Johnson acorda, vai para a base organizar as ações do exército. Novamente pela manhã, a história daquela jovem fica viajando em sua cabeça, sempre que ele distraia um pouco. Um dos oficiais daquela operação até o questionou se estava acontecendo alguma coisa que ele estava tão disperso:
- Está sentindo alguma coisa comandante?
- Não. Eu estou bem. Não dormi bem essa noite. Você ficou sabendo que eu resgatei uma menina que foi abandonada em casa não ficou?
- Fiquei sim, as vezes é estarrecedor como esse povo é frio a ponto de abandonar alguém dessa forma.
- Mesmo vendo muitas mortes cruéis acontecerem nesses tempos de guerra, eu acho que fiquei um pouco chocado com a situação dessa menina. Ela tem uma idade próxima a da Loren. Eu não consigo imaginar a minha filha nessa situação.
- Eu posso imaginar que para um pai é mesmo difícil imaginar a filha em uma situação assim. Mas, tem certeza que não está sentindo nada de estranho, qualquer coisa podemos te levar ao hospital se estiver se sentindo mal senhor?
- Não. Eu estou bem. Pode ficar tranquilo.
- Qualquer coisa é só dizer. As coisas estão bem tranquilas por aqui. Não teríamos nenhum problema em te levar para o hospital.
- Não precisa. Sem problemas. Eu agradeço a atenção. Diz aquele oficial ao voltar a se concentrar nos mapas e nas imagens do computador.
Ele vai então almoçar na base de comando do exército invasor. Depois de se alimentar, ele pede alguns soldados que o acompanhe até o hospital, pois ele queria ver alguns soldados feridos e iria aproveitar para obter também notícias de Aisha.
Ao chegar naquele local ele encontra com um outro médico. Wilian havia ido descansar um pouco. Ele então questiona sobre os seus soldados e é informado que todos estavam estáveis. Então ele o questiona sobre Aisha e aquele médico diz que ela está em coma e que ele não tem novas informações sobre aquela jovem, o que o deixa intensamente preocupado naquele momento.
Aquele oficial volta para o quartel, prometendo retornar anoite quando Wilian retornaria ao seu plantão. O hospital mudou completamente o seu comando após a tomada por aquele exército rebelde. As pessoa ligadas ao antigo regime foram todas tiradas da Direção e outros médicos advindos de outras localidades, leais aos rebeldes, começaram a administrar aqueles hospitais das cidades dominadas.
A tarde daquele dia passou sem maiores acontecimentos. E assim, que viu que estava a escurecer, por volta das 6 horas da noite, aquele oficial começou a se preparar para ir novamente até o hospital. Como a cidade já estava tranquila sobre o novo comando naquele momento, sem nenhum intercorrência nos últimos dois dias, aquele oficial, foi sozinho em um carro do exército aa aquele hospital. Quando chegou lá Wilian estava chegando para o seu plantão e então os dois se cumprimentam.
- Como está doutor?
- Tudo bem Johnson e você como está?
- Estou bem também obrigado. Notícias de Aisha?
- Refiz os testes hoje pela manhã, antes de acabar o meu plantão e graças a Deus ela reagiu bem senhor. Ela está com boa parte dos reflexos. Aisha parece não ter nenhuma sequela.
- Que ótima notícia senhor! E agora, quais são os próximos passos.
- No decorrer desses próximos dias, iremos diminuir pouco a pouco os remédios para que ela possa voltar de forma tranquila. Em dois ou três dias ela vai acordar e teremos certeza que ela está bem ou se ela terá alguma sequela.
- Só conseguiremos saber isso quando ela acordar?
- Sim. E se ela acordar. Se ela ficar em estado vegetativo ela não vai acordar, mesmo quando retirarmos os remédios. Aqui não temos como saber a extensão dos danos que ela sofreu. Se ela tiver a atividade cerebral normal, ela volta com esse tempo, já conversando conosco. Pode ser uma conversa desconexa que depois volta ao normal, mas ela vai conversar ou tentar se comunicar de alguma forma.
- Então agora acho que tudo o que temos a fazer é torcer para que ela retorne da melhor forma possível.
- Sim. Eu poderia tirar o remédio todo de uma vez, mas isso pode trazer consequências ruins para ela, por estar desacordada a tanto tempo e tomando esses remédios em altas doses por um prazo tão longo. Então, eu prefiro tirar gradativamente, é mais seguro e saudável.
- Claro senhor. Eu entendo. Nós aguardamos a reação dela.
- O senhor quer vê-la novamente?
- Eu vou preferir ver Aisha quando ela puder falar agora senhor. Eu acredito que isso não vá demorar muito.
- Eu entendo. Eu tenho que atender alguns pacientes.
- Claro doutor. Muito obrigado mais uma vez pela atenção.
- Eu que agradeço pela visita senhor.
- Assim que tiver novidades, espero que sejam boas sobre Aisha, por favor, mandem me avisar. Diz Johnson esperançoso.
- Pode deixar que mando sim! Diz aquele doutor ao apertar a sua mão, em despedida, quando começa a caminhar por aqueles corredores.
Johnson então, após se despedir de alguns funcionários, retorna para aquele quartel e depois de jantar consegue dormir um pouco melhor naquele dia.
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Casamento forçado e abusivo
General FictionAisha era uma menina que morava em um pequeno vilarejo no norte do Afeganistão. A população de sua região era muito conservadora e extremamente religiosa. Ao chegar na pré-adolescência, ela conheceu um jovem garoto de sua escola, o qual começou a g...