Após aquele momento, Osnin vai até o hospital e é liberado para entrar pelo segurança, que recebeu ordens do presidente daquele hospital para que ele fosse autorizado a visitar a sua esposa.
Logo que passa pelo saguão daquele hospital, ele encontra um outro doutor, muito seu amigo, com quem vai conversar:
- Olá doutor, tudo bem com o senhor?
- Tudo bem Osnin. Fiquei sabendo que a sua esposa está internada?
- Está sim, estou muito preocupado com ela. Não vejo a hora dela ter alta logo.
- Acho que em breve ela terá, pelo que fiquei sabendo nesse momento eles estão começando a tirar os sedativos para saber como ela irá reagir. Daqui a poucos dias saberemos todos, como está a sua situação de uma forma mais concreta.
- Tenho certeza que estará tudo bem com ela.
- Você veio visitá-la?
- Sim doutor. Será que o senhor poderia me acompanhar até a sala dela?
Então aquele doutor caminha com Osnin, quando Wilian estava a andar pelos corredores e vê aqueles dois indo em direção ao quarto de Aisha. Ele imediatamente, preocupado, os segue.
Assim que chegou naquele quarto, aquele médico, pediu licença a Osnin, pois precisava tratar dos seus pacientes. Então Osnin se despediu dele e o viu sair. Quando então, ele percebeu que estava sozinho naquele espaço, apenas com outros pacientes desacordados e muito debilitados em outras macas.
Quando ele se aproximou mais de Aisha, notou que na verdade, havia um enfermeiro mais ao fundo daquele espaço o que o assustou um pouco. Poucos segundos depois apareceu um outro enfermeiro a se aproximar e o cumprimentar. Osnin respondeu de forma carinhosa cumprimentando aquele homem, que ficou a cuidar de um jovem soldado ferido que estava em uma maca em frente a de Aisha. Aquele hospital estava lotado de pessoas feridas da guerra. E a cada dia chegavam muitos outros, principalmente, das batalhas que ocorriam nas zonas rurais daquela região. A guerra estava intensa naquelas terras vizinhas a aquela pequena cidade.
Osnin então tocou no rosto de Aisha de forma carinhosa, tentando passar confiança a aqueles enfermeiros de que estava com vontade de cuidar da sua esposa muito bem assim que ela fosse liberada para ir para casa.
Naquele momento, Wilian entra naquele espaço e para na sua frente, do outro lado da maca de Aisha, sem dizer uma só palavra.
Osnin o olha de forma fulminante e o Wilian retribui o olhar da mesma forma. Parecia que os dois estavam a tentar fuzilar um ao outro pelo olhar naquele momento, tamanho o ódio em seus semblantes.
Quando Osnin diz:
- Não pense que eu estou satisfeito com as agressões que sofri de você doutor.
- E não pense que eu não sei que agredia covardemente a sua esposa Osnin e que provavelmente isso foi o fator definitivo para que ela decidisse se matar.
- Eu tenho o direito de fazer isso. Sou esposo dela. Eu tenho posse sobre Aisha de acordo com as leis do meu regime.
- O senhor pode ter posse dela, mas isso não quer dizer que poderia agir com uma covardia tão grande a ponto de deixa-la naquele estado.
- Eu não vou discutir isso com você. Da minha casa cuido eu.
- Correto. E dos meus pacientes cuido eu. Enquanto eles estiverem sobre minha responsabilidade eu decido o que é melhor para eles. Diz Wilian em tom direto e ao mesmo tempo demonstrando uma certa ironia em sua fala.
Osnin fica calado após aquela fala. Quando muito nervoso, depois de um tempo diz:
- Independente do seu desejo Wilian, Aisha voltará para a minha casa.
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Casamento forçado e abusivo
General FictionAisha era uma menina que morava em um pequeno vilarejo no norte do Afeganistão. A população de sua região era muito conservadora e extremamente religiosa. Ao chegar na pré-adolescência, ela conheceu um jovem garoto de sua escola, o qual começou a g...