Capítulo 39

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Ryan 

Fazia a massagem cardíaca há cerca de 1 minuto. Ainda completamente desacordada e inconsciente, sem registo de que o seu estado pudesse melhorar, preparava-me para aceitar a ideia de que, talvez, não fosse possível trazer aquela inconfundível mulher, de volta ao ápice da vida. Quando subitamente, senti uma onda de pulsação proveniente de um dos seus pontos cruciais. A sua pulsação melhorara, porém, ainda estava débil, o que de certa forma, contribuiu para que aquela magnífica mulher, continuasse desfalecida.

Sem mais demoras, decido então, tirá-la daquele recinto, quando oiço num tom baixo e ofegante, porém audível, algumas palavras que saíam de sua boca, incrivelmente bem desenhada e carnuda.

— Por favor, não me leves para um hospital. — Clama aos sussurros, perdendo os seus fracos sentidos, logo de seguida.

Completamente inquieto, agarro-lhe pelas pernas, estabelecendo-a em meus braços, numa posição que era bastante conhecida, ou o que as pessoas apelidavam de "Posição de noiva". O Mr. Goslin já não se encontrava dentro daquele recinto, então, logo supus que deva ter ido comprar alguma coisa que o sirva de refeição, como habitualmente fazia naquele horário e, consequentemente, trocar o seu plantão com o outro salva-vidas, porque hoje, ele ficava um tempo muito curto na praia, visto que ele simplesmente veio, pelo motivo que eu o tinha dito que mergulhava e, ele sempre gostava de ficar no controlo dos materiais. Como a praia estava deserta, o acesso até ao meu elegante Maserati foi muito mais acessível.

Chegando perto dele, abro a porta de trás e coloco aquela esbelta mulher cuidadosamente para que não se magoasse, dando devida atenção, a posição da sua parte superior. Num abrir e piscar de olhos, dou início a um trajecto desconhecido por todos, mas bastante conhecido por mim.

Direccionava-me para a minha nobre casa, pois por incrível que pareça, decidi cumprir o desejo desta tremenda mulher, todavia, pensamentos invadiam a minha cabeça, para saber o porquê de sua atitude, dado que normalmente, a coisa que mais prezámos, quando acordamos num local fora do nosso antro familiar, depois de uma tentativa de assassinato, era com certeza, querer ser encontrada(o) e, assim sendo, voltar para casa, mas então, por que esta mulher fazia o contrário? E, se realmente foi uma tentativa de assassinato, por que não quer regressar à casa, ou encontrar os seus amigos e parentes próximos? R: Eram perguntas que eu não tinha as respostas, mas que a todo custo, haveria de descobri-las.

Comparecemos em minha residência por volta das 8h00 e, creio que este seja o horário, que o novo salva-vidas já tenha tomado o posto para a substituição de Mr. Goslin, pois este, é o horário habitual para as aberturas das actividades a nível da praia, como os banhos de sol e os mergulhos mais comuns e, eu agradeço por tanto o Mr.Goslin como o novo salva-vidas, cujo nome desconheço, não terem presenciado, a triste cena que ocorrera entre mim e esta singular mulher.

Estaciono o meu nobre Maserati na garagem e, saio rapidamente do carro, para poder levar a inconsciente mulher para dentro de casa. A minha casa era vasta e espaçosa, possuía recursos suficientes para mantê-la aqui, visto que eu tinha uma ala que era apelidada por mim, como "Mini hospital", já que a vida de um biólogo marinho, constantemente está em risco, então, o mais certo, era estar preparado para qualquer tipo de situação que possa surgir.

Adentro naquela ampla sala e, coloco a mulher que até então estava em meus braços, por cima da cama personalizada e equipada para situações do género. Como a sua pulsação estava fraca e os seus sentidos perdidos por tempo indeterminado, estabeleço colocar rapidamente, o balão de oxigénio nas suas vias respiratórias, que se encontrava ao lado da cama especificada.

A vida de um biólogo marinho não te ensina, apenas, a ser um bom vislumbrador debaixo d'água, mas como também, a ter conhecimentos de medicina para estar apto para ocorrências como esta.

Agora, era só esperar para que aquela inconfundível mulher abrisse os olhos e, revelasse os seus olhos castanhos brilhantes, assim como me dizer, a razão de estar naquele imenso mar e completamente entregue a ele, mas principalmente, para me fazer compreender, se realmente foi uma tentativa de assassinato, ou se é aquilo que em todo este tempo, me reprimo a pensar...

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