Uma nova tentativa de encontrar a carta

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No sábado, 27 de outubro de 2001, todos saem daquela casa para irem ao mercado e deixam Aisha a arrumar a casa. Ao ver que todos haviam saído, aquela jovem percebe que era a hora de tentar procurar aquela carta que deveria estar no quarto de sua sogra.

Muito preocupada, ela abre a porta do quarto de Marian e entra vagarosamente. A jovem começa a procurar aquele papel no guarda-roupas daquela senhora, mas não o encontra naquele espaço. Aisha então tenta levantar o colchão para ver se encontrava alguma coisa embaixo dele, mas lá também não encontra nada.

A jovem procura intensamente nas gavetas daquela senhora que tinha muitos papéis em uma delas, mas não encontra a carta, ficando desesperada. Depois de mais ou menos meia hora ela começa a sentir medo por estar naquele espaço. Após ter sido proibida pelo marido de entrar no quarto da sua mãe, se ela fosse descoberta ali por alguém, certamente o seu castigo seria intensamente terrível. Daquele momento em diante, de tanto desespero, Aisha sente o seu corpo suar de forma incontrolável.

Daquele ponto em que se encontrava, não era possível ver ou ouvir a porta da sala abrir. Caso alguém adentrasse naquela casa, ela só conseguiria perceber, quando alguém falasse alto ou estivesse a chegar no corredor que dava acesso a aqueles quartos. O que fazia ser impossível ela fugir, sem que essa pessoa descobrisse que ela estava no quarto de Marian.

Mesmo extremamente aflita Aisha decide continuar procurando. Ela já havia revirado todo aquele quarto e colocado tudo no lugar novamente, para que aquela senhora não desconfiasse que alguém havia entrado ali e mexido nas suas coisas.

Quando então ela nota um discreto baú no chão daquele quarto e percebe que aquele foi o único lugar que ela ainda não tinha procurado. Aisha abre aquele pesado baú e vê muitas roupas nele. Todas elas muito organizadas. Ela tenta pegar aquelas roupas organicamente e colocar em cima da cama de sua sogra. Naquela altura, já havia passado mais de uma hora que eles haviam saído e, certamente, estavam muito próximos de retornar.

As roupas de Aisha estavam intensamente molhadas de tanto que ela transpirava naquele momento de receio de ser descoberta. A sua respiração era muito ofegante. Ao terminar de retirar boa parte das roupas daquele baú, ela começa a tocar o fundo dele para ver se encontrava algum papel, quando ela nota que há um plástico naquele local. Ao retirar o plástico do fundo, ela percebe que tinham muitos papéis dentro dele. Então Aisha vai retirando um a um e ela encontra aquela carta em meio a aqueles papéis. 

Os seus olhos chegaram brilhar naquele momento. Aquele seu sofrimento e terror possivelmente estavam com os dias contados. Finalmente ela estaria livre das ameaças daquela senhora! Aisha respira fundo e depois de muito tempo abre um sorriso totalmente espontâneo. Ela estava muito feliz por ter encontrado aquela carta.

Ela então começa a colocar aquelas roupas calmamente para evitar que aquela senhora descobrisse que alguém mexeu em seu quarto. Quando ela escuta o grito das crianças na sala. Aisha se desespera imediatamente. Ela coloca aquela carta em meio as suas vestes para que caso a pegassem, não encontrassem aquela declaração para o seu antigo amor.

Ela então começa a jogar as roupas daquela senhora no baú, da forma mais rápida que conseguia. O grito daquelas crianças ficava cada vez mais intenso, demonstrando que eles estavam na sala. Aisha então fecha aquele baú e saí correndo daquele quarto.

O seu coração naquele momento batia mais forte do que nunca. A sua respiração estava extremamente ofegante, tudo que o seu corpo fazia naquele momento era tremer de tanta adrenalina. Quando finalmente ela conseguiu sair daquele quarto e fechar a porta.

Assim que fechou, percebeu que alguém estava a acabar de subir as escadas, ela então caminha de costas em direção ao seu quarto que ficava mais ao fundo daquele corredor, quando Marian a diz:

- Olá Aisha, chegamos!

Aisha vira para trás para conversar com aquela senhora, muito suada e com medo de ser descoberta com aquela carta em meio as suas vestes, quando ela diz ainda ofegante:

- Tudo bem senhora?

- Tudo. Compramos algumas coisas para o almoço, queremos que você o faça hoje porque chegamos cansadas do mercado.

- Claro senhora. Diz Aisha ainda a reparar que o seu coração batia mais forte.

- Está tão suada Aisha, o que aconteceu? Parece ofegante. Questiona aquela senhora desconfiada.

- Eu estava a dar uma geral no meu quarto senhora, por isso estou assim. Diz Aisha tentando arrumar uma desculpa.

- Mas, o seu quarto é pra lá e você estava vindo de cá? Questiona aquela senhora.

- Assim que escutei o barulho das crianças eu fui ver se vocês tinham chegado, por isso estou vindo do corredor. Agora preciso terminar um pouco da arrumação antes de descer para preparar o almoço. Eu desço em poucos minutos. Diz Aisha ao arrumar uma desculpa rapidamente tentando passar credibilidade em sua fala.

Marian fica desconfiada da forma em que Aisha estava a falar um pouco apreensiva, mas com muitas coisas que havia comprado nas sacolas que estavam em sua mão, tendo naquele momento uma vontade enorme de experimentá-las, ela prefere entrar e colocar aquelas coisas em sua cama. Marian não imaginava que Aisha teria coragem de entrar no seu quarto depois de Osnin prometer a castigar severamente caso ela fizesse isso. Por esse motivo aquela senhora não desconfia que ela havia pegado aquela carta.

Aisha então entra em seu quarto, fecha aquela porta e tudo que faz é entrar para o banheiro. Quando entrou naquele espaço mais reservado, trancou a porta e retirou aquela carta de suas vestes. abrindo um sorriso extremamente alegre. Ela então pega aquela carta e começa a rasgá-la em pedaços minúsculos, os menores possíveis.

Aquela jovem estava com tanta raiva de Marian e do que aquela carta havia a feito sofrer, que ela a rasgava com todo o prazer do mundo, em pedaços tão pequenos, que eram bem menores do que uma de suas letras. Aisha fez questão de rasgar aquela carta em centenas de micro pedaços, para que nunca mais ninguém pudesse a ameaçar com aquele pedaço de papel. Assim que finalizou, ela pegou aqueles pequenos pedaços de papel e os jogou no vaso, dado descarga logo em seguida. Naquele momento ela havia terminado com aquele terror que a assombrava. Daquele momento em diante, Aisha poderia viver novamente sem a ameaça de ser condenada a uma morte que poderia ser tão cruel.

Casamento forçado e abusivoOnde histórias criam vida. Descubra agora