O domingo

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Era domingo, dia 02 de dezembro de 2001, Aisha acorda logo pela manhã e Wilian estava a dormir em sua casa. As primeiras ações daquele dia foram realizadas pelos enfermeiros, que de certa forma, estavam preocupados de que os outros médicos, pudessem de alguma forma, descobrir que Aisha estava a ser seguida por aqueles militares para interrogatório e pudessem dizer que ela havia acordado e que seu estado estava normal.

Poucas horas depois, Wilian começou as suas atividades naquele hospital. Para proteger Aisha e atender os demais pacientes, ele não tirava folga há algum tempo. Ia para casa em alguns dias para dormir, resolver algumas coisas e logo que possível, retornava para aquele hospital, com medo de que algo pudesse acontecer, principalmente com ela, em um momento em que ele não estivesse.

Naquele dia eles sabiam que os militares estavam de folga e que dificilmente eles iriam interrogar Aisha, o que deixou aquele doutor e sua equipe um pouco mais tranquilos.

Os outros médicos não costumavam entrar com frequência naquela sala quando o doutor Wilian estava, já que os tratamentos daquela sala eram mais da especialidade dele. Portanto, quando Wilian estava naquele hospital isso trazia mais tranquilidade a aquela equipe médica, que tentava também proteger Aisha, sabendo de seu contexto.

Naquele dia, um pouco mais confiante, Aisha conversa por muito tempo com o senhor Wilian, o questionando sobre a sua família. Quando Wilian explica a ela que a sua família havia fugido no dia anterior a invasão. Mas, não conta detalhes para Aisha do que aconteceu com ela. Ele, deixa essa questão para dizer a ela no futuro.

Aisha, depois de conversas longas com aquele doutor. Entende que poderia confiar naquele homem de forma ainda mais intensa, pois, certamente, ele estava a tentar ajudá-la.

Após o almoço, Johnson vai ao hospital e encontra o doutor Wilian:

- Olá doutor? Como estão as coisas?

- Aisha acordou senhor. Está bem melhor emocionalmente.

- Que notícia boa. Responde Johnson com um sorriso no rosto.

- Eu também fiquei muito feliz em saber que ela está melhor.

- O senhor conversou com o líder religioso?

- Sim. Conversei com ele de forma enérgica e ele disse que os soldados não farão mais incursões nesse hospital daquela forma.

- Que bom, assim fico mais tranquilo quanto a nova situação de Aisha.

- Vamos vê-la senhor. Verá como ela está bem. É importante que evitemos de falar de coisas fortes para ela, pois ela pode ter recaídas, mas podemos responder aquilo que ela pergunta. Recomenda Wilian.

- Vamos sim. Estou com muita vontade de vê-la novamente. Responde Johnson enquanto caminha por aqueles corredores acompanhado de Wilian.

Ao entrar na sala, ele encontra Aisha com um semblante bem melhor. Quando ele diz:

- Boa tarde Aisha.

- Eu conheço o senhor. Responde Aisha com um semblante alegre.

- Eu sou o oficial Johnson lembra?

- Sim senhor. O senhor me salvou, mas até agora eu não entendi em que contexto? Questiona Aisha meio confusa.

Quando Wilian começa a explicá-la o contexto:

- Lembra que eu te disse ontem que tomou os remédios Aisha e Osnin a trouxe para esse hospital desacordada?

- Sim senhor. Responde Aisha atenta e pensativa.

- No dia seguinte a aquele acontecimento o seu marido foi expulso do Conselho Religioso.

Aquela fala assusta intensamente Aisha. Ela fica aterrorizada naquele momento. Quando aparecem flashes das falas de Osnin dizendo que a mataria caso ele fosse expulso daquele grupo por culpa dela.

Casamento forçado e abusivoOnde histórias criam vida. Descubra agora