A quinta-feira

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Logo pela manhã Aisha acorda já sentindo menos dores depois dos cuidados realizados por Osnin. O seu corpo reagia melhor depois de um dia daquele pesado castigo. Então ela levanta e faz a sua higiene pessoal. Caminha vagarosamente pelo quarto, tentando evitar sentir ainda mais dores, pega os utensílios para limpar a casa e começa a limpeza, assim como havia prometido a sua sogra que faria no dia anterior.

Ela começa a arrumar aquela casa na sua parte de cima vagarosamente para evitar movimentos mais bruscos. Quando então a sua sogra passa ao seu lado e diz:

- Até que você está cumprindo direitinho com o que prometeu em Aisha. Ainda bem que sabe que deve fazer todo o esforço possível para atender as minhas ordens, pois está completamente em minhas mãos. E não ache que eu vou aliviar para você. Eu quero ver você sofrer Aisha, para poder pagar um pouco do que fez a nossa família passar de vergonha e pelo que fez Parisa sofrer em meio a aquelas intensas punições do meu filho.

Aisha não responde nada, fica calada, estática na frente daquela senhora, com um semblante aterrorizado com o ódio que ela apresenta em meio as suas falas, demonstrando um pavor imenso naquele momento, por talvez, a sua vida estar nas mãos daquela mulher que a odeia profundamente.

Depois de um tempo, aquela senhora complementa:

- É bom que não diga mesmo nada Aisha, na sua situação é melhor ficar mesmo calada. Aquela carta ainda está em minhas mãos. A qualquer momento posso usa-la para acabar com a sua vida. Portanto, não ouse me afrontar ou me contrariar. Diz aquela senhora em tom ameaçador, deixando Aisha ainda mais horrorizada.

Ao ver o intenso sofrimento daquela jovem, ela então não diz mais nada, apenas vira de costas e vai andando pelo corredor rumo as escadas.

Quando Osnin acorda, haviam passado alguns minutos que sua mãe havia ameaçado Aisha. Ao abrir a porta ele encontra aquela jovem no corredor ainda extremamente pálida, de tanto terror por poder ser denunciada a qualquer momento. Ele assustado questiona para ela:

- Aisha, o que houve que você parece estar tão assustada.

- Não é nada senhor. Eu estava a pensar nessa guerra e o que ela pode trazer de consequências para nós, por isso fiquei assustada.

- Não fique pensando nisso o tempo todo Aisha. Isso não faz bem a nenhum de nós. Nem eu que sou homem, que possivelmente terei que ir para o campo de batalha daqui alguns dias estou pensando assim. Você deve ficar tranquila e realizar o seu trabalho. Confie no magnifico e ele fará tudo para nos salvar.

- Obrigado senhor. Diz Aisha ao abraçar Osnin intensamente, sentindo uma certa proteção em seus braços, depois daquele carinho do dia anterior. Osnin se comove e abraça Aisha também fortemente, gostando daquela sensação de poder proteger um pouco aquela jovem menina, que naquele momento se mostrava tão aterrorizada.

Ao final daquele intenso abraço ele diz que precisa ir para o trabalho e começa a andar pelo corredor rumo a escada. Ainda antes de descer, ele pede para que Aisha se alimente bem, porque ela precisa se recuperar. E Aisha consente, balançando a cabeça positivamente, demonstrando que iria cumprir com aquilo que o seu esposo estava a pedir.

No almoço, visando evitar sentir muitas dores ao se sentar nas cadeiras ao lado daquela mesa, Aisha pediu novamente a Sonya que levasse a comida em seu quarto. Sonya, sempre longe das outras mulheres, estava a tratar Aisha com muito carinho e nesse dia levou novamente todas as refeições ao quarto da mais jovem esposa de seu marido. Sonya estava a sentir muito compaixão daquela jovem e realizava essas ações para ajudar Aisha. Entretanto tudo que ela fazia, nesse sentido, era de forma discreta, pois ela tinha muito medo de que Marian e Parisa pudessem ficar com raiva por estar ajudando aquela que elas consideravam sua desafeta.

Casamento forçado e abusivoOnde histórias criam vida. Descubra agora