17 de outubro de 2001

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Era quarta-feira, dia seguinte a aquela intensa violência que Osnin havia tido contra Aisha. Naquele dia era Aisha a responsável por fazer o café, mas ela não conseguiu se levantar. Logo pela manhã Marian foi ao seu quarto a repreender, porque ela não havia levantado para fazer a sua obrigação:

- Não vai fazer o café para o seu esposo? Questiona aquela senhora de forma abrupta ao abrir aquela porta assustando Aisha.

- Eu não consigo me levantar senhora, desde ontem estou sentindo muitas dores. Eu senti febre durante toda a noite, ainda estou quente e fraca, estou com muito medo. Diz Aisha se mostrando desesperada em meio as reações de seu corpo.

- Deixa de ser fraca menina. Eu já levei surras muito piores do que você e não ficava sem trabalhar, ande logo, levante-se. E vá fazer o café para o seu marido como é o seu dever. Diz aquela senhora em tom repreensivo novamente.

Aisha faz todo um esforço, tentando se mover, mas as dores que sentia eram insuportáveis, ela também sentia uma fraqueza enorme, quando ela desiste e diz:

- Senhora eu não consigo, dói muito o meu corpo. Eu estou mesmo fraca. Por favor, deixe eu descansar um pouco hoje, eu prometo que amanhã estando melhor ou não eu faço o meu trabalho, conforme ordenado. Pede Aisha demonstrando intensa fraqueza.

- Como eu sou uma senhora de coração muito bom eu vou deixar hoje Aisha. Mas, trate de ficar boa logo, porque amanhã eu não terei a mesma paciência com você. Diz aquela senhora em tom ameaçador.

- Sim senhora, amanhã eu estarei bem. Eu prometo que me esforçarei ao máximo para conseguir realizar todo o trabalho amanhã. Diz Aisha.

- Assim espero. Afirma aquela senhora ao fechar a porta do quarto indo em direção a cozinha para fazer o café para o seu filho.

Ao chegar na parte de baixo, Osnin questiona sobre Aisha e sua mãe responde:

- Ela disse que não está aguentando descer, porque ainda está a sentir muitas dores. Aquela menina é muito fraca meu filho. Na minha época o meu marido não dava essa colher de chá para mim.

- Mamãe, a senhora sabe como era ruim ser agredida. Eu já vi isso acontecer várias vezes com a senhora e até mesmo já tentei te proteger algumas vezes.

- Claro que sei meu filho, mas hoje entendo que os seu pai tinha os motivos dele.

- Não era o que a senhora dizia enquanto estava sobre as ordens dele. A senhora dizia que era louca para se livrar do meu pai para poder ter uma vida melhor. E eu a apoiava nisso.

- Eram outros tempos meu filho. Eu era jovem e não entendia que deveria respeitar a cultura e os mais velhos. Hoje tenho uma outra visão de tudo. E vejo que o seu pai estava certo em tentar me controlar.

- Acho que fui muito duro com Aisha ontem. Estou com um pouco de pena dela. A castiguei muito severamente. Acho que a machuquei muito.

- Ela fugiu novamente de você meu filho. Ela fez por merecer.

- Eu até agora não sei o porque ela tentou aquela fuga, eu preciso entender melhor o que está acontecendo com Aisha assim que tiver mais tempo.

- É bom você procurar saber mesmo o porque ela te despreza tanto, mesmo depois de você a tratar melhor do que todas as demais esposas. Ingrata. Diz Marian, quando Osnin fica calado ao tomar o seu café. Assim que finaliza, ele vai para o trabalho e em seguida para o Conselho religioso.

Na saída da reunião daquele Conselho Rachid o chama para tomar um chá em um mercado próximo ao local. Eles se sentam e Rachid comenta espantado:

Casamento forçado e abusivoOnde histórias criam vida. Descubra agora