Enquanto ela sobe as escadas, Parisa desce e começa a apontar o dedo para Aisha a ameaçando intensamente:
- Quando Osnin chegar eu contarei tudo que você está fazendo a mãe dele Aisha. Osnin vai acabar com você! Eu não quero estar na sua pele quando ele chegar!
- Você também Parisa, será que é só isso que vocês conseguem dizer? Porque não pegam um telefone e não ligam para ele para que venha logo? Eu estou muito ansiosa para que digam para ele o que aconteceu nessa casa enquanto ele estava fora. Diz Aisha em tom extremamente irônico, demonstrando estar completamente descontrolada de ódio naquele momento.
- Me poupe de suas ironias Aisha. Quero só ver se continuará tendo essa coragem toda quando ele chegar. Diz Parisa de forma revoltada.
- Vai lá defender a sua sogra. Acho que ela está precisando de você lá com ela, procurando algo que nem sei o que é. Diz Aisha, novamente em tom irônico.
Quando Parisa sobe e vai em direção ao quarto de sua sogra para saber o que ela procurava, tentando a ajudar de alguma forma naquele momento.
Sônia estava impressionada com a coragem de Aisha em enfrentar aquelas duas mulheres daquela forma. Ela jamais teria a coragem e audácia de fazer algo daquela forma. Parecia mesmo que Aisha não temia mais nada em sua vida. Ela simplesmente questiona a aquela jovem:
- Aisha. Tem certeza que sabe o que está fazendo?
- Eu não tenho certeza de mais nada minha amiga. Tudo que sei é que não aguento mais tanta humilhação. Eu estou mesmo a ponto de explodir nessa casa!
Sônia então coloca as mãos em sua testa demonstrando intenso desespero. Quando questiona novamente:
- Você sabe o que Marian foi procurar para poder te denunciar ao Conselho Religioso.
- Não. Eu não sei o que pode ser.
- Tomara que não seja nada de grave, porque se for, você estará perdida por duas vezes. Poderá ser punida por aquele Conselho e depois quando chegar em casa pelo marido. Temo que você não consiga suportar tudo isso! Diz Sônia demonstrando intensa preocupação.
- Ela não tem nada. Eu nunca dei motivos para que ela me denunciasse e se desse ela jamais teria provas. Marian também está louca de ódio, provavelmente inventou isso para me desestabilizar.
- Aisha, para te desestabilizar ela não precisa muito. Eu, no seu lugar, estaria desestabilizada só em saber que Osnin um dia vai voltar para casa. Eu não sei o que será de você minha amiga quando isso acontecer e elas contarem para ele o que aconteceu aqui! Diz Sônia demonstrando um imenso desespero só em pensar no que poderia acontecer com Aisha naquele momento.
- Pior que eu também não. Diz Aisha chorando intensamente, primeiramente de medo e depois de ódio por estar sofrendo tanto devido as falas degradantes daquela senhora. Quando ela continua a sua fala: - Acho que passei mesmo de qualquer limite ao mandar aquela senhora para o inferno não é? Eu acho que quem tende a viver um inferno daqui pra frente sou eu. Osnin vai realmente me matar! Elas estão certas. Diz Aisha a chorar ainda de forma mais desesperada em frente a Sônia, colocando as mãos sobre o rosto e sentando no sofá.
Nesse momento, no segundo andar da casa, Marian estava desesperada a retirar as roupas daquele baú, sendo observada por Parisa que estava na porta. Ela retira então todas as roupas e pega aquele plástico que estava ao fundo daquele baú. Quando diz:
- Aqui está a ruína de Aisha, de hoje ela não passa. Eu terei o prazer de ver Aisha ser apedrejada em praça pública. Ninguém vivo, jamais me afrontou dessa forma na vida. Todos que me afrontaram como Aisha, já morreram. Ela não perde por esperar. Será a que morrerá de forma mais cruel para poder aprender que deve respeitar os mais velhos. Dessa vez eu não hesitarei em denunciá-la para o conselho religioso pela afronta que ela me fez me mandando para o inferno. Inferno é o que ela viverá daqui pra frente! Diz Marian em tom decidido.
Parisa apenas observa aquela fala e os movimentos daquela senhora. Quando ela começa a retirar os papéis daquela sacola um por um e depois de retirar todos, não vê a presença daquela carta, ficando desesperada.
Ela olha papel por papel novamente, pede ajuda a Parisa, já intensamente ofegante. Quando mesmo as duas procurando não encontram nada com a letra de Aisha dentro daquele plástico. Tudo que Marian diz é:
- Não pode ser. Não acredito que Aisha pegou essa carta. É por isso que ela tem estado tão insolente comigo nesses dias. Ela pegou a carta. Diz Marian em tom desesperado.
- Que carta senhora?
- A carta em que ela se declarava para o seu antigo amor, Caivan. Aisha veio até o meu quarto e pegou essa carta que era a minha prova de adultério contra ela. Eu vou matar essa menina e é agora mesmo! Ela não podia ter acessado o meu quarto. Osnin a proíbiu! Eu mato ela! Se não conseguir, quando Osnin chegar ele a mata! Diz Marian revoltada, saindo daquele quarto e indo em direção ao corredor para encontrar com Aisha na parte de baixo daquela casa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Casamento forçado e abusivo
General FictionAisha era uma menina que morava em um pequeno vilarejo no norte do Afeganistão. A população de sua região era muito conservadora e extremamente religiosa. Ao chegar na pré-adolescência, ela conheceu um jovem garoto de sua escola, o qual começou a g...