27 de novembro de 2001

871 80 11
                                    

No outro dia, logo pela manhã, Johnson recebe novas informações do serviço de inteligência americano, indicando uma possibilidade real de uma contra-ofensiva daquele grupo dominado contra a cidade em que aquele oficial era responsável pelo serviço tático. Ele muito preocupado, pede novamente que os helicópteros sobrevoem aquele espaço, para verificar se soldados inimigos estavam mesmo a se deslocar. No decorrer daqueles vôos, novamente eles não encontram nada na redondeza, deixando todos os soldados daquela cidade em estado de alerta e preparados para um ataque que, nesse caso, de acordo com as informações recebidas, viriam do leste.

Aisha acorda pela manhã e não fala com ninguém. Tudo que ela faz é comer alguns frutas que lhes são servidas, mas de uma forma muito estranha, com um olhar fixo e diferente do que seria normal para uma pessoa que não estivesse a passar por uma situação de estresse psicológico. No final daquela manhã, novamente fica tentando buscar na memória informações sobre o que a fez ficar doente a ponto de ir para o hospital. Ela queria saber se Osnin havia a castigado naquele dia a ponto de ela não suportar mais e ficar em coma, assim como havia lembrado que sua sogra disse que tinha ocorrido com ela, quando o seu marido a castigou por ela ter feito a mesma ação de Aisha. Era isso que passava pela cabeça daquela jovem, já que ela não conseguia confiar no que aquele médico, os enfermeiros e o oficial a diziam.

Depois de muito pensar ela começa a lembrar das vezes em que Osnin a castigou mais severamente e aqueles pensamentos a levam novamente a uma ansiedade enorme. Aisha então começa a se movimentar descontroladamente naquela maca, quando é novamente segura por aqueles enfermeiros, que mais uma vez precisam aplicar um tranquilizante para que ela durma.

Pouco depois daquele acontecimento, Johnson já mais tranquilo, depois de vários sobrevoos de helicóptero e não ter encontrado nenhum indício de que haveriam grupos se aproximando daquela cidade, vai até o hospital, quando é novamente recebido por Wilian que diz após o cumprimentar:

- Tudo bem oficial Johnson?

- Tudo bem doutor Wilian. E com o senhor?

- Tudo bem também doutor Johnson. Eu estou cada vez mais preocupado com a situação de Aisha senhor. Ela não tem reagido bem nesses dias, não fala com ninguém, não diz o que pensa e hoje deu mais uma crise daquelas de ansiedade.

- Como ela está agora?

- Agora ela está dormindo, depois que a aplicaram novos calmantes logo após o ataque que teve. Diz aquele doutor ao caminhar para aquele quarto, quando percebe que um dos enfermeiros estava a dar banho em Aisha com panos molhados.

- Venha aqui senhor. Eu vou te mostrar uma coisa. Diz Wilian ao se aproximar daquela jovem. Quando então ele pede que os enfermeiros a levantem um pouco e ele mostra as costas de Aisha com várias marcas de violência, cicatrizes espalhadas por toda aquela parte.

Johnson imediatamente perplexo, coloca as mãos em sua boca. Ele naquele momento se lembra imediatamente da filha, ficando desesperado ao pensar nela passando por uma situação similar a essa. Então ele diz:

- Não é possível senhor. Quando o senhor me dizia que o marido dela era cruel eu imaginava que sim. Mas, eu nunca imaginei que fosse tanto. Todas essas marcas nas costas de Aisha são de violência por agressões?

- Sim senhor. E elas já estão cicatrizadas, o senhor não viu a forma que ela chegou aqui. Quando nós vimos essas marcas pela primeira vez, boa parte delas ainda estavam em processo de cicatrização e a pele de Aisha estava muito vermelha ainda. Essa menina sofreu muito. Sem contar que as suas nádegas e pernas também tinham vários cortes.

- Esse homem era um monstro. Como teve coragem de fazer uma coisa dessas com uma menina. Se eu pego um homem desses eu acabo com ele para ver como é bom bater nos outros. Diz Johnson a cerrar os punhos demonstrando intenso nervosismo.

Casamento forçado e abusivoOnde histórias criam vida. Descubra agora