O dia seguinte

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No outro dia Aisha acorda novamente sentindo intensas dores em suas costas, não conseguindo nem andar direito. Logo pela manhã, antes que seu pai saísse para o trabalho, ela vai até a cozinha e mostra para ele os resultados de sua punição, achando que Mohamed fosse se comover. Quando ele vê as costas de Aisha intensamente machucadas, ele simplesmente diz:

- Você ainda não me contou o que eu queria saber. Prepare-se para hoje anoite. Espero que me conte o que eu quero saber, pois hoje eu farei muito pior do que fiz ontem caso não fale o que estou lhe ordenando.

Aisha ficou intensamente impressionada com o frieza do seu pai. Era impressionante alguém não se comover após atingir a própria filha com tamanha violência. Ele parecia não ter coração, pensava Aisha. Quando, minutos depois, o seu pai sai de casa para o trabalho.

Ela arrumou a casa como pôde, preparou o almoço e ficou a descansar durante a tarde. Nesse dia ela não podia sentar e nem encostar as suas costas em nenhum local, pois as dores eram intensas, pelo simples toque de sua roupa nas feridas. A sua pele da parte de trás do seu corpo, estava extremamente sensível e dolorida.

Ela fica imaginando o dia inteiro, ansiosa, se o seu pai iria cumprir essa promessa de lhe punir ainda mais intensamente, pois, no estado em que se encontrava, não teria condições de aguentar toda aquela violência por mais um dia.

A tarde passa muito devagar e a ansiedade dela ficava cada vez maior com a aproximação da hora de chegada de seu pai. Ela sabia que não poderia dizer nada sobre aquele livro, pois, o seu melhor amigo poderia ser morto, juntamente com a sua família, caso ela dissesse algo que o incriminasse. Entretanto, ela não aguentaria aquela punição por mais um dia, se fosse como foi, ou na pior das hipóteses, se o seu pai cumprisse a promessa de ser ainda mais severo com ela.

Com o horário passando, a sua agonia ia aumentando, o seu corpo começava a tremer, o medo tomava conta de suas reações.

Quando então Mohamed chegou em casa, não trocou nenhuma palavra com ela, preparou as suas coisas e chamou Aisha para a sala, a questionando novamente, quem havia lhe dado aquela bíblia. Aisha deu novamente a mesma resposta e ele agiu da mesma forma do dia anterior, lhe deu um forte tapa em seu rosto que a jogou no chão.

E então ele a questionou novamente:

- Aisha eu não estou brincando com você. Você sabe o respeito que tenho pelas crenças da nossa região e não vou aceitar que você quebre as regras dela. Quem te deu esse livro, me diga agora, ou não terei piedade nenhuma de você.

Aisha nesse momento estava com as mãos no seu rosto, que estava a arder em brasa após o forte tapa que seu pai havia lhe acertado. Nesse momento ela pensou em contar a verdade, pois sabia que não iria aguentar muito tempo de punições tão extremas, mas ao relembrar o sorriso alegre de Caivan quando falava sobre a religião cristã e os homens que viveram nessa terra que tiveram muita coragem, ela desistiu e respondeu ao seu pai:

- Pai, eu estou dizendo a verdade. Esse livro eu achei na escola e trouxe para casa por curiosidade. Se o senhor quiser eu queimo ele e acabamos com a história aqui. Disse Aisha tentando passar credibilidade.

- Aisha, eu sei que não está dizendo a verdade. Você não me engana. Vai continuar mentindo pra mim? Questiona Mohamed.

- Papai, por favor, acredite em mim. Diz Aisha já a cair lágrimas em seus olhos, ao ver o olhar envolto do seu pai perante a ela.

Quando então Mohamed levanta novamente os chicotes, mas dessa vez Aisha não se movimenta em defesa. Ele parou por um tempo, como se desse uma ultima chance para que a filha respondesse a verdade. Mas, ao ver que ela estava a sustentar a mentira, começou novamente as agressões assim como no dia anterior. Só que hoje, nessa primeira vez, ele bateu ainda mais intensamente, lhe dando mais de 60 chicotadas. No início Aisha ficou de frente a proteger as suas costas que estavam totalmente debilitadas, devido as agressões do dia anterior. Mohamed a batia insistentemente em suas pernas, que ficaram rapidamente, intensamente doloridas. Por ser uma parte mais sensível do corpo, Aisha não aguentou por muito tempo e virou de costas, esse talvez tenha sido o seu grande erro. Como a pele de Aisha já estava sensível, logo ela foi se rompendo, e se formou uma nova possa de sangue em suas costas, após esses primeiros golpes acertarem naquela região. A dor estava insuportável para aquela jovem, que tudo que fazia era gritar e chorar como nunca em sua vida.

Mohamed estava decidido a saber a verdade custe o que custar. E Aisha estava disposta a ocultá-lá para proteger o seu grande amigo a qualquer custo também. Fisiológicamente tudo aquilo estava insustentável, mas mentalmente, ela pedia ajuda ao magnifico, para que lhe desse forças para salvar Caivan e sua família.

Depois de parar por mais ou menos uns 10 minutos e olhar fixamente as reações da filha. Mohamed vê que Aisha estava a sofrer muito e pela primeira vez começa a ter compaixão da filha e pensar que ela pudesse estar dizendo a verdade. Ele então começa a abir a bíblia e analisar se havia alguma identificação nela. Quando nota um bilhete, era uma assinatura de nome de uma família lá dentro. Era a identificação da família de Caivan, mas Mohamed não sabia identificar.

Muito nervoso, novamente após aquela descoberta, Mohamed questiona por várias vezes, de quem era aquela assinatura e Aisha negava saber. Ele então olha nos olhos da filha intensamente, colocando as mãos em seu rosto para que ela dissesse olhando em seus olhos, pois ele conhecia quando ela dizia a verdade pelo olhar. Quando ela responde que não sabe, ele percebe novamente que ela estava a mentir e fica novamente irado, iniciando novamente a intensa punição contra o corpo de Aisha.

Aisha vira novamente de costas no chão em meio a aquela intensa violência dos chicotes contra o seu corpo, mais uma vez, depois de se cansar de bater, e ver que o corpo da filha poderia não aguentar tamanha violência, Mohamed para. Mas as reações corporais de Aisha demoram minutos para cessarem. O seu corpo não aguentaria mais por muito tempo. No total foram mais 90 chicotadas durante toda aquela terrível punição.

Aisha estava completamente arrasada. Não aguentou nem sair daquele ponto da sala e ficou por ali mesmo. O seu pai, muito chateado, foi para o quarto a pensar e tentar dormir. Aisha ficou ali deitada no chão da sala por horas a ver o seu corpo tremer e sentindo intensas dores. Depois de tanto chorar ela conseguiu finalmente pegar no sono, aproximadamente umas 3 horas após toda aquela punição. 

Casamento forçado e abusivoOnde histórias criam vida. Descubra agora