O domingo

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No domingo, todos eles se arrumam e vão novamente ao templo para as orações. Aquela família caminha até a igreja que ficava a alguns quarteirões de sua casa. Aqueles meninos e meninas adoravam brincar na rua no decorrer daquele trajeto.

Ao chegar na igreja ainda antes da cerimônia, aqueles homens do conselho religioso, vêem Aisha e a primeira coisa fazem é perguntar a Osnin se ela havia feito o teste e ela estava mesmo grávida? Quando Osnin diz que foi alarme falso. Que mesmo ele torcendo muito para que Aisha estivesse a esperar um filho seu, o exame deu negativo. Deixando aquelas pessoas sentidas pelo resultado.

A cerimônia inicia e todos rezam intensamente. Naquele dia Aisha ficou bem distante de Marian, para evitar que ela pudesse a infortunar mais, ordenando que ela fugisse. Se aquela senhora fizesse isso, Aisha iria negar e ela descobriria rapidamente que a carta não estava mais com ela. Aisha queria que essa descoberta fosse mais adiante. Para ela era melhor que Marian continuasse achando que ainda a tinha em suas mãos.

Aquela jovem, em frente a toda aquela comunidade e o Conselho Religioso, não tinha condições de ficar durante aquela cerimônia em pé ou ajoelhada como fez nas orações quando visitou aquele templo com Parisa. Portanto, aquelas cerimônias a traziam um sofrimento enorme, pois ela tinha que se sentar a todo momento naqueles bancos de madeira, com a sua bunda intensamente machucada pelos golpes que Osnin havia a ministrado no dia anterior. Aisha se movimentava o tempo inteiro tentando encontrar uma posição menos dolorosa, mas isso era muito difícil, pois de todas as formas ela tinha o contato das partes atingida pelos castigos com aquele local onde ela se sentava e isso a causava dores inevitáveis. Era uma tortura ficar ali com as dores que sentia e Aisha tinha dificuldades enormes de acompanhar aquela cerimônia.

Ao final daquele momento religioso todos vão para casa. Aisha estava feliz e intensamente tranquila naquele dia. Aquele era o único dia da semana que Osnin não a castigava, por ser um dia para reflexão religiosa. Apenas o fato de retirar aquela carta da posse de Marian já havia deixado aquela jovem com um semblante mais alegre, o que, em certa medida, assustou todas aquelas mulheres e também o seu marido, que não estava entendendo o motivo da felicidade momentânea dela.

Marian não estava gostando nada daquele semblante alegre de Aisha. Ao terminar o almoço ela vai ameaçar aquela jovem novamente, que a responde de forma tranquila, fingindo ainda estar nas mãos daquela senhora e que iria fazer tudo que ela recomendasse.

Após aquele momento, Aisha vai para o seu quarto, deita em sua cama tranquila e pela primeira vez depois de muito tempo, fica a sorrir, se lembrando das falas daquela senhora e da sua ação teatral para evitar que ela descobrisse o destino daquela carta.

Depois de muito tempo, Aisha tinha mesmo motivos para sorrir. Ela se sentia mais leve, após retirar aquele grande peso de suas costas que era estar nas mãos daquela senhora tão má. Ela tinha condições naquele momento de inventar uma desculpa para Osnin de sua fuga e se conseguisse minimizar aquele motivo, quem sabe ele não pararia até aquelas punições contra ela e eles poderiam ter uma chance de reconciliação. Marian não tinha mais nenhuma prova contra Aisha, seria a palavra dela contra a da jovem. Parecia que o jogo estava virando naquele momento.

Casamento forçado e abusivoOnde histórias criam vida. Descubra agora