Depois das inúmeras reuniões realizadas naquele dia e muitas decisões, por volta das 19:00 horas, Osnin chega em casa. Logo naquele momento ele questiona a Sônya onde estava Aisha e aquela sua esposa diz que a jovem estava no quarto.
Osnin sobe, troca de roupas em seu quarto e depois vai até o quarto de Aisha para conversar com ela, quando ao entrar e fechar a porta ele a vê extremamente assustada. O primeiro ato de Osnin foi questioná-la se sentando na cama e virando o seu rosto de frente para Aisha, que naquele momento estava sentada na cabeceira da cama, demonstrando em suas feições extremo pavor:
- Eu quero que você me explique Aisha o que aconteceu para você dizer o que disse a uma desconhecida?
Aquela jovem começa a dizer as primeiras palavras gageujando de tanto receio que se encontrava naquele momento:
- Senhor. Senhor... Eu fui ao templo com Parisa. Naquele dia ela foi para a parte da frente e eu fiquei mais na parte de trás do templo. Queria mais privacidade para me concentrar melhor, assim como ela. Estava rezando há algum tempo, quando chegou uma senhora. Eu não sabia quem era. Nunca havia visto ou ouvido aquela voz em minha vida.
- E porque foi falar com uma desconhecida Aisha?
- Não fui eu que falei com ela senhor. Foi ela que falou comigo, eu apenas a respondi.
- E o que ela disse?
- Ela disse que eu estava a ajoelhar e levantar há mais de duas horas e questionou o porque eu não me sentava um pouco para descansar. Em um primeiro momento eu fiquei receosa e apenas a respondi que eu preferia ficar assim, tentando encerrar logo aquela conversa. Diz Aisha demonstrando ainda estar preocupada, quando complementa a sua fala: - Só que ela continuou a insistir. Questionou por outras vezes e eu a respondi sem pensar muito. Disse a ela que estava sendo uma má esposa e por isso o meu marido havia me castigado nos últimos dias. Que eu estava a ficar naquelas posições pois elas eram as que eu sentia menos dores, já que se eu me sentasse as partes de contato com o banco iriam ficar muito doloridas.
- Você não podia ter feito isso Aisha. Responde Osnin em tom severo.
- Eu sei disso senhor. Hoje eu sei o quanto errei naquele momento. Isso é algo familiar e um senhor me disse isso ainda no templo. Eu só vi a besteira que havia feito depois que ele me alertou. Mas, eu já havia feito e não tinha mais como voltar atrás. Eu peço perdão ao senhor pelo que eu fiz e pelos transtornos que isso pode causar a nossa família. Eu prometo ao senhor que isso não vai mais acontecer e que eu não vou mais lhe decepcionar nessa vida. Diz Aisha desesperada naquele momento.
- Você já me prometeu isso outras vezes Aisha. Eu não aguento mais as suas promessas vazias. Ontem o Conselho religioso propôs a minha cassação por mais esse escândalo que você causou a nossa família!
Ao escutar essa fala e processar essas palavras, Aisha sentia como se uma bomba estivesse a cair em sua cabeça. Se Osnin fosse expulso daquele Conselho ele iria querer acabar com a sua vida. Aisha não imaginava o que o seu esposo seria capaz caso isso viesse a acontecer. Desde que ela se casou, ele diz a ela que não aceitaria em nenhuma hipótese ser expulso daquele conselho pela ação de algum dos seus familiares. Que ele não perdoaria quem fizesse isso. Aisha estava aterrorizada naquele momento. O seu corpo estava a tremer incontrolavelmente, o seu pavor era novamente indescritível. Ela não diz nada por alguns instantes e Osnin continua a dizer ao sentir o seu pavor:
- Aquele conselho discutiu também ontem a possibilidade de lhe aplicar um castigo público Aisha, por ter sujado a honra da nossa família e da nossa comunidade naquele templo.
Nesse momento lágrimas começam a escorrer de forma descontrolada nas bochechas daquela jovem, demonstrando ainda mais o seu desespero. Quando Osnin diz:
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Casamento forçado e abusivo
General FictionAisha era uma menina que morava em um pequeno vilarejo no norte do Afeganistão. A população de sua região era muito conservadora e extremamente religiosa. Ao chegar na pré-adolescência, ela conheceu um jovem garoto de sua escola, o qual começou a g...