Casamento forçado e abusivo

A visita de Johnson

Assim que finalizou os seus trabalhos do dia, o oficial Johnson foi até o hospital, quando ao chegar, encontrou Wilian extremamente preocupado e o questionou:

- O que está acontecendo doutor, que está tão preocupado?

- Aisha corre mais riscos do que nunca senhor. Eu iria te ligar mais cedo, mas, achei mais prudente falar isso com o senhor pessoalmente. Diz ele ao caminhar com Johnson para uma sala reservada. Quando ao chegar lá diz: - Aisha foi denunciada pelo líder religioso dessa cidade senhor. Parece que ele descobriu que Aisha tentou suicídio.

Naquele momento Johnson fica pálido, desesperado. Ela não responde nada tamanho o seu choque. Tudo que vem em sua cabeça era a frase: - O que que eu fiz meu Deus? Quando então ele passa as mãos sobre os cabelos de forma intensa, sem dizer uma só palavra o que assusta um pouco aquele doutor, quando ele responde:

- Eu acho que hoje fiz a maior besteira de minha vida!

- Como assim senhor? Questiona Wilian sem entender o que aquele oficial dizia de forma tão desesperada.

- Eu fui conversar com o líder religioso, sobre uma pessoa que disse que era de outro lugar que estava com medo de voltar para casa. No final da nossa conversa eu disse a ele que essa pessoa tinha tentado suicídio, mas não disse quem era. Esperto como aquele senhor é ele descobriu que o meu caso hipotético era real e certamente ele foi questionar na sociedade quem poderia ser a pessoa a quem me referia e descobriu que era Aisha.

- Senhor. Como foi fazer uma ação tão temerária quanto essa? Questiona Wilian se mostrando extremamente preocupado naquele momento.

- Eu não sei o que deu em minha cabeça. Eu queria saber o que ele pensava sobre a situação dela e o questionei, imaginando que ele não iria procurar saber quem era. Responde aquele oficial em tom desesperado.

- Aisha corre um risco de vida tremendo agora. Se eles a interrogarem, saberão a verdade e a condenarão há anos de prisão ou até a morte! Responde Wilian de forma desesperada.

- Isso não pode acontecer! Depois de tudo que fizemos por essa menina, isso não pode acabar assim. Eu não posso ter cometido um erro tão grande que não possa corrigi-lo meu Deus! Tem que ter alguma forma. Diz aquele oficial a passar as mãos pelos cabelos, demonstrando imensa preocupação.

- Johnosn, a sua ação foi um equivoco sem precedentes. Aisha corre um risco muito grande a partir de agora.

- Eu sei doutor, mas vamos tirar ela dessa situação. O que eles disseram?

- Perguntaram quando ela voltaria ao normal e eu disse que isso deveria ocorrer em três ou quatro dias. Pediram para que assim que ela acordasse eu entrasse em contato com eles. Que eles querem interrogá-la.

- Esses caras usam técnicas de tortura nesses interrogatórios. Isso ficou claro na minha conversa com o líder religioso hoje. Aisha está tão fraca psicologicamente que eles vão descobrir tudo facilmente se ela for interrogada nesses termos.

- Mas, eu não vou deixar que ela saia daqui para esse interrogatório.

- Aqui eles vão usar contra ela tortura psicológica. Vão pressioná-la até que ela diga o que eles querem saber.

- Meu Deus! Responde Wilian se saber o que fazer naquele momento também passando as mãos sobre os seus cabelos.

Johnson muito preocupado, começa a se movimentar de um lado para o outro daquela pequena sala, tentando pensar em alguma alternativa, quando diz:

- E se eu tentar intervir com a minha força política?

- O que manda aqui é a força cultural e religiosa Johnson, sinceramente, acho que não seria efetivo.

- O que vamos fazer? Questiona Johnson ainda mais preocupado ao ver que Wilian tinha razão em sua fala.

- O que temos que fazer agora é ganhar tempo. Eu já estava com a proposta de diminuir os remédios gradativamente para que Aisha pudesse voltar de forma mais sustentável e melhor emocionalmente. Vou fazer isso de forma ainda mais devagar. Assim, ela ficará sedada por um tempo mais longo e eles não conseguirão interrogá-la até que arrumemos uma alternativa. Mas, essa alternativa tem que ser rápida. Eles não terão muita paciência. Pela forma que chegaram aqui isso ficou claro para mim. Eu tentei impedi-los de vê-la, mas eles foram irredutíveis e ameaçadores. Nem no antigo regime eu me senti tão ameaçado.

- Sinceramente, para essa região aqui eu não sei se mudou muita coisa. Conversando com o líder religioso hoje, acho que não mudou foi nada. Diz Johnson em tom triste ao chegar a essa conclusão.

- Alguma alternativa em mente senhor? Questiona Wilian.

- Eu vou pensar doutor. Eu penso e lhe digo o que encontro de alternativa. Enquanto isso ganhamos tempo da forma que o senhor propôs.

- Tudo bem, faremos um tratamento melhor para ela e ainda ganhamos tempo. Perfeito.

- Eu queria ver Aisha.

- Claro, venha aqui senhor. Diz Wilian ao abrir a porta daquela sala e caminhar pelos corredores em direção ao quarto de Aisha.

Johnson vê aquela jovem desacordada e fica emocionado novamente. Ele se lembra que ela passou por todo aquele sofrimento e que tinha uma idade muito próxima a de sua filha. Quando então ele toca em suas mãos e diz:

- Aisha. Vai ficar tudo bem. Eu prometo. Vamos te tirar dessa situação.

Então ele deixa aquela jovem desacordada e vai andando pelos corredores com Wilian a visitar outros pontos daquele hospital. A aquela altura, praticamente, todos os seus soldados já haviam recebido alta, sobrando apenas um que ainda estava em estado um pouco mais grave, mas estava a melhorar.

Depoisde visitar esse paciente, ele muito preocupado, se despede do doutor e vai paraa base de comando tentar descobrir uma forma de tirar aquela jovem daquelasituação.