Casamento forçado e abusivo

A conversa com Aisha

Ao chegar em casa, Osnin aguarda que tudo se acalme e que as suas esposas vão com as crianças para os seus quartos. Marian estava com muita vontade de conversar com o filho de forma séria antes de deitar:

- Filho. Eu estou muito preocupada com a reputação de nossa família depois que essa menina entrou para ela. Você não estava no meio do público, mas os comentários forem muito agressivos quando viram que Aisha não sabia o que fazer naquela apresentação.

- Eu sei mãe. Eu vi no olhar daquelas pessoas a decepção que elas estavam enquanto eu passava em meio a eles após a apresentação. Eu também estou muito preocupado, hoje o presidente do Conselho me repreendeu dizendo que se Aisha continuasse a causar problemas públicos eu poderia ser expulso do conselho.

- E você sabe que ele tem razão meu filho. Quando uma esposa de um conselheiro faz uma coisa, todos os conselheiros são afetados, haja vista que a reputação dos membros da família daqueles homens deve ser totalmente ilibada. Historicamente é assim.

- Eu sei minha mãe. A senhora e ele tem razão. Diz Osnin com um olhar triste e envergonhado.

- Eu te avisei o tempo todo que seria ruim para você se casar com uma mulher de fora do nosso grupo religioso, que você só tinha a perder com isso, não disse meu filho? Questiona aquela senhora com um semblante triste.

- Disse sim minha mãe, mas é que eu estava precisando fazer um investimento no meu comércio e o valor do dote invertido pago pelo pai dela foi muito bom. Deu para que eu avançasse ainda mais nos negócios da família. Além disso, eu comecei a gostar dessa garota. Diz Osnin com um semblante triste.

- O problema é que você começou a gostar demais meu filho. Onde já se viu pensar daquela forma que estava a pensar quando conversou comigo. Aisha é a única culpada pela ação de hoje. Se você não estivesse tão apaixonado, jamais sairia em defesa dela daquela forma. Afirma aquela senhora com um semblante sério.

- Eu estou sendo muito permissivo minha mãe? Por isso Aisha age dessa forma? Questiona Osnin.

- Sim meu filho você está. Em situações como essas o seu pai já teria acabado conosco, suas esposas, quando ele estava vivo. Acho que nem sobraria nada de nós para contar a história. Nunca mais erraríamos algo assim. Ele não aceitava esse tipo de erro de jeito nenhum. Você além de aceitar ainda estava a defendê-la. Diz aquela senhora em tom preocupado.

- Eu não sei o que está acontecendo comigo. Eu não era assim com as minhas primeiras esposas. Era severo e elas aprenderam direitinho como se portar em casa e perante a comunidade, logo nos primeiros meses de casamento. Mas, com Aisha eu não consigo ser tão enérgico.

- Acho que vai ter que aprender. Se não aprender, não vai colocar ela nos eixos. Ela vai sempre achar que pode agir de qualquer forma e você perderá a sua reputação ação a ação errada que ela fizer em público. Perderá sua vaga no Conselho que você sabe que é extremamente importante para os seus negócios. Muita gente compra nas suas mãos quantidades enormes de produtos, para de alguma forma se proteger de algum julgamento, mesmo que isso não aconteça na prática. Se você perder essa vaga, poderemos entrar em uma situação de ruína financeira. Diz aquela senhora.

- Eu sei disso minha mãe. A senhora tem toda a razão. Eu terei que ver os erros de Aisha mais de perto e ser mais enérgico com ela daqui pra frente, como sempre fui com as outras. O meu pai era assim e todos os nossos ancestrais também, por isso vocês eram excelentes esposas e nunca essa comunidade teve nada para falar de vocês. Além disso, as minhas duas esposas também não, se tornaram perfeitas com o tempo. Se Aisha não é uma boa esposa é porque eu não estou sendo um bom esposo, lhe ensinando bons modos. Diz Osnin já com os seus pensamentos completamente diferentes do que estava a ter quando conversou com Rashid.