado de fora. Os senhores conhecem as mulheres quando estão prestes a ganhar um filho não é, sentem enjoos constantemente. Eu tentei levá-la a um médico para confirmar isso nesses dias, mas, estava em uma correria tão grande que não consegui levá-la para realizar o exame. Mas tenho em minha mente que a minha mais jovem esposa está grávida pela primeira vez. Diz ele com um sorriso no rosto, tentando evitar suspeitas e maiores questionamentos, que pudessem levar Aisha a um julgamento naquele conselho e uma vulnerabilidade ainda maior de sua parte, por perder ainda mais a sua reputação caso isso ocorresse.
Aqueles homens ficam extremamente felizes e vão lhe cumprimentar por possivelmente ser papai de mais um filho ou filha. Marian que estava a observar aquela conversa de longe e não entende nada daquilo que ocorreu e o porque aquelas pessoas estavam o cumprimentando depois daquela atitude tão vexatória de Aisha.
Todos então se despedem e Osnin vai de carro com a sua mãe, suas esposas e seus filhos para casa, todos extremamente apertados, pois ele tinha muitos filhos, que enchiam intensamente aquele carro. No caminho ele não diz nada e dirige por todo o percurso com um semblante extremamente fechado.
Ao chegar em casa as esposas sobem para retirar aquela roupa e Osnin entra em seu quarto para colocar uma roupa do dia a dia. Quando antes que ele fechasse a porta, Marian entra naquele quarto o questionando o que aconteceu:
- O que aconteceu?
- Aisha novamente estava a tentar fugir de mim minha mãe e não quer me contar o porque. A senhora sabe de alguma coisa que eu não sei? Se sabe por favor me conte, pois eu não posso mais ficar nessa situação.
- Eu não sei de nada. Responde Marian. E você não vai arrancar dela a força o porque ela está a fugir? Você a surrou imediatamente após chegarem em casa, foi enérgico com ela? Questiona aquela senhora curiosa.
- Não. Assim como Rashid havia me recomendado, eu não vou mais castigar as minhas esposas em fúria, isso não é correto segundo as regras religiosas.
- Osnin, eu nunca imaginei que você se tornaria tão frouxo. Aquele Rashid esta a acabar com o homem que você era com esses conselho sem sentido. Aquele é outro frouxo. Eu nunca vi isso em minha vida. Todos sabemos que temos que resolver as coisas no quente. Aisha nunca vai te respeitar dessa forma. Ela será punida em outro momento, nem saberá relacionar a sua punição com o que ocorreu. Diz aquela senhora em tom de desaprovação se mostrando extremamente nervosa.
- Ela já sabe que será punida amanhã por ter fugido hoje, assim como será também nos outros dias posteriores, até que me conte a verdade. Só irei parar de punir Aisha quando ela me disser o porque estava fugindo dessa forma.
Marian respira fundo, demonstrando intenso nervosismo pela opção realizada pelo filho. Ela queria o ver espancando Aisha intensamente, conforme o seu esposo fazia com ela, mas parece que esse modelo ela não veria mais dali pra frente. Quando ela decide encerrar aquela conversa.
- A esposa é sua e a decisão também. Eu tenho certeza que Aisha te levará a ruína e estou te avisando isso a um longo tempo. Você não está sendo um bom marido para ela e aqueles que não são bons maridos não tem boas esposas. Mas eu não vou dizer mais nada. Faça aquilo que achar melhor. Diz aquela senhora ao sair daquele quarto de forma triste e desolada pela opção do filho.
Aquele dia passa com Aisha a sentir uma fome imensa em seu quarto na parte da noite,sem ter nada para comer e trancada. Muito desesperada de medo do que seria dela no dia seguinte, quando teria que enfrentar novamente as severas punições do marido, aquela jovem chora por várias vezes durante aquela noite. O seu coração estava partido, porque ela realmente amava Osnin e certamente agora, ela jamais teria a confiança dele novamente, mas somente o seu desprezo, por ela ter demonstrado ser indigna do seu amor. Depois de um bom tempo a refletir e a chorar, Aisha consegue finalmente pegar no sono e dormir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Casamento forçado e abusivo
General FictionAisha era uma menina que morava em um pequeno vilarejo no norte do Afeganistão. A população de sua região era muito conservadora e extremamente religiosa. Ao chegar na pré-adolescência, ela conheceu um jovem garoto de sua escola, o qual começou a g...