Depois de algum tempo a pensar na vida, Aisha desce para o almoço. Ao chegar na parte de baixo da casa, ela se dirige a mesa onde eram realizadas as refeições, quando percebe toda a sua família com um semblante fechado, especialmente, Osnin e não compreende o que havia ocorrido. Para não se indispor, ela prefere almoçar calada como todos os demais. O almoço se passa todo em silêncio, o clima era perceptivelmente muito pesado.
Após o almoço e ajudar na arrumação dos utensílios, Aisha vai para o seu quarto para descansar um pouco, quando Osnin entra e diz:
- Aisha, você não sabe o tamanho da besteira que você fez no dia de ontem. Diz ele ao sentar em uma cadeira ao lado da cama de Aisha.
- Perdão novamente senhor. Foi uma estupidez o que eu fiz. O que está acontecendo que o senhor estava tão sério no almoço? Questiona Aisha.
- Eu recebi vários e-mails do conselho religioso regional. Eles estão muito preocupados com a minha situação. Eles acharam que eu não deveria ter casado com você depois de você ter tentado fugir do casamento. Que a minha ação correta seria ter te denunciado e te levado a julgamento.
- Mas senhor. Eu achava que o que fiz não era algo tão grave. Diz Aisha se mostrando desesperada.
- Eu consigo reverter isso. Mas, ficaremos sendo observados daqui pra frente o tempo todo, portanto, preciso que você faça por merecer o meu esforço para proteger a sua reputação.
- Claro que sim meu senhor. Eu não vou colocar o nome da sua família novamente na boca desse povo. Agora eu sei que o que fiz foi muito sério. E não vai se repetir. Diz Aisha sendo sincera.
- Espero que você me prove um dia que vale esse esforço. Bem, amanhã tenho uma reunião do conselho diretor religioso o qual eu faço parte para tratar o seu caso. Eu vejo o que consigo fazer para tentar apaziguar as coisas. Já que eu ainda tenho influências.
- Mas senhor, não é possível que uma tentativa de fuga possa ser algo tão absurdo para esse povo. Diz Aisha se mostrando confusa.
Osnin olha para Aisha de forma séria, mas com o tempo vai formando um sorriso em seu rosto. Ele tem então um pouco de compaixão de Aisha ao ver aquela jovem, tentando entender o que tudo aquilo significava. Aisha era de uma família muito mais humilde quando se casou, uma família a qual não despertava nenhum interesse dos religiosos. A sua linha religiosa era também muito mais branda, portanto, para ela poderia não fazer nenhum sentido toda aquela severidade daquele conselho. Osnin tenta entender isso. E então ele questiona:
- Foi tudo bem com você hoje?
- Sim senhor. Essa casa é ótima. É muito melhor do que a que eu morava.
- Que bom que está confortável. Eu pensei muito e entendo agora porque você está tão confusa, acho que fui muito violento com você ontem quando te machuquei. Diz Osnin.
- Acho que o senhor fez apenas a sua obrigação senhor. Eu fiquei muito desesperada, mas entendo que o senhor ficou totalmente revoltado com a minha atitude. Vendo as consequências que isso pode gerar, não tiro a sua razão. Eu não sabia disso tudo quando tentei, pois se soubesse, jamais tentaria.
- Eu sei disso. Tentarei me controlar da próxima vez. Mas, por favor, sempre que for tomar alguma ação em público daqui pra frente, me consulte antes para que lhe dê o aval. Daqui pra frente, certamente, toda a nossa família será vigiada por esse conselho, e, qualquer erro, de qualquer membro da nossa família eu poderei ser expulso dele e eu não perdoaria quem for o responsável por isso. Diz Osnin em tom ameaçador ao fim de sua fala.
Aisha engole seco novamente, percebendo a importância disso para o seu esposo. Ela então responde:
- Sim senhor. Qualquer ação minha em público daqui pra frente, eu questiono ao senhor antes. Diz Aisha demonstrando credibilidade em sua fala.
- Acho que assim daremos certo Aisha. Eu gosto de você, quando você está assim dócil, como uma esposa deve ser. Diz Osnin a sorrir, quando Aisha, retribui com um belo sorriso. É a primeira vez que ambos dão um sorriso tão sincero um para o outro. E aquilo estava sendo muito lindo para os dois naquele momento.
Osnin se aproxima de Aisha, e ela se aproxima também dele e os dois se beijam intensamente. Ele então deita sobre Aisha, e começa a acariciar o seu corpo de forma carinhosa e tranquila. Depois ele começa então a tirar as roupas de sua jovem esposa, ficando novamente impressionado com o seu lindo corpo. O passo seguinte foi ele retirar também as suas roupas, ficando os dois completamente nus. Ele então começa a beijar o corpo de Aisha, que sente diversos arrepios. Ela estava impressionada como aquela sensação poderia ser tão boa. Ela nunca havia sentido nada parecido. Quando Osnin a toca em sua parte mais intima e ela começa a ter reações espontâneas em seu corpo, ficando quase a delirar. Osnin então começa a fazer sexo calmamente com aquela jovem e ela sente pela primeira vez o que é um ato sexual brando e carinhoso.
Ao final daquele ato, os dois estavam muito satisfeitos e felizes. Aisha sorria para Osnin que retribuía aquele gesto de carinho. Depois de algum tempo olhando um para os olhos do outro, Osnin questiona a Aisha:
- Hoje foi muito melhor do que ontem né?
- Sim senhor. Ontem eu deixei o senhor estressado e o senhor descontou um pouco da revolta no sexo.
- Não vamos lembrar mais disso. Vamos lembrar do quanto foi bom hoje. Espero que você possa esperar um filho meu o mais rápido possível. Quem sabe hoje não é o dia. Diz Osnin de forma animada.
Aisha se assusta intensamente com aquela hipótese. Mas ao ver o sorriso irradiante do esposo. Sorri também e concorda dizendo: - Quem sabe é hoje.
Os dois ficam na cama durante boa parte da tarde. Depois que percebeu que Aisha, de tão tranquila, dormiu, Osnin, vai para o seu quarto e começa a trabalhar novamente.
O restante do dia termina sem maiores novidades. Anoite Aisha estava bem mais animada. Percebeu que o seu marido poderia não ser tão ruim, quanto aparentou na sua primeira noite com ele, conseguindo dormir naquela noite de forma mais tranquila.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Casamento forçado e abusivo
General FictionAisha era uma menina que morava em um pequeno vilarejo no norte do Afeganistão. A população de sua região era muito conservadora e extremamente religiosa. Ao chegar na pré-adolescência, ela conheceu um jovem garoto de sua escola, o qual começou a g...